quinta-feira, 12 de abril de 2012

Se sou poeta


É cada reverso em meus poemas
se sou poeta, pelo que me move e resolve fincar-se no meu sangue
é dor crivada, recorrente, irreversível e amalgamada
nem no sibilo do torpor encontro o desenredo

se sou poeta pelo que me prende e amargura tudo o que provo
o que bebo, ou como, nem o mercúrio azeda
envereda o silêncio abnegado em pranto
poesia armadilha que sempre retorno

É cada verdade nessas tramas
das brincadeiras esquecidas e deixadas de lado
se sou poeta pelo que se sente, mil letras em um minuto
no suplantado ser humano em corpo

é poesia campo
que planto intempéries
na vontade de existir e exaurir
será assim, se sou poeta

André Café

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