segunda-feira, 30 de abril de 2012

Morfina




Estou cansada
Precisando daquela dose
De animo
E prazer
Que só você possui
Viciou-me aos poucos
E me deixou louco
De desejo
De você
E agora deixa-me
Em prantos
As traças
Sem nada
Nenhum gole
Ou gota
Do veneno
Delirante
Da sua boca

Nynna Zamboti

Decolagens















A vida é uma eterna viagem!
Numa hora estou no céu,
Noutra, estou no chão!
Nessa ponte aérea que a vida é,
Nem tudo que é passageiro, passa.
Há quem passe,
Há quem fique.
E como em todos os vôos,
Aperta-se os cintos nas aterrissagens.
Decolagem, aterrissagem... 
Decolagem, novamente!
Céu de brigadeiro, ai vou eu!

(Weney Neco)

Faz de conta


É só faz de conta:
no mundo dos sonhos e pés no chão
o riso desarma as solitudes
atos simples, gestos suaves, impactos de ordem desmedida
e não diga nada, apenas deixe a dança fluir
e flui, como se não houvesse sentido o espaço de repouso, sem movimento
entre dança e sorriso, a palhacinha salta, flutuando em pensamentos felizes
que horas explodem em multicores
mas em preto e branco, marca como suspiro de saudade
o riso, a dança e o sentido, embalando o fim de tarde

André Café


Já vi demais
percebi demais
Vi as flores caindo
Vi borboletas morrerem em 3 dias
Vi seu rosto estampado em todas as paredes que possam existir
Vi o nascer do sol de mãos dadas
Vi além de meus olhos
Mais nunca vi nosso amor florescer...
Assim como as flores caindo vi seus olhos se afastando
Assim como as borboletas não durou mais que isto nosso amor
Mais seu rosto era nítido em mim
O sol sempre nasce todo dia,são os dias que queria estar ao seu lado.
Mais meu coração não pode ir além não por alguém como você
Por que nosso amor foi amor de carnaval
não me leve a mal mais, pra mim foi mais que banal
Amor que dura menos de uma semana não me prende.

Allana Káss.

Meu sonho




No silêncio
Da noite,
Refaço
Meus
Planos,
E sem
Desenganos
Espero
Por
Ti.

Nessa
Ânsia
Louca
De ter-te,
E Deter-te
Em
Meus
Sonhos.

Até
Que
Essa
Noite
Se faça
Porvir

TE AMO.
Fernando Magalhães Alves. 27/04/12

Parcelas suspensas no mundo do ar: da humanidade que chora


Não chora o oitizeiro a seiva sangrada da lâmina devastadora
não chora a onça da pele rasgada de bala de doze
não chora a terra desavisada do lixo esquecido sobre suas veias
não chora a água do sumo nocivo de óleo e espuma

não choram fauna e flora, céu e mar
não chora o barro da origem
nem anjos e elfos, nem magos e duendes
não chora o ar, nem a aurora libertadora

no alvorecer da guerra entre a Terra e humanidade
chora o homem, em coro, sozinho, caiado caído
lágrimas de solitude, sem peso numerável
rasgam a tez, marcam feito fogo a memória
e feito fogo pedem passagem para a vida seguir
no caminho por vir, para sonhar e evoluir

André Café

Metano ...

Stephen Lam/Reuters

Somente o cálido perfume de laelias despedaçadas
amuando a caótica respiração de metano
o gás que inflama, declama território em meus pulmões
e só desce doce ao passo do amargo da saliva quente

Dona solidão e seu arquétipo mal resolvido de fim de tarde
por que invade o ser fadado ao relento?
inspirando ilegalidades esquecidas nas entrelinhas da constituição
então só resta o descompasso da dança ensaiada como grand finale
Um salto ao paraíso lacrimejado nas propagandas
um mergulho infinito nas melodias encantadoras
um uivo perdido em canções de Marte
somente o cálido perfume de laelias despedaçadas
um sorriso e um copo de vinho seco
para o deleite do corpo em chão de titânio

André Café


Chove ...


Um cheiro bom de terra molhada pela janela
nenhum apego para viver mais um dia
apenas me descansar entre pensamentos e olores

o chão seco agora triunfa bebendo a água da chuva
que turva tanto o horizonte quanto o altar dos meus desejos:
deitado, me abnego do dia
quem sabe aguardando também torrencial providência
para lavar de mim as indagações, para leva de mim os desesperos
para livrar de mim o véu do ardor

chove, turva e infesta meus sentidos
é a natureza conspirando minha cura
é minha cura sendo o último ato em vida

André Café

domingo, 29 de abril de 2012

Monologo III



O que me aflinge ?
Entre as paredes frageis
O devaneio de um torpor calido
E dois corpos palidos
Aprisionados na minha solidao.

O que veria ser esse tormento em minha vida?
Penso nos destrocos causadores de coracoes vazios cheios de misericordia
Transtornados entre as vielas de mundos obscuros a procura de uma cor, para colorir a melancolia absurda de olhos insensatos
Beneficiando uma tristeza para meu ser
Fazendo uma ponte na razao da minha ociosidade.

Porque eu a protagonista ?

As estradas estao estericas
Inconsoladas com a minha negatividade para vida
Sangrando em overdose ,gemendo entre o frenesi de suados toques em momentos de extasi
Eu instavel e nao permanecendo nessa dimensao mato cada semblante por viver sem gozar da soberania do prazer .

Myrla Sales 

INTERJEITOS



Marminino
Rum hum!
Han ran!
Hum!!!
- Um?
- Nenhum!
Arr maria...

POR ALDERON MARQUES

DIA 29/04/2012

Band à part


Quem disse que amor é único, exclusivo de um solitário apenas?

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Amor em três partes,
dividido, fracionado
destes violentos, déspotas, arrebatadores,
Uma paixão lancinante em arte,
dando voltas do mundo em tripas
envolto em amor em farpas
fragmentos em breve gozo
sem promessa ou oceanos
orientes em terras áridas 
o mistério rodopia
sem sentido
sorrindo
brincando
felizes
irreverentes
ardentes
amando-se 
sem paciência
tornando-se suave
tornando-se esperança
em forma de harmonia 
vagando no cântico das almas perdidas
penetrando fundo as brechas proibidas
e todas as juras sem fim de um adeus precoce.




Raíssa Cagliari; 29/04


Ps. Véi, qual é o meu problema?

Verso leviano




Seu sorriso entra por um abraço
sua pureza simples, 
verdade.
Insistente natureza em corpo
seu abraço me conhece,
e nem posso ser oferecido, 
ou digno.
E à quem conhece o meu amor em bruto
no recôndito em que me oculto
transpirando pelos poros em poesia
e aprendizado insistente do mundo 
com paixão
com verdade

Lembrarei tua face
como se houvesse conhecido os sons de seu olhar
o corpo em beleza ainda juvenil
como se a luz do sol acariciasse a erva em um recanto desconhecido
como se os sons do pensamento se entregassem e
fluíssem por um caminho imprevisível.


Raíssa Cagliari; 29/04


Poesia sobre a vida


Com carinho e vinho 
à Amedeo Modigliani


Cantarei alegremente
à embriaguez e destino
sumirei em vertentes
em ruas de terra e transe
São joão escandente e abóbora
no arame farpado, o orvalho.

A luz da cidade, o trilho do trem
tomarei sem saber o caminho
com os dentes cheios de fuligem e vento
o rosto, o gavião mergulha
em meu poema.

Como turbilhão de palavras
as verdades hipnotizam os sentidos
e a insensatez não me permite
desistir jamais
de ir a um lugar desconhecido
cujo sabor guardo na boca
como fruto proibido que se repete
mas jamais me basta.


O que a fruição de uma obra de arte proporciona
é um perder-se 
de si mesmo.




Raíssa Cagliari; 29/04

sábado, 28 de abril de 2012

Infância




A Infância tem cheiro de livros mofados na biblioteca,
tem as marcas dos dedos sapecas na vitrola
tem o som do mar entrando nos ouvidos
tem a visão da natureza tranquila
tem cheiro de pão fresco da manhã feito pela nona.

Infância tem gosto doce de vinho misturado com água, 
se traja de vestidos sujos de terra e flores do quintal,
tem machucados da bicicleta rosa com lilás, 
tem alegria dos risos altos na grande mesa externa
tem o bater de um coração desesperado pelo macarrão e almôndegas do almoço... 

A infância é caçula, tem o abraço de todos os fratellos, 
o carinho dos pipos,
 a amizade dos pagliaccis dos primos;
Infância caminha de pés descalços em pedrinhas brancas, 
tem o abraço forte de papa e o cheiro gostoso de mama,
tem os conselhos do nono, tem o colo do tito,
infância tem cheiro de pesseguêira florando,
tem o pisar descalço de uma calçada colorida de folhas rosas,
tem o frio acolhido de uma São Sebastião esquecida... 

A infância se cansa fácil no fim da tarde preguiçosa,
no colo de nono, com carinho. 
Se amarrota antes do jantar.
A infância leva bronca e chora de mimo sonolento,
mas desperta com o cheiro de Raviolli quentinho.

Infância era nada mais, nada menos, que um dia de domingo.




Raíssa Cagliari; 28/04

#ContraoAumentoTeresina







Minhas mãos ainda estão trêmulas e a muito custo que seguro as lágrimas. Meu corpo todo doí e ao menor ruído fico sobressaltada. Estou com os nervos a mil. Tudo que vi hoje, sinceramente me parece uma cena de filme.
Não parece que estou na mesma realidade de dantes, não me sinto no mesmo local, é como se eu apenas visse imagens projetadas em um lugar aparte de tudo. A todo momento ligo pros meus amigos para saber como estão e me espanto quando o telefone toca, sempre me perguntando: Quem dos meus amigos ta machucado ou preso?!
Minhas amigas estão falando comigo, me ligando, pra saber se estou bem, mas não consigo responder direito, porque to chorando agora.
Me sinto uma inútil, como se não estivesse fazendo nada. Sei que estou fazendo o que está ao meu alcance, mas ainda assim me sinto de mãos atadas. Queria poder arrancar as pessoas das mãos do policiais e fazer eles pagarem por tudo. Fazer as pessoas enxergarem tudo que está acontecendo.
Queria dormir, meu corpo pede descanso, depois de tantas dias de caminhada, de sol, de fome e sede. Mas minha mente não deixa. Imagens de mulheres sendo arrastadas pelos cabelos como animais, idosos agredidos, jovens pisoteados e minha própria imagem borrada dos acontecimentos, não me permitem dormir.
Minha amiga acabou de dizer que não vai para o trabalho amanhã, porque não aguenta ver tudo isso que aconteceu hoje e ficar em casa sentada.
Queria que esse sentimento se espalhasse como rastilho de pólvora, ou como o spray de pimenta que jogam todos os dias na gente, em toda a população teresinense.
A forma arbitrária e brutal de como a PM agiu hoje, me deixa de tal forma enojada que até eu me sinto suja. A PM jogando spray e soltando bombas nas pessoas que estavam no Bom Preço, pais de família e trabalhador@s que estavam apoiando o movimento. Meu amigo chega e me diz que um senhor (vendedor de picolé) disse para a polícia que eles não podiam agir daquela forma, que era errado. Não foi preciso mais do que isso pra um deles dizer: "Ah, posso não!? Pois leva logo esse aqui também!".
O estopim de lágrimas veio quando me disseram que uma jovem, atingida no olho por uma bala de borracha, podia ficar cega.
É isso que chamamos de democracia?! Não foi isso que aprendi inocentemente na escola.
A mídia cada vez mais tenta colocar a população contra os manifestantes.
Sou estudante de jornalismo, e por vezes tenho um enorme nojo da profissão. Sabemos que a mídia é comprada, sei também que tem uma galera que depende do seu emprego, sei que tem gente tentando mostrar o outro lado e sei que um dia posso ir parar em um estágio em um lugar como esse. Se for pra fazer um jornalismo assim, sei que vou ter que fazer vestibular de novo ou ficar pra sempre na barra da saia da minha mãe.
Agradeço imensamente aos comunicadores (incluo aqui os fotógrafos, repórteres, blogueiros, "tuiteiros", "faceboqueiros" e independentes de plantão) que estão do nosso lado, mostrando a realidade dos fatos, e não como essa mídia vendida vem fazendo, nos criminalizando e retaliando.
Acabei de chegar do sindicato, onde estávamos (ainda tem gente lá) produzindo notas e matérias e, dentre outras coisas, esperando noticias dos advogados do Fórum (vale um parabéns a eles, que estão fazendo um trabalho belíssimo) que tentavam soltar as pessoas presas, que os policiais tentavam a todo custo mante-los lá, passando por cima de legalidade. Quando o Coronel James Guerra anunciou o preço de 10 salários mínimos pro cada preso, como fiança. Isso não era da alçada dele decidir.
Cada ligação era um susto, cada informação desencontrada era aperto no peito sem saber quem realmente estava solto ou machucado. Nem a cara podíamos colocar do lado de fora, pois tinha policiais rondando o local
Hoje vi um massacre. Da ordem, da democracia, da cidadania, da HUMANIDADE!
Sinto que ainda temos que caminhar, mas nossa luta tenho fé, será vitoriosa.
Tudo isso me deixa enojada, e me faz refletir sobre a conjuntura de tudo, sobre a sociedade que vivemos. Até antes pensei que vivecemos em uma comunidade que chamávamos de CIVILIZADA, mas depois de tudo que tenho visto e vivido esses dias, sinto que na verdade o tempo das cavernas está ditando tudo e dentro de tudo, como um animal acossado que foge loucamente quando arrebentam sua coleira.
Quero poder correr livremente e gritando que conquistamos nosso intento, vamos fazê-lo.
Nojo e sentimento de impunidade, define esse meu momento.
Queria um abraço nesse instante para fugir um segundo dessa realidade, fingir que foi tudo um sonho ruim. Queria dar um abraço em todos os companheir@s que estivem ao meu lado em várias lutas da minha vida, e nessa do ContraOaumento mais ainda. Abraçar aqueles que eu não conheço, mais que estão nas ruas todos os dias, na luta pelo mesmo ideal.
Desculpem se alonguei amig@s, mas senti a necessidade de desabafar.
Existem braços na luta companheir@s!
O meu está lá.
Sem mais forças para escrever.
Abraços.

(Doda Pereira, madrugada de 11/01/2012)

ps: Texto feito na época das manifestações em Teresina contra o aumento da passagem. No dia exato de confronto mais truculento da polícia contra os manifestantes.

Voz Insana?



Capaz de acariciar com um simples sussurro
E provocar prazeres muito alem do real
A voz exprime sonhos pela ingênua vibração do som.
Neste complexo imaginar que transcende a mente
Pela quebra das grades e da solidão do silêncio,
Proclama a beleza do gesto mais efêmero
E sutileza na mais intensa sensação.
Sublime expressão do desejo!
Transforma inocentes e profanos estímulos
Em instantes de celebração
Fixando sentidos, exaltando paixões.
Canta da delicia do beijo à indecência da fome
Eternizando lendas... Questionando verdades.
Fala de flores e canta:
Outro dia há de nascer!
Podendo elevar a saudade dos abandonados
Ou encurtar a distância de corpos separados
Com significado, a voz nos eleva ao sublime.
Sem sentimentos, é fadada a deixar de existir.

Por Dérek Sthéfano

Perder-se em sí mesmo...



Perder-se em sí mesmo...

Deitou-se na grama, o dia estava quente, e os ventos quase não sopravam, dando a impressão de que o mundo havia parado de girar e permanecia inerte, resfolegando sofregamente, para em seguida recomeçar a eterna marcha circular.
Suspirou e contemplou o céu com olhos assustados, a imensidão azul mostrava-se, despudorada, esnobe,intangível, exalando superioridade. Não pôde deixar de perceber sua insignificância, sempre sentia-se assim diante de coisas imensuráveis, onde podia se perder e nunca mais encontrar-se.
Fechou os olhos e reencontrou-se como ser humano, voltou-lhe o ego e as vontades reapareceram, suaves e intensas, vasculhou-se por dentro e sorriu, agradecendo por não ser profunda, nunca iria se perder, evitaria por todos os deuses, o céu, o mar e o amor.

Vitor Gois

UTOPIA ABORTADA









UTOPIA ABORTADA

Usurparam as cores do dia.
O nervo óptico é incapaz de tal percepção...
Tudo que vemos são neblinas
Do frio dia sem vida,
do mundo caquético...

A nudez das palavras
rasga as entranhas dos complacentes,
tornando frestas de luz em vis coitas.
O dia findará.
A penumbra desabrochara as sofisticadas incertezas.

Quem dera o filosofar
fosse a engrenagem dos desencantados.
As horas arrastadas
embairam as endorfinas dos pensantes.
Evasão dos sentimentos...

Os sublimes trovadores
Ganharam a moeda miserável
e descuidadas quantias de sorrisos gélidos.
A eloqüência insana traz devaneios
de quimeras elucidadas pelos anseios.

A ausência de decoro conduzira
a utopia abortada sem trova,
sem rimas, sem versos.

Camila Karen

Ofelíaco







Ofelíaco

Onde ele, ela
Onde há amor,desilusão
Onde há dor, loucura
Onde há beleza, Ofélia
Onde nada há, morte

Entregou-se, virgem,ao calmo rio
Cantando canções de velhas eras
E lá descansa, suave e tenra
Ninfa das águas, eternamente espera

A água antes pura, maculada de amargura
Lar da triste dama branca feito um lírio
Lágrimas da bela pranteando suas agruras
Lar da dama branca sussurrando seus delírios:

"Lembre-se de mim, meu bem amado
Aquela à quem seu amor foi um fardo
Aguardo silenciosa em meu sonho eterno
O belo dia em que te guiarei até o Inferno"

Vitor Gois

Definição


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É um pensamento que mora na forma,
um terror que mora no peito,
Esta coisa do amor e de seus defeitos,
Desobedecendo as definições poéticas
recriando as idéias geniais de si mesmo. 
Amor, coisa difícil de se instaurar
delicado, próprio e cheio de si
facílimo de se quebrar
como cristalino em perigo.
Uma experimentação insuspeitada do tempo,
uma estória cálida de vida
uma ocupação de espaço 
um torpor que separa nós
de nós mesmos.
Um vazio.






Raíssa Cagliari; 28/04

Sou a minha poesia


Eu sou meus atos
logo eles trazem
em si
sua total justificação!



Não digo que sou má, 
maldade é de quem diz
Só tome cuidado comigo, 
mas não por maldizer. 

Sou de raça indomável,
de coração quente,
de braços, pernas, boca
que se movimentam rápido.

Criatura confusa,
Sagaz e inestimável
que deixa deixa rastro de ânsia por onde passa
que se agita e fica nervosa com os planos que traça
em conjunto da ideia temerosa do fracasso.

De cabeça afoita
de energia louca,
de imaginação fértil.
Sou menina,
e um tanto poesia, 
sou astuta, 
e um pouquinho perdida.

Raíssa Cagliari; 28/04

Indentifico-me

Eu trai, menti e fingi Mas hoje lhes falo a verdade Com o rosto enchugado O semblante mais limpo Com meu ceu intacto de sinceridade. Me joguei Me feri Mas estou de volta Para a vida de boemia Melaconcolica com o meu amigo Byron entre versos me confortanto entre o candoeiro enfartado Rezando sem prece,mas sonhando em me suicidar Uma hora tenho um Deus que me acode Entre segundo me perco nas ilhas de um fecundo mundo desconhecido E entre acordes eis que surgem alguns segundos diabolicos,mas que confidencia meus tormentos e me ajuda com os meus delirios mortais. Mas acredito fiz isso por alguem Nao so para alguem. Assim consegui indentificar um pouco sobre a minha insana indentidade Que hoje volatil nao me condena mais Que hoje insensata me transforma sem cessar Que hoje entre instante clamara para que mais um copo possa virar. Um brinde a mim Um brinde para a minha sobriedade . Myrla Sales .

quinta-feira, 26 de abril de 2012

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Eu gosto de causar e gostar
Eu gosto sempre de gostar de gostar
Gosto do gosto que me tem
Do gosto que me teme
Do gosto que sempre me vem
Quando lembro de um alguem
Gosto do gosto amargo.
Do gosto do pecado
Do gosto de amores provados
E do gosto de amores desperdicados
Gosto de sentir o gosto
Gosto de me fingir para alguem gostar
E sempre fico gostanto por gostar
So para sentir o gosto na ponta da lingua
Me sentir a rainha do gosto.
Para me sentir viva provando,gostando e gostando
Nada mais a declarar .

Myrla Sales ))






Teus negros olhos
Teus lábios fartos
                          que chamam por mim
                          que clamam por meu corpo


Meu corpo ardendo e pedindo
                                              buscando teu afago
                                              querendo teu amparo


Procurando incessantemente
Teu corpo

                teu corpo
                               procurando o meu


Nos achamos por fim...
                                     e
                                          nos
                                                  perdemos
                                                                   em
                                                                          nós...

(Doda Pereira 26/04/2012)

Utopia





Utopia

Esse súbito de pensamentos
Que na minha alma se cria
Em lágrimas eu adormecia
Esquecer a tristeza é um talento

Desses amores mornos
De beijos frios
Em tantos desencontros

A minha alma cansada
Já se cansou de aventuras baratas
E almeja tão forte como a correnteza de um rio
Desenterrar um futuro sombrio
Viver de uma louca e velha utopia.

(Gabi)

Siga-me





Eu posso te amar
E ao mesmo tempo te magoar
Você pode sentir minhas asas te tocando?
Te protegendo?
Querendo te guiar?
Então não fuja, voe comigo
No meu mundo
Dentro do seu.
Vamos antes que o caos cubra o deserto de nossas almas
Antes que você me perdoe e não sinta mais graça
Antes que o medo de te perder me sufoque
E me apague.
Se desintegre em meu perfume
Sente antes do primeiro passo
E veja que eu só quero te amar
Te amar.
Te a m a r . 


Myrla Sales
Dia 26/04/2012

SOBRE VASOS E PLANTAS




VOU TE REGAR COM PALAVRAS BELO VASO
UMA HUMILDE CANTILENA ALI EXTRAVASO
PROFUNDO OCEANO FEBRIL, AGORA RASO
DEMOREI A ENCONTRÁ-LA AGORA EU CASO
CUIDO DE TI, CUIDA DE MIM, NADA É ACASO
FIM DO DIA, POR DO SOL AO LONGE, OCASO

PLANTA SEM CARINHO NÃO PODE SOBREVIVER
SENTIMENTO SE PLANTA, AGOA E FORTALECER
NÃO SE MAGOA O CAULE, SÓ ASSIM FORTE SER
RAÍZ FINCADA NO SOLO PRECISA DO UMEDECER
CADA SEMENTE TEM O TEMPO DE GERMINECER
E UMA PRESENÇA MARCANTE NA NATUREZA TER

AMOR PLANTADO, AGOADO TODO DIA NUM VASO
DURA ATEMPORALMENTE SEJA QUE PLANTA VIRES

POR ALDERON MARQUES
DIA 26/04/2012

KANDINSKY


(Composition VII)


ARTE ABS-JÁ-TRATA

KANDINSKY, SUA PINTURA.

HUMANA (EX[TRA)TA]

POR ALDERON MARQUES
DIA 26/04/2012

CHUVA




E VEIO COMO SE FOSSE A CHUVA
CADA UM PROCURANDO ABRIGO
PRÁ DELA ESCAPAR, SE PROTEGER
CAINDO E CAINDO COMO A LUVA

UMA INTEMPÉRIE, ALGO NATURAL
SE ASSIM ENTENDERES NÃO SOFRA
SINTA POR UM TEMPO PROTEGIDA
E A VIDA, CONTINUA BEM OU MAL

MELANCOLIA VIVIDA, CADA PINGO
ME AFETA SERENIDADE ADQUIRIDA
ENQUANTO SOLITÁRIA, PENSATIVA
SEMANA VOA TARDE DE DOMINGO

EU PERDOO ESSA AVILTANTE CHUVA!
POIS É BREVE, E QUANDO ELA PASSA,
O QUE ELA SEPAROU SENTE SAUDADE
E UNE-SE NOVAMENTE PLENA CURVA

POR ALDERON MARQUES
DIA 26/04/2012

Fui menina, voltei mulher




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Nos teus braços,
me deitei  menina,
fui leviana,
e por instantes, tua vida 
teu projeto, teu objeto.
Em tua cama
fui ensinada, amada,
cuidada,
entre tua pele e sabor
amei feito condenada.

Mas, no final de teu gozo, 
entre tantos prazeres
e nesse encontros de rostos,
de saliva, de dedos, de línguas
e nessa troca de fluídos e gostos
nesse tráfego de cheiros
e de loucos desejos, 
aí já não era mais menina,
muito menos tua vida
nem teu projeto... 

E então voltei mulher. 



(e daquelas feridas, muito loucas)


Raíssa Cagliari; 26/04

Doxomania

Do.xo.ma.ni-a; s.f. Paixão de adquirir, de cobrir-se de glória.



Não basta ser o último oprimido,
o último poeta,
o que vive e intercala as palavras
(doxomaníaca de ser)
em ações e demências... 
Não basta ser o detentor de trovas,
o verossímil,
o inatingível
não adianta as palavras mudas saírem de tua boca,
não importa quão limpo sejam teus dentes,
afinal, essa gente crente 
só vão acreditar no teu suicídio. 
(ou em seu prólogo)





Raíssa Cagliari; 26/04

O Sol feliz do Rio de Janeiro para Abel

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Tiraram o sorriso do teu rosto,
apagaram o teatro da tuas mãos, 
fizeram-de ti um corso,
um palhaço,
um tonto. 


As putas arranharam tuas costas,
tua cabeça, tão melancólica,
virou um túmulo de consagrações. 
Você se fodeu, Abel
o mundo te tornou um cruel
fizeram de ti, 
o besta mais fiel
à surreal realidade da avenida Brasil. 


Fodeu, Abel.
C'est fini, Abel.


Abel, repito teu nome,
Abel, desgraça em pronome,
O que fizeram de ti, irmão?



Estais com a corda no pescoço,
estais com a faca na mão
tu cais em latejo,
um sol de devaneios
com raios interlaçando uma insolação
nesse (in)feliz Rio de Janeiro.









Raíssa Cagliari para Abel Cagliari; 26/04

E ps: Porra Abel! Acabei de descobrir que você tinha razão: A única coisa que não abandona, trai ou desaponta, é o álcool ( e a morte). Vamos resolver isso com Hemingway.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não tem pau que quebre um Cagliari no meio,





Cuidou de mim desde menina,
me fez assim,
maluca e hiperativa. 
Pai, amigo, irmão,
tudo dentro de um só coração,
cativo, ativo, feliz
faz do mundo todo teu
e ainda refuta
"O mundo é pra quem vive."
e veve a completar
que na vida tem que se dá
toda energia do mundo.

esse Zé  que é filósofo,
esse mesmo que é o Zé músico,
esse que também é Zé artista,
esse Zé pai, 
esse Zé, ira. 
Esse Zé, vida.

amor paternal
fraternal, 
pai, meu amigo, 
incondicional,
meu laço, e riso. 


"Não tem pau que quebre um Cagliari no meio, Raíssa"

Um dia me dissestes, como um poeta ébrio, danado no sofá de camisola da tia, ironizando em tua volta:
"Preste atenção, menina.
Ser maluco não é sina, 
beleza é a vida. 
Mordê-la sem distinção,
vivê-la, como pura
Fazê-la somente tua."



Aí depois foi tomar uma dose de uísque e por Jefferson Airplane para enlouquecer o resto.


Raíssa Cagliari; 25/04

Eu tinha que fazer uma poesia, que mostrasse todo amor que tenho por esse cara que me deu vida, esse mesmo que em momento tão difícil, liga para dizer: "Existem as pessoas, e existem os Cagliari. E não é prepotência, é que a gente tem genética de ser diferente, de ser alma e de ser esquisitos. Beijos, e pára de drama caralho!"