quarta-feira, 25 de maio de 2011

A poesia se faz ...














Aqui, ali, acolá, em frente de casa, na mesa do bar
Em todas as praças, calçadas, veredas, bem na ribanceira do lado de lá
de cima do morro, debaixo do céu, sobre edifícios, aos montes e ao léu
Dentro do ônibus, fora na rua, perto do coração, tocando a lua

Surge de repente, sem regra ou sem pretexto
cria-se o contexto pra gente cirandar
vem devagarzinho, ou mesmo arrebatando
e chega afetando o modo do olhar

Na minha cabeça, no seu coração, debaixo do pé, correndo pelas veias
sem distinção ou escolha, sem hora, sem medida, a pedida de amores
tambores da dor, furtivas de cor, sem coisas alheias
mas de todo mundo, que seja um segundo, de muitos sabores

Surge sem avisar, e crava-se em língua
e cessada a míngua, transmite um pensar
que tod@s possuem, mas por vezes esquecem
o que não merecem, se trancafiar

Ela é sua, ela é nossa, feito a bossa que te encanta
ou um xote que desenroque até o amanhecer
quero sambar ou valsar, de platéia o luar
vibra pedra, te engendra, pra viver

É de todo mundo, é de cada um, é de ninguém
Mora sozinha, ou com todo planeta
força de um cometa, ou suavidade zen
não há quem resista a silhueta

Vem depressa, vem agora, do campo ou de outrora
ao fundo da criatividade, munida de todas emoções
Não há pra ela eleitos, isso não corrobora
com sua intensidade de energias e vibrações

Te transmite paz, ternura, doçura, desejo
ou raiva, tristeza, ódio e temeridade
mas sim felicidade também é ensejo
pras crianças de todas idades

Verbalize o mental, solidifique essa essência
cai na dança, sem medo, com toda magia
não se prenda aos paradigmas, resiliência
manifeste, infeste, socialize: a poesia

Permissão e coletividade; expressão, produção e liberdade
Tod@s juntos, expondo o pensar, o revoltar, o sentir
na mandala fez surgir e fortalecer horizontalidade
Somos enfim Sociedade dos Poetas por Vir

(André Café, com contribuição ideológica de Alderon Marques)

Um comentário: