terça-feira, 20 de setembro de 2011

Chorou por um amor indolor

Parecia tonta. O vento soprou-lhe a nuca, mas não houve resposta. Chegaria sem tom, sem cor, sem amor. De longe um olhar qualquer. E no instante em que não a música não tocava seus olhos, desciam lágrimas dançando naquela tez linda, e de perto perguntaria sobre qual sufoco ali se perderia. Saberia ao menos que era uma dor muito forte. Uma raiva que debruçaria ali mesmo, em uma mesa enferrujada e, serviria de alívio ver até sangue imacular sua incolor verde alma. Caminhava em passos curtos, tímidos, trêmulos, devagar até mesmo para controlar as mãos, que passeavam pele pele, esmagando as lágrimas. Em que mais se transformaria essa chuva de dor? A resposta estava do lado, escondida, ou talvez nos olhos mesmo, e eram tão vermelhos. Haveriam de ter falado a manhã inteira.


Não estarias tão desolada e apagada por qualquer condição. Ide ao encontro até o final, respondendo ao pensamentos e à expectativa, que silenciava e guardara às claras, todos os indícios do motivo tênue que lhe apertara. Continuara sua caminhada ao circo que em sua frente estava. Continuou com as lágrimas e, suavam a alma, sua incolor verde alma! Talvez, alguém ali, naquele ambiente criado,frio e armagurada, confessaria-lhe que, sem engasgar a voz, de amor sofreria, sobreviveria, a partir dali...


Saberia, mais uma vez a solidão teimou em seus lençóis. E dessa história, que não quis ser boa até o fim, viveu-se mais de dor do que de glória. Conhecia os passos da caminhada e, não quis entender que repetiria as mesmas falhas de antes, que eram dele e boas demais para se acabarem nela.


É uma pena ser sem controle quando o que se têm pode ser a vontade de alguém. As queixas da madrugada, reabriram feridas sem doer, e queimou sua carne, que habitava no peito dele, quisera ela. Sua carne crua pulsa, vive e não escolhe por quem irá sofrer. É uma pena, minha amiga, demorar tanto para esquecer que o fim chegaria, porque trocaria-te pelas rezas do amanhecer. Entre seus olhos, eu podia ver que tudo o que escorria em sua tez. Era resto do que havia naquela vida. Quem me dera não tê-la visto tão desapontada. Mas que pena, não devias chorar tanto pra escapar da dor, pra esquecer que um homem não te deu amor. Sei que de amor padeceria, gritaria, correriia, seguraria as mãos dele. Chore ao lembrar das noites boas, da cama cheia, do gozo farto, dos beijos dados. Não chore pela falta dele, dos beijos não dados nas manhãs vazias, do sentimento quebrado, do seu lado vazio. Não chore por ele, que já se foi. Chore por você que ainda jaz aqui. Que tudo isso seja para não lembrar nunca mais ao olhar a cicatriz que lhe fez.


Não chores, amiga, quem dessa vida te merecer, valerá a pena fazer tudo acontecer. Com uma mão amiga em seu rosto, os olhos já brilhavam ao amanhecer. Quisera eu, não fosse dela, a minha dor. Quisera eu não ter-lhe avisado que aquele amor um dia já foi meu. Eu disse a ela : - Excite-se em outra vida, resgate o que lhe faltou.


As lágrimas não se foram, ficaram ainda mais fortes. São lembranças...

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