quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Borbolera e o Verso




Descobri que s pessoas que
amamo são que nem versos
e que os versos são que nem borboletas
- num bater de asas
Por isso, não posso aprisionar ninguém
Ou me aprisionar

Descobri que as pessoas vêm e vão
E assim é que deve ser
Todos devem ser livres
Com o direito de ir ou vir se quiserem
... e se voltar que voltem por amor

Descobri que não se pode
aprisionar uma alma pra sempre
E que as pessoas que amo
também podem ama outras pessoas. Devem amar
E que amar ou ser amado por alguém
não me dá o direito de ser dono dela

Descobri que durante toda a minha vida
terei que fazer escolhas
E que, quer eu queira ou não,
terei que conviver com elas.
... Mas nenhuma dor será definitiva
- a não ser que eu deixe

Descobri que uma única palavra
pode machucar - principalmente quem amo
E machucar não significa ser forte
Ser forte não significa estar seguro
E estar seguro não significa ter paz
Os meios nunca justificam os fins
O ciúme não justifica um amor.

Descobri que não posso fingir
que não existe dor no poema
E que há fome lá fora
É questão de tempo até que
a violência bata na porta. E eu terei que abrir

E posso até beijar mil mulheres. Cruzar mil pernas.
Mas descobri que só preciso de uma.

E o mais importante ...
Descobri que alguns dias
serão mais longos do que os outros
Mas cada noite trará uma manhã
- embalada em seus braços
E cada tarde trará um pôr-do-sol - pra mim
Sei que o meu filho precisará de um pai
Sei que o meu pai precisará de um filho
E eu estarei aqui.


(Ismael Alves)

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