segunda-feira, 27 de junho de 2011

Confuso





Eu te vi assim de mansinho
chegando como qualquer pessoa
e foi assim devagarinho
carregado de carinho
que a vida ficou boa


No começo só um olá
mais com pouco um tudo bem
e passamos a perguntar
todo o dia o quê que há
de fulano fui pra alguém


Nossa história que beleza
se fez linda amizade
de verdade com certeza
com força e leveza
a pura simplicidade


Te ouvia atentamente
e ligava toda hora
pra sempre te ver sorridente
o que me deixava contente
ter pessoa que me adora


e assim ficando juntinhos
meu coração aqueceu
que depois de descaminhos
por tempos e tempos sozinho
no amor negro se perdeu


mas te via a suspirar
por quem nem te conhecia
que a vida foi desprezar
e apenas com o olhar
te causava uma dor que ardia


mas contrário você que pensa
que isso a deixava em pranto
pra ela era recompensa
sentir desprezo e dispensa
como se fosse encanto


queria ela acreditar
que isso era apenas parte
pois pode ele se esforçar
e logo se deslumbrar
com aquilo que era descarte


eu que ao seu lado estava
sabia que lá bem no fundo
sozinha ela chorava
e nunca ela encontrava
verdade, amor profundo


e eu sôfrego e irritado
olha eu aqui te imploro
pra que deixe logo de lado
amor por rapaz tão mimado
por que por você eu choro


E eis que um dia coragem
levanto-me de sopetão
te encontro e nem peço passagem
declamo o amor em mensagem
exponho o meu coração


E olho bem eu seu olhar
erguida a mão pra você
e segue o desenrolar
você desfaz o sonhar
e pede pra esquecer


Me diz que confundi tudo
que só temos uma amizade
o meu semblante mudo
o que fiz? foi absurdo
momento de insanidade


perdão eu te peço chorando
você diz tudo bem acontece
e os dias seguem andando
e sigo ainda amando
então ela desaparece


vem tempo e assim se faz
que de tanto tentar conseguiu
namorar com aquele rapaz
mas carinho não tem mais
só amor louco e servil


te reencontro como um sonho
abraço apertado e forte
e me diz em tom medonho
que sua dor não há tamanho
no amor nunca tem sorte


e me diz ainda em choro
que confuso é o amor
que a vida canta em coro
que escolhe ao namoro
alguém que lhe traz dor


e quem feliz te quis
o que foi você fazer
lhe deixara infeliz
e a vida contradiz
o lado do sofrer


eu perdido também em pranto
mais uma vez me dispusera
procurava o encanto
mas ali só o recanto
vislumbre se fez quimera


se pudesse ela voltar
pra naquele dia certeiro
ela ía arrebatar
de uma vez com um olhar
meu coração mandingueiro


mas falei que infelizmente
não estar mais ao alcance
porque eu era contente
de amor e bem presente
no passado jaz a chance


ela ri descompassada
"perdão pelo abuso"
e diz ali deitada
volta e meia com a risada
que não era eu confuso


(André Café)







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