sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Preciso




eu preciso das coisas mais simples e humanas
hoje me movimento pela saudade
é tão difícil encontrar a paciência neste terror
fico suspenso emergido pelos sentimentos
meu suspiro rasga minhas veias
e pora todos por tão pouco
nas minhas mãos só o correr da areia
descendente daquilo que era tão bom

eu regozijo inversamente e em prantos
hoje meu subterfúgio é a superação
o grito na estampa do silêncio
por medo dos olhos sentirem o sal
lacrimejado que irriga a tez crivada
de tanto remoer o fardo intransigente
o ócio diabólico me seduz de forma suave
o sufoco em sossego apenas num ato

(André Café)

Um comentário:

  1. Um poema profundo e verdadeiro que nos faz refletir sobre nossa condição humana e até que se prove o contrário,mortal.
    É diante de frases bem elaboradas e convergentes que percebemos que muito do que já foi dito em poesias parece nada diante do que ainda pode ser dito.

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