segunda-feira, 30 de abril de 2012

Parcelas suspensas no mundo do ar: da humanidade que chora


Não chora o oitizeiro a seiva sangrada da lâmina devastadora
não chora a onça da pele rasgada de bala de doze
não chora a terra desavisada do lixo esquecido sobre suas veias
não chora a água do sumo nocivo de óleo e espuma

não choram fauna e flora, céu e mar
não chora o barro da origem
nem anjos e elfos, nem magos e duendes
não chora o ar, nem a aurora libertadora

no alvorecer da guerra entre a Terra e humanidade
chora o homem, em coro, sozinho, caiado caído
lágrimas de solitude, sem peso numerável
rasgam a tez, marcam feito fogo a memória
e feito fogo pedem passagem para a vida seguir
no caminho por vir, para sonhar e evoluir

André Café

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