quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sonhos de poeta . (e suas mazelas)



“Sonha, poeta, sonha! Ali sentado
No tosco assento da janela antiga,
Apóia sobre a mão a face pálida
Sorrindo - dos amores à cantiga.”*


E até quando ?
Até quando sofreremos nobres poetas ?
Até quando linharemos sobre nossas mazelas ?
Até onde aguentamos ... ?
Vê a ti
Não percebes que cada palavra de traduz ?
Não notas o quão ao desfecho te conduz ?
E faz de ti uma anotação só .
Uma nota de piano ao pó ,
Se larga e escreve sobre tudo no mundo .
Se perde , moribundo
Em uma vida que julgas ser apenas palavras .
E amas , porque poetas amam .
Não alguém , mas algo .
E se perdem nesse amor , pobres náufragos ,
E vai linhando até não poder mais ...
Sofres , amas , sofres , se julga capaz .
E repete tudo , para no fim uma nova poesia linhar .

A girl with kaleidoscope eyes

*Álvares de Azevedo

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