segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sem Remetente




Não exija, meu grande amor, um poema.
Exija minha carne, o hábito e a boca.
Exija-me a presença co' a voz rouca
e diz que a minha falta é o teu problema.

Não exija um poema que ele só não basta.
Nestes versos não cabem sentimento
de quando doamos ao outro um momento
que demostra que tudo o amor arrasta.

A mim, a rima não mais me pertence,
mas toma estes versos em teus olhos castos
e o resto tu percebes em meus braços:
sou teu que um poeta sem amor não vence.

(João Paulo)

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