terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Do exílio





Passei um tempo fora, no ostracismo.
Fui, deixei tudo suspenso, amarrado com
um cordão só pra ver o que se aguentava.
levei pouca coisa, pra não pesar, ficar fácil guardar
- escova de dentes, três mudas de roupa mas nenhuma foto.
Lembrei das coisas de cabeça, as vezes de coração.
Estive longe, saudade só eu sei.
Construi minha casa com as próprias mãos,
provisória e precária sem ser humano, sem ser humana.
Tudo o que doeu sei agora a quem pertence.
Se chegar e estiver quebrado e tiver jeito mando arrumar,
boletim de ocorrência se roubado e carta de adeus se também tiver partido.
Eu tou voltando, pra pegar o que é meu, tirar o pó do chão, arrumar a bagunça. Fazer festa!

(Flora Fernandes)

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