quarta-feira, 18 de abril de 2012

Resquício

Nuits et des nuits d'amour fou, puis retomber dans mon mensonge sereinement étagés un non-amour ou quit ce soit, l'écoute de la calomnie des autres, et avoir été reconnu coupable de quelque chose qui n'était pas à blâmer attendre un jour de plus, un jour, baisse de la santé et de confesser à son tout l'amour refusé à lui que j'ai entendu et peut-être même une seule fois, j'étais encore lui.


E me tomou da mão o copo de uísque! E logo depois o cigarro dentre os lábios por pura preguiça de procurar os seus. Dançou comigo alguma canção qualquer depois de todo álcool consumido e se abraçou ao meu corpo por simples vontade, com a desculpa de que a música lhe dava desejo de mover-se. Simplesmente tomou conta, apropriou-se, mas fez tudo sem perceber. Ou fingiu não perceber.



Era o vinho,
era o linho,
era o bolero,
era um tal de "quero"
de querer,
De querer mais
de ter mais,
de agir mais,
de comer-se mais.

Era vontade de viver,
era sede própria,
era carne quente,
eram noites dementes,
era.

Foi-se.
Pretérito pretensioso,
um tanto doloroso,
de memórias juvenis.

Era um passado,
um conto escrito,
Era ele,
o tal Destino.

Era o cheiro do vinho,
eram as noites de jazz,
era o sorriso lindo,
era o fugaz desejo juvenil.

Era o sexo, os puffs, os dedos
As mãos, os puxões, as mordidas,
eram os cabelos.

Era. Foi-se.
Destino, levou-lhe.
Fez de mim, à toa.

Tornou-se homemlargou de ser menino
viu-se nobre e virou meu desatino.

Era poesia,
era mística,
era tua,
era dia.

Era o coração que te dei,
era a paixão que te ofereci,
era aquilo que recolhi.

Era Brigitte Bardot e Alain Delon


Eram corpos desenhados em copos de uísque
delineados

bebidos.
refutados.
Era o movimento da lingua
a sussurrar palavras doces e transcendentais
Era amor.
Foi amor.


Les gens qui ne savent pas sa solitude, il peut aussi ne pas s’isoler de nous.



Raíssa Cagliari; 18/04

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