segunda-feira, 2 de abril de 2012

Poema Cruzado de Ternura



Provocação: Edson Gonçalves Ferreira
Réplica: Dhiogo Caetano


Provocação:

O poeta que há em mim é atrevido
Tão atrevido que abre caminhos como se fosse Deus
Sim, porque Ele é a Beleza das belezas
E, assim, refletindo Nele, o meu eu-poeta se diviniza
Pronto para consagrar nossa humanidade
Essa que Ele assumiu até morrer na Cruz
Antes, contudo, consagrou a palavra
E, nas montanhas, cativou a todos
A exemplo Dele, o meu eu-poeta quer se perpetuar
Usando a palavra como flor.

Réplica:

O poeta é um artista, um artista poeta
O poeta é senhor das palavras...
Tem o dom de retirar a noção de tempo e do espaço do leitor
Promovendo uma viagem através do barco de palavras
Leva todos os leitores a um mundo fantástico das emoções
Sim, este é dom dos poetas:
Emocionar com versos e prosas
Arrancar da alma do ser mais insensível lágrimas, sorrisos, suspiros e saudades...
Ser poeta é exalar um perfume marcante e sem tempo
O senhor das letras leva a mensagem
Poesia é a mais pura arte
Realidade descrita com magia, ternura e compaixão.

Provocação

Sim, o poeta é mais que um fingidor
Embora Pessoa tenha razão
Ele, o poeta, sente todas as dores
E os que o leem embora sintam não assumem
O que torna a leitura do poema atravessada
A vida precisa ser cruzada de ternura
Um poema é a explosão de um amor
Eternizado na palavra-flor.

Réplica

Sim, o poeta é um apaixonado pela vida.
E nos fragmentos de um todo, descreve a emoção dos sentimentos.
É um sabedor de almas
Um encantador de palavras
Ser poeta é declarar e eternizar o amor/paixão
Levando o leitor para um caminho clarividente.
Semeando a paz pela paz
Eternizando o finito existir.

Conclusão:

É assim que o poeta cruza
A ponte longa da vida
Seduzindo quem o lê
Em nome Dele
Aquele que criou a beleza do mundo
Essa que o poeta procura fixar
Na pureza da folha ou da tela
Como estivesse escrevendo com sangue
Ele, pouco a pouco, se esvai
E morre, um pouco, em cada verso
Porque, depois de escritos, os versos dizem adeus
E poeta exaurido clama pelo amor à vida, à humanidade e a Deus.



Dhiogo Caetano - poeta, escritor, professor, historiador.
Uruana - Go

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