quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desenho





Não sei desenhar.
Pego o carvão.
O pó da arte.
Desenvolvo as linhas.
E os traços são emaranhados.
Retorcidos como galhos.
Ondulados.
Montanhosos.
Abismais.
Não sei dançar.
Só posso ver desenhos.

(O baile das ervas
O perfume do poema.
As letras das telas
As entrelinhas dos afrescos.
Esculturas versejadas.)

Dorme o poema,
Não sei desenhar.

                                                        (Inefável Maldito)
Ipirá, Paraíso Real, 06 de março de 2011


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