sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O AMARELO*




O amarelo
O amarelo manga
O amarelo é lindo O amarelo do por-do-sol
O amarelo do girassol
O amarelo ouro
Aquele mesmo ouro que os escravos garimparam
Como sofreram
Atrás do ouro e de seu brilho amarelo
Oh! Amarelo ouro
Quem entregou o ouro?
O amarelo na cara dos covardes
Que não comparecem aos debates
O amarelo das feridas podres,
cobertas com pus
A cor amarela do egoísmo, de interesses pessoais
Sobrepostos aos coletivos. Conchavos! Terrorismo
! O amarelo do Pag Contas
Quem vai pagar a conta?
O amarelo do palhaço
Eu sou o palhaço
Quantos palhaços
Temos até o Diretório Central de Palhaçadas
E assim vai o amarelo
Com suas saliências
Coerentemente construindo a pseudomudança
Na UFPI que a gente quer

(poesia recitada durante debate nas eleições para reitor 2004)
Salathyel Costa

Coração




As vezes penso na real utilidade de se ter um coração,
bate sim, bate não... descompassando a emoção..
Um coração valente, talvez até ausente,
que sente.. que sente..
A Dor de uma alegria perdida,
a felicidade da esperada partida?
Bate sim.. bate não.. não, não,
o sim é mais belo,
ou era antes de se tornar apenas um vazio involuntário,
coração otário! Bate, bate, em mim, em você, em quem lê
... Bate sim bate sim.. até o fim... até o fim..

(Leví do Piauí)

TIC – TAC (2000)






O segundo é um tempo tão curto
Mas curto cada segundo de um beijo
E num segundo me iludo
E te peço um segundo desejo

Desejo um segundo beijo
E que de um segundo não seja
Transforme o segundo em hora
E fiquemos até a aurora
Sob um céu chuviscado de estrelas

.quero dizer.



Não conseguia olhar nos olhos, nem mesmo pelo reflexo do espelho. Sentia que se cruzassem o olhar seria fácil demais perceber que o brilho mudou de foco, e ficaria absurdamente constragida tentanto explicar, e gaguejaria, e coçaria a cabeça como de costume nessas horas.
O tempo era infinito, e o frio congelava o fogo da lareira, sem saber que bem não fazia tantos pelos arrepiados e nenhuma palavra bonita a se dizer, a não ser que lamentava muito.
Tinha uma janela, com a lua atravessando sua ponta. Janelas sempre são boas companheiras ao esfregar a nuca freneticamente.
Postou-se de forma que sua sombra parecesse menor que o natural, para não levantar suspeitas sobre seu medo e suas palavras.
Foi difícil admitir, mas a noite toda se fez uma frase:

- Sou mais gelada que esse vento.

(Larissa Andrade)

POEMA XV - PABLO NERUDA

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Alma Ressacada Soneto (2000)




Amor, eterno universo
Nos corpos motivo de coesão
És bendito e querido nos versos
Mas se num só peito, desilusão

Majestoso anseio ardente
Que dentro em mim tento ocultar
Vulcão que dorme inocente
Esperando te ver pra acordar

No soturno estridente grito
Tu és este amor infinito
De majestosa e grande extensão

Sem você simplesmente não vivo
Pois tu és o perene motivo
Do pulsar do meu coração


(Salathyel Costa)

O fogo...



aquele que arde, e se vê, e se sente..
e é quente, ardente, é paixão... oh malvada paixão..
tão simples dizer sim.. tão duro ouvir um não...
é fogo.. abrasador que transporta a dor,
ora pra quem quer, ora porque quer!
E quem não quer se sentir aconchegado?
no calorzinho de um abraço.. no calorzão de um colchão?
eu quero.. eu tive.. eu vou ter? Ah, só vou viver..
e sentir e ver e rever.. o fogo,
que nunca é o mesmo, mas sempre é quente! t+ gente

(Leví Piauí)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

VAMOS EMBORA




Seguir, pois aqui neste lugar, não há como viver
sentir o cheiro que destrói o ar, tentar entender
A vida é pior agora, é chegada a hora de se mandar
dar o fora, vamos embora
Sumiços, sequestros, suicídios, contaminação, cortiços
excesso de gente que vive do lixo da gente, que domina a gente
nos mata, nos torna indigente

a morte é melhor agora, toda loucura mata, devora
hora de dar o fora, pra que vamos embora
um cisco no olho a lágrima volta a cair
sem emoção, por um descuido, por nada a sentir
exclusivamente; na mente atualmente, atente:
não fique contente

por nada, por nenhuma jogada, não caía em cilada
não entre em roubada, e o que é a vida agora?
nem sei mesmo a hora
se não há mais tempo de dar o fora,
por que vamos embora?

pra que vamos embora, se em todo lugar
embora as pessoas sejam diferentes
a ambição reina, o lucro domina,
ouro na mina, cadê minha mina
... menina

O mundo já tem seu destino, alguma coisa é algo agora
algum dia, em qualquer hora, um motivo pra dar o fora
... você se foi, e eu vou embora, pra nunca mais voltar

(André Café)

. não vou me adaptar .



Vivemos sim, mocinha, na sociedade do caos e do medo. Completamente tomados por um sentimento piscicótico, onde tudo é sujo e todos são feios.
Somos programados pra sentir medo. Não fale com estranhos, não ande pelas ruas, não namore gente da favela, não suba em árvores, não coloque piercing, não use drogas, não pense em sexo com a vizinha e nunca seja amigo demais das pessoas, pessoas são monstros.
Parecemos um piqueiro de bonecos retardados, um olhando torto para o outro.
Somos galos de briga atirados no ring de luta, com a torcida burguesa gritando loucamente "vai, seu estúpido, te alimentei para ganhar dinheiro, usa o esporão e vence!".
Agora eu perco gente, e já não dói tanto. Desconfio que minha pele está ficando áspera.
mas não acostumo...e definitivamente, eu não sei viver aqui.

(Larissa Andrade)

FOLHINHAS




Tem dias em que eu acordo. E outros em que durmo.
Tem ainda aqueles que eu acordo com vontade de dormir - Quase todos!
Tem dias em que os lábios se fazem riso. Outros em que se fazem beijo.
E alguns que o sorriso se faz lágrima e a gente chora de felicidade - Que bom que são muitos!
Tem dias que torço para acabar logo. E outros que rezo para que o dia não termine.
E há aqueles que passam como querem. E que algo nos faz duvidar que sigam as horas.
Dia de trabalhar. De ir ao cinema com o namorado. De sair com as amigas. De fazer qualquer coisa (ou nada) sozinha.
Ai... dia de fazer nada! Pena, que quase nunca existam e que quando existem, muitas vezes não seja por decisão própria da criatura que o protagoniza.
Dia de aniversário. De churrasco. De porre – meu Deus, que dia inesquecível!
Dia de ver os pais. De levar bronca. De bater uns papos sérios com Deus.
E todos eles estão lá sobre a mesa, na parede, riscados em algum canto da casa, no celular ou absortos em nossos pensamentos.
O calendário tem dias. Muitos deles. Ou será apenas mais uma criação humana para não enlouquecermos?
Ou será que somos loucos e vivemos fantasiando em devaneios diários a obrigatória existência deles?
Cotidianamente.
Todos os dias.

(Tuyná Fontenele)

ENTREGA DOS LIVROS PARA AS VENCEDORAS DA PROMOÇÃO TEXTOS FILOSÓFICOS

A primeira promoção de muitas deste blog, fomentou a produção livre dos internautas. Como prêmios, foram sorteados a Crítica da Razão Prática, de Kant e Assim falava Zaratustra, de Nietszche. Veja as grandes vencedoras:






A Liberdade





Vem fogo
Vem faca
Me queima
Me corta
Mas antes de morta
A voz não me falta

Vem corda
Vem bala
Sufoca
Me vara
Mas não me cala
Se não estou morta



Veneno
Vem crendo
Silêncio em seu vôo
Morrer eu não posso
Eterno me posto
Em quem me escutou

E assim
Beija-flor
Floresce esperança
Metástase lança o levante
Levantem-se!


(Salathyel Costa)

Jards Macalé e Paulo José cantam e recitam Torquato Neto

see





visões..
muitas embaçadas
muitas mal encaradas
poucas bem vistas
pouquissimas variadas,
Vista de cima... que nem vê tudo
Vista de baixo.. que só ver o que quer...
Vista do lado.. que não quer ver...
Visão do não.. do sim.. do talvez...
Visão abragente...é pra poucos gente!!!
Visão perfeita.. existe?
Não sei.. vamos ver?
Pra parar com a embriaguês desse sermão
vou falar: é tudo uma questão de visão!

(Leví do Piauí)

MOVIMENTO



Quero ir para as ruas
Desabafar o meu grito
Deixar minha voz escapar
E ecoar pelos ares
Deixar de ser só pensamento
E não ser mais tão sozinha
Porque ela quer ser coro
Não quer mais ser só minha

Em busca de novos destinos
Meus pés querem marchar
Sentir o chão da terra
E o asfalto quente que lhe veste

Com punhos erguidos
Minhas mãos querem vibrar no ar
Onde soam palavras de ordem
Querem agitar bandeiras
Juntar mãos com mãos
E sentir com força o aperto de cada uma

Minha pele quer se vestir de povo
Conhecer o suor do trabalho
Sentir a dor do outro
Arrepiar-se com alegria
Ao ver na luta uma esperança

E minha mente quer descanso
Quer um dia dormir sossegada
Quando a utopia do amanhã não for mais um sonho
E a realidade de hoje for só mais um pesadelo

(Léo Maia)

[silêncio]



Sentados na beirinha da loucura, o mais velho sussura:


- Então é isso?
- Creio que sim. - responde a ruiva.
- Pois vou pular.
- Está louco?
- Não, mas vou ficar agora mesmo...


Um curioso observa de longe a cena, vê o salto, aproxima-se:
- Por que ele fez isso?
- Medo de viver mais tempo nesse mundo.
- Está louco?
[silêncio]
- Agora está. - diz a ruiva tristemente.
...
[silêncio]
...
[silêncio]
...




- Quer pular?
- Muito!

(Larissa Andrade)

O ÚLTIMO DE NÓS



Pelo frio
Visto pele de pêlos
Veste rústica
O fogo, a faca o cantil de cabaça
No canto de meu leito, o chão
No teto a lua, morcegos a toa
A torto e a direito
O mato baixo é muro
E sobre o braço deste
Corujas-sentinelas. Vêstes?
A mata é o bairro que moro
Juás, pacas, preás, peixe pacu, como.
Escassos!
Bosta de brancos!
Se um eu ver, é sério, o sangro!
Hoje só
Ontem diversos ao meu redor
E não tristeza
Até curumins e cuiatãs, Rãrãresá!
Visto vingança
Miolo morto
Morri
Não minha lança
Esperança de quem descansa!
Almejo descanso alcançar.


(Salathyel Costa)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SOB A MESMA LUA, UMA VIDA SUPERFICIAL, DESTRUÍDA POR UM OLHAR




Tudo começa no início de um precipício, onde sempre ocorre sacrifício (carnificina) Um olhar, um sinal de afeto de amor, como consequência a dor, ilusão inesquecível, esquecer, se possível: Que alguém destrui o seu ser, tirou-lhe o motivo de viver, e lhe deixou sem entender, e você só por sofrer
Eu tô legal, isso passa é superficial, por dentro o corroer da alma, um ar de calma
Para ninguém suspeitar o que está visível em seu olhar, lacrimeja, chora se esgane; a tristeza vai embora, não se engane

E eu a chorar a pensar e agora? essa solidão que demora,
séculos para ir embora, tudo isso me apavora,
espanta-me seus atos, num soluço desconmpassado, conta relatos, de uma vida imaginária num plano qualquer, vivia feliz com aquela mulher

Falava, falava eu viajava, não sabia o que acontecia, o que me inspirava, a falar até a boca secar
Ir minha garganta molhar e continuar, e este sofredor olhava para mim, úmido, as lágrimas não tinham fim: Idéias jogadas, sem sentido, sem cabimento, dizia tudo que vinha ao pensamento, parece que acalmava a dor, diminuía o amor
mas a lembrança dos pequenos momentos, traz a tona de uma vez esse sentimento, e novamente o fez chorar, e uma nova sensação o fez gritar um grito diferente, como uma pancada, um desabafo; uma aliviada, mas na cabeça, na mente, tinha uma única idéia convergente

Idealizar aquela mulher, pra me fortalecer pro que der e vier
mas na cabeça, só desejo e lembrança; chorar como criança
o que faz manter acesa uma eserança; possível mudança
que tolice...

Aquela pessoa ainda se iludia, mas a culpa não é sua, a culpa flutua, além de todos, após uma lua

Cheia e apaixonante, que deixa delirante, qualquer coração em qualqeur instante
mas a vida tá aí, pra eu curtir, erguer a cabeça e nessa estrada seguir....
Viagem ...


Letra de samba que fiz, em 2000

(André Café)

O IPÊ E O ASFALTO



A cidade. Multidão. Rostos anônimos. Correria.
Sozinha caminhava após um dia entediante. Um dia citadino.
Em dias assim, o olhar custa fixar-se. O olhar corre e não vê.
Em dias assim, a gente não vive. Luta pra sobreviver.
Mas lá estava ele. No meio do meu caminho. O ipê.
O ipê florido no meio do asfalto. Suave, tranqüilo.
Desde pequena sempre me senti atraída pelos ipês.
Sempre me questionei “Como pode árvores de flores?”
Então, por mais enfadada que viesse correndo pra chegar logo e deitar, meu olhar não se desviou dele. Do ipê amarelo.
Parei. Simplesmente parei a contemplá-lo.
E aquilo me trouxe calma. A calma que a cidade me leva embora.
E aquilo me fez pensar, pensar coisas aparentemente sem nexo.
(Adoro pensar coisas assim, há quanto tempo não o fazia! Não tinha tempo!)
A cidade nos rouba o tempo de pensar.
Mas ele estava lá. No meio do asfalto. Que bom que estava lá.
Levou-me de volta a minha infância. Às manhãs de domingo a caminho da casa do vovô.
E me fez refletir sobre a vida.
Sobre como somos impacientes e não aproveitamos o momento porque nos prendemos ao depois.
Aquelas flores enfeitam o ipê e a cidade em tempos de aridez.
Mas depois as flores caem. E demoram um ano todo pra voltar.
Mas o ipê estará lá. Sereno. Paciente.
É o ciclo da vida.
O ciclo que a agonia da cidade cega nossos olhos e nos faz desperceber.

(Tuyná Fontenele)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nada é Impossível - Cecília Meireles

POLÍTICA SOMOS NÓS!

O Piauí é um estado que se acostumou em ser tratado como o primo pobre do Brasil, sua periferia, pouco influente e tudo mais... Todos nós que vivemos sentimos o que é ser piauiense, o peso do estigma, a limitação do pouco desenvolvimento. Sofremos com isso e desejamos algo mais, uma realidade diferente, um estado diferente. Temos sensibilidade suficiente para isso. (pressuponho).
Mas será que acompanhado a esse “sentir na pele” existe a capacidade de racionalizar, de refletir sobre qual o nosso lugar diante dessa realidade, qual o nosso papel social enquanto uma suposta elite intelectual? Será que assumindo esse papel social nos sentimos responsabilizados e comprometidos pelo e com o nosso desejo de um estado ou de uma região mais desenvolvida?
Responsabilização, papel social, compromisso: são expressões que remetem a um discurso político, a uma postura política. Tema que gera mesmo aversão entre os que se preocupam unicamente e supervalorizam apenas o status de profissional dotado do saber puro.
Assumir postura e compromisso político, não deveria ser enfadonho ou inutilidade, mas sim necessidade, hábito incentivado e valorizado da mesma forma que se incentiva e valoriza a competitividade, o status de elite do saber.
Entendo que postura política não deveria ser opção ou função de uns poucos selecionados e sim obrigação de todos, afinal de contas, todos vivemos as instituições, as profissões, o estado, as relações entre eles, vivemos a política que surge dessas relações.
E cabe a cada um e a todos pensar sua própria vida, sua própria política. Devemos nós, pensar a nossa instituição universitária, a nossa futura profissão, o nosso estado e a relação entre eles.
Ser político não é nada além de “dar conta” do que vivemos saber o que acontece, por que acontece, as necessidades, as ilusões que vivemos e evidentemente agir.
Nós temos um prato cheio pra discussões políticas, que contemplem as necessidades do nosso estado, da nossa futura profissão, da relação (política) entre elas e o nosso lugar no meio de tudo isso. E só lembrando que não dar a mínima (pra questões políticas), já é uma forma de se posicionar.


(Davi Araújo)

MUITO PRAZER




Quero te incomodar, inquietar,
não te deixar confortável, bonitinho,
vou te angustiar, desorientar,
ver que a beleza após o diploma não é tão colorida assim.
Vou dar afeto, não só carinho,
vou afetar, atingir, fazer sentir.
Transformo, ressignifico, atormento,
desassossego, preocupo, aborreço,
azucrino, aflijo, te retiro da inércia,
da comodidade, do aconchego da tua calmaria,
da docilidade do dia-a-dia.
Toco em você, desperto encanto, encanto o despertar,
sensibilizo, te dou encontros, vivências, flores e lutas.
- Muito prazer, me chamo movimento

(Victor Marchel)

Paradigma da permissão




Permitir-se. além do simples e talvez limitado conceito aureliano sobre permitir (dar liberdade, poder ou licença para, consentir, autorizar a fazer uso, tolerar, possibilitar), o dilema para conjugar tal verbo está longe de qualquer situação morfológica e sim submergido dentro das celas invisíveis de cada indivíduo. o que seria a permissão? fazer tudo e não pensar em consequências, anular-se perante aos outros e com temor de se contradizer? permissão no meu ponto de vista, não são meros atos pontuais, mas sim um discurso político, um norte a ser trilhado. mas como é difícl desvencilhá-lo de tal rótulos colocados de forma pragmática. como pode ser um estilo de vida? pois é, eu não sei. eu estou nesse turbilhão da prática, inserido em teorias e pensamentos soltos, buscando chegar a alguns nexos. mas, muito mais do que essa necessidade de teorizar algo, para ele ter fundamento, que é importante, a vivência do tentar permitir-se coloca a prova a todo momento nossa humanidade. como dizer que me permito a isso? como dizer que não permito? por que existe essa permissão aqui e não acolá? deveras conspirador e lascinante! a convergência da permissão tem me levado a algumas pré-conclusões: a permissão diminui a distância dos muros e máscaras dos indivíduos, chegando em situações a romper essas barreiras; permitir-se não significa ser permissível ou permissividade; permissão é um processo contínuo, inacabado, construído a cada momento da vida das pessoas; a permissão não é instrumento utilizado para se aproveitar de situações ou de pessoas, é um conceito para vida; permissão não significa exatamente consenso, muitas vezes provoca litígios, contribuido para amadurecimento; permissão tem ligação holística com os discursos de afeto, participação e coletividade.
isso são apenas inferências que estão longe de ser verdades, mas são um ponto de partida. para onde vai, só se permitindo pra saber.

sugestão de leitura:

Andar a Pé
Henry David Thoreau

Chega de boiar nas incertezas da terra do nunca!!

(André Café)

"Sobre o tempo"

Tic-tac... tic-tac....primprimprimprim!!!!
Hora de acordar
Hora de comer
Hora de trabalhar
Hora de correr
(Chegou atrasada, o ônibus acabou de passar)
Hora de pegar bronca do professor
Minutos, segundos
Horas...

Oras, pra que tantas horas? Se no final são tão poucas pra tanta coisa?
Mas, afinal, o que é o tempo?


Será que é o dia de sol que faz lá fora?
Ou será que é mesmo uma invenção capitalista?
Será que ele existe?
Ou será apenas mais uma utopia de sonhadores deslocados?

Muitas vezes já quis tê-lo
Queria eu poder conhecê-lo
“Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda,
eu sei, pra você correr macio”
E quando será que o tempo corre macio...
E onde será que não há percalços em seu caminho?

Preciso de tempo pra relaxar
Preciso de tempo pra terminar
Preciso de tempo:
Pra escrever
Pra dormir
Tempo pra dormir... tempo!
Para conversar com meu amigo des-conhecido
Sobre sonhos e devaneios
Sobre coisas “desnecessárias”
Que pessoas ocupadas não tem tempo a perder
Mas, que me fazem bem
E pra isso sempre arrumo o tempo que não existe.

(Tuyná Fontenele)

POEMA XX - PABLO NERUDA

(Cres)cimento



Cresci lá bem longe
de onde hoje cresço.
Cresci ouvindo os pássaros
acordando de manhã cedo (eles, os pássaros).
Cresci querendo ter uma borboleta
e achando que tinha duas.
Cresci correndo na rua,
Brincando de pega,
dançando quadrilha.
Cresci sendo pequena
e sonhando em ser grande.
Cresci fazendo poemas,
lendo cartas,
vendo desenhos (na tela e nas nuvens).
Cresci ouvindo conselhos,
seguindo regras
e pensando em romper amarras.
Cresci querendo ir pra longe,
Correr em outras ruas e crescer.
E agora me pergunto, enquanto ainda sou pequena:
Será que crescer vale a pena?
E que pena será não crescer?

(Tuyná Fontenele)

AFETO, SENTIMENTO, VÍNCULO

vínculo....palavra bonita e forte essa né? ..aproximação..afastamento são palavras que nos remetem a relação.. (Real-Ação)...(Inter-ação)..vinculo..
eu te influencio e você me influencia..afinal sem o outro o que somos? e sem um outro qual o porque de existir?
já parou pra pensar como as pessoas agem quando estão começando a conhecer alguém... iniciando um vinculo..
algumas são extremamente abertas..se jogam ..sem medo..outras espreitam meio que tentando conhecer e espreitar o campo onde irão habitar...
quem se "joga" corre o risco de se decepcionar..ou não..e quem muito espreita pode perder a oportunidade de conhecer melhor o outro e de não manter uma relação
autentica e verdadeira...ou não..
cada pessoa percebe uma relação de modo diferente..
você pode ser extremamente importante pra mim..mas você pode não sentir o mesmo..
uns idealizam mais ..outros menos..
uns tem a maior necessidade de ter vínculos fortes outros menos..
..
são esses mínimos detalhes que tornam esses elos de ligação...fortes ou frágeis...
por isso cada vinculo é particular.. é algo de pessoa pra pessoa...e lembre-se nenhuma pessoa é igual a outra..
....
quando os vínculos se rompem...entendemos o real significado da palavra relação..
REAL-AÇÃO
...
eu te afeto..você me afeta..
posso te afetar ..através do meu desprezo..
do não te olhar..
do não querer te perceber mais..
você pode me afetar..sendo recíproco


....
eu te afeto quando eu deixo de falar com vc..
e vc me afeta deixando de falar comigo..
...
nisso ambos poderão sair machucados ou não...
ou um pode sair mais machucado que o outro..
ta entendendo o que eu to querendo dizer..?
o quão cada relação é especifica..cada situação única..
e como cada pessoa age de modo diferente..
diante dessas situações ambos podem reagir mesmo estando num mesmo ambiente ..como se nada tivesse acontecido..
ou guardando o profundo sentimento de incomodo..que pode ser percebido..ou tão bem escondido..que não dá pra perceber..ou finge-se não perceber..
ou podem reagir naturalmente ..pois não sentem a necessidade de continuar a relação..
ou não querem mesmo continuar a relação..
quando uma relação rompe ..também ...dependendo de pessoa pra pessoa..
tudo pode ser dito..ou pode não ser..
poderão existir palavras não ditas nas entrelinhas..
entrelinhas essas que poderão ser bem compreendidas ou
simplesmente mal interpretadas..
vai depender da percepção de CADA pessoa
..
o vinculo rompido poderá voltar .ou não..
mas se voltar tenha certeza..não foi porque um quis mas ..sim porque os dois quiseram..
afinal relação = eu + outro
...
vínculos são preciosos..
..
por mais que acabem ou que mal comecem..
..
podem nos trazer tanto marcas positivas quanto negativas..
.....
pra cultivar o vinculo é preciso cuidado..
..
é tudo muito relativo..
muito especifico
porque..
..
vínculo não se explica ..simplesmente se sente.

(Juh...)

OS DIAS EM QUE MORRO DENTRO DE MIM MESMA




Espaços. Dentro do coração.
Espaços dentro da alma, que desenham ausências nas mãos.
Espaços em que grito e me silencio.
Abarco as injustiças, os medos, as demências, os teus sonhos
e os meus. Num abraço mudo.
Fendas. Que rompem as tapeçarias com que vesti
as paredes da casa. Da mente. Das palavras.
Eu ainda sou tão eu.
Num quarto, numa casa, num momento pálido.
E por vezes o vermelho atravessa o tempo.
Alcança-me. Poderoso. O destino é medíocre
e eu talvez possa ser feliz dentro da mediocridade
de um país falido, de uma moralidade negada, de um coração
roto por dentro. Espaços.
Espaços em que consigo ser eu.
Espaços em que o amanhã é agora.
Espaços. Rasgões. Vislumbres. Lágrimas. Risadas.
Sentimentos. Eu ainda sei sentir.

A morte tão perto e tão longe. Ainda não. Ainda não ganhei o direito de cair numa queda eterna e maternal.
A morte a espaços.
Os dias em que morro dentro de mim mesma.

(Deyne Caroline)

CORPO - poema, poesia, filosofia




1.
Carrego um rosto,
Que tem olhos de uma cor, circunferência e área expostas,
Que tem nariz com uma estrutura e uma escultura,
Que tem boca e beiços com aberturas, comprimentos e espessuras,
Que tem geometria, com relevos, volume, texturas e simetrias;
Rosto, que não é do meu gosto.

2.
Sustento mãos,
Que produzem, organizam ou fazem seu oposto, se eu quiser;
Que acolhem, abraçam, sentem, ou afastam, conforme minha escolha;
Que expressam, indicam, cumprimentam, distinguem e me identificam,
Que podem ostentar jóias e ornamentos preciosos, raros ou simples manufaturas,
Não obstante, tem contornos, relevos, coberturas ou dimensões que me dão pouco gosto ou, mesmo, mau gosto.
3.
Ando sobre pés,
Que me suportam, com peso e massa do corpo que carrego, ainda que reclame;
Que me levam a lugares rotineiros e diferentes, simples ou sofisticados, comuns ou exclusivos;
Que podem deslizar enquanto danço, nado ou brinco,
Que podem determinar minha defesa pessoal, diante de perigos, por fugas ou ataques;
Mas, parecendo-me não ser de minha pertença mesma, rejeitam calçados mágicos, de sofisticados acabamentos ou de raro gosto, que encantam meu espírito e, sem dúvida, seriam do agrado de muitos e da inveja de outras espécies.

4.
Componho pernas, braços e troncos,
Que exibem formas, consistências e me causam muitos agrados,
Que tomam proporções físicas e comportam valores estéticos, ora controversos, ora confortáveis; Que me dão presença e diferença entre os outros,
Que me plasmam numa identidade pessoal,
mas me negam a vestimenta que desejo, o acessório que me agrada, no desenho que pretendo, e no tamanho que é meu gosto.

5.
Carrego um corpo, profano e sagrado,
Que nu e só, e solto, diante do espelho,
Vejo formas, geometrias, assimetrias e expressões de artes,
Que não estudei na escola,
Que não aprendi a admirar,
Que me pesa em tolerar e, embora não seja desgosto, não me é do melhor dos gostos.

6.
Que fizeram a Deus, autor da criatura,
Que guarda e retém o sopro vital, por seus incriados modos,
Que anima a vida, já no primeiro encontro com o corpo todo, ao nascer,
Que Lhe pudera abalar a onisciência, onipotência e onipresença, ainda que em brevíssima distração divina,
Que fizera entrar e andar o espírito que sou no lugar-corpo que não sou de bom gosto,
Pois sendo Deus inteligência pura e em sua plena vigilância, como pode ter errado a sintonia de gostos deste espírito e deste corpo? Ou, por mesma inteligência, fizera a seu propósito?

7.
Que fizeram à Natureza, poderosa e criadora,
Que, sendo mãe, possa-lhe ter causado arrogo,
Entre o criador e a criatura,
E, por obra final, tenha feito por si mesma, seu próprio gosto,
Que, sendo-me mãe soberba, pretenderia alguma vingança ou protesto comigo?
Deixou-me um rosto, um corpo, que chego até sentir vergonha, pois não me é de alto gosto.

8.
Que fizeram aos sábios humanos, inventores e mantenedores das ciências, das culturas, dos ídolos, das coisas, do mercado, do consumo, dos significados e da ressignificação de cada um de seus inventos?
Que fizeram aos artistas, que moldaram as artes e as estéticas, concretas e subjetivas, frias e quentes, em discursos incontáveis?
Que fizeram aos mitos e filósofos, que plasmaram sujeitos e seus imaginários, inventaram o belo e o não-belo; ou desnudaram-lhes!
Que predicaram gostos não antes vistos, nem percebidos, intuídos ou consumidos,
Que sendo, meu espírito, consumidor de suas criações, não pode consumir um corpo que lhe dá mais belos gostos de ter, andar, vestir, mostrar e interagir com outros espíritos de seu tempo;
Que sendo justapostos, meu espírito e meu corpo, não possam sintonizar idêntico rosto, mesmo corpo e mesmos gostos!

9.
Tenho um corpo, sensível e idealizado,
Que é cárcere de um espírito, de um imaginário, de um tempo, de um lugar; ou, do contrário, prisioneiro destes;
Que me causa medo de ouvi-lo, de auscultá-lo autêntico;
Sinto que se pudesse falar por si mesmo, em minha ofensa, haveria de me investigar perante Deus, à Natureza, aos humanos e às coisas:
Por que este espírito encarnou-se em um corpo que não lhe pode ser justo, próprio, adequado e merecido?
Por que este espírito habita em um corpo que não lhe pertence?

10.
Suplico a Deus e às forças dos entes sobrenaturais! Se o feito for de seu ofício, para que, em próximas reencarnações, façam-me serviço completo, perfeito aos critérios divinos e aos olhos e aos gostos dos entes mortais de seu tempo e lugar.

Imploro perante a Natureza, mãe e regente dos fenômenos físicos e vitais! Se a obra for de sua arte, para os acabamentos que couber em seu dever;
Apelo às ciências: ocultas, metafísicas, positivas, clínicas e estéticas! Se a incisão couber a seus instrumentos;

Aconselho-me a os entes humanos, meus pares mortais e inacabados! E, por último destes, a mim mesmo que, talvez, por arbítrio livre e singular, seja a primeira e última instância que me cabe recorrer:

O que há de se fazer? Que feito há de ser providência última e primeira?
Mudar o corpo para agradar ao espírito ou mudar o espírito? Ou o imaginário coletivo que embriaga o corpo singular e seu espírito, tornando-os irreconhecíveis? E que medidas serão justas, ao corpo e ao espírito para, a um só tempo, alinhar corpo, espírito e gosto
(Áureo João)

Wilson Simonal canta Tributo a Martin Luther King

domingo, 26 de dezembro de 2010

GANHADORAS DA PROMOÇÃO!

Parabéns a Laiz Mara, ganhadora de Crítica da razão prática de Kant (nº 08)
e Larissa Andrade ganhadora de Assim falou Zaratustra de Nietszche (nº 02)
parabéns as produções enviadas e participem sempre muito mais!
permissão e coletividade, expressão e liberdade!

Sociedade dos poetas por vir

PROMOÇÃO TEXTOS FILOSÓFICOS

O envio de textos terminou nesta sexta-feira (24/12)
estas foram as pessoas e os respectivos números para concorrer ao sorteio dos dois livros:
DAQUI A CINCO MINUTOS O RESULTADO DO SORTEIO

PROMOÇÃO TEXTOS FILOSÓFICOS

NOME OU EMAIL

01

Lorenna noleto (lohnoleto@hotmail.com)

02

Larissa Andrade

03

Larissa Andrade

04

Luan Matheus

05

Luan Matheus

06

Luan Matheus

07

Zé Orlando

08

Laís Mara

09

Zeus

10

Zé Orlando

11

Lorenna noleto