domingo, 25 de março de 2012

Peço Ciencia


Perdi minhas sapatilhas
Descalça me encontro sozinha, como uma ilha
Fazendo todos os possíveis tipos de simpatias
Para que eu saia desse mergulho deserto de todos os dias
O tempo sumira, mas já fora meu aliado
Constante, inconstante como claro da luz não me pertence mais
Passo nesse escuro do nada abandonada, ferida
Entorpecida pelo o véu que me cega no nude da vida
Estou sobrevivendo entrelinhas sem um continuo começo
Perdi, perco e vivo me perdendo entre atos naturais
Da minha essência que me completara, como a rede na varanda
O violão, a comida, a grama, o beijo da vovó, o quintal
O sonho de criança, o carinho matrimonial.
Agora vivo entre poetas, me alimentando de poesias
Clamando mais uma estrofe
Sonhando entre rimas
Suplicando o doce sentido da vida que me pertencia
¬- Por favor, alguém liga os auto falantes !
Estou com retorno, mas não ouço minha voz.
Quero falar que eu preciso de ritmo
Quero um dos pares das minhas sapatilhas
Quero poder amarrar as fitas entre meus pés
Como a vida que me amarrou um dia
Quero ficar, me fixar, me sentir
Quero expirar, inspirar e fingir
Quero soltar ,cantar e quero tambem impedir
Quero me envolver, comover e devolver esse quero
Preciso me achar, mesmo que no inverso
Eu preciso mesmo me encontrar e voltar a ser a menina mulher que era antes
Antes mesmo de quando eu apenas queria e nem de longe era algo semelhante
Preciso dos meus poemas e de amigos
Novos ou antigos
Quero não perder esse desejo de tanto querer, apenas querer
Estou sendo como um vetor
Seguindo na direção
Que a vida tende a me levar
Resultante de uma teoria ate então desconhecida aos meus pensamentos
Incompreensível como a minha não voz
Mesmo sem rumo correto esse nítido querer devia me trazer de volta a tona
De um efêmero lugar .

Myrla Sales ))

2 comentários: