terça-feira, 21 de junho de 2011

Saudade entra distâncias








Distância, inimiga do tempo. Atrasa e perde os sentimentos, deixando-os ocos e sem sabor. É a pressa, uma ilusão calculada, protegida por caminhos mudos, atrasando a felicidade de quem por ela passa. Há muito tempo perdido em uma só distância, por menor que seja. Há sempre um segredo escondido, por maior que seja. Há distância em pensamentos. Aqueles que nem o físico supre, já desgastou. Pensamento longe, casou-se com o tempo e agora foi embora, andando por aí, solitário. Deixou no corpo a lembrança, marca da distância!
Não dá pra andar colado, o junto fica perdido. Saiu sozinho, procurando a outra metade que partiu. Fugiu com a solidão. A distância não cansa, quão mais longe mais forte. A distância não cansa! Fica por aí separando os sons, os gestos, os toques, os sentimentos. Separando a gente. Dentro da saudade existe uma reserva imensa de dor, de querência e fantasia. Imploram, chegando mais perto para diminuir a distância, longínqua.
Sorte da saudade, que recebe atenção e companhia. Sorte dos amantes, dos gentis, dos nobres, dos amados, dos irmãos, que mesmo na distância ainda conseguem manter a carência viva. Saudade de tempo, de pele, de olho, de frente. É o único motivo pra voltar.

(RosseaneRibeiro)

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