sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sobre crescer I





Sobre crescer I


Acho que tem um momento em que a gente cresce. Ou é forçado a fazer isso. Temos nosso momento de “juventude transviada”, de “vida louca, morte breve” mais algo impele você para frente. A solidão te faz pensar, uma situação-limite te faz pensar, ou apenas o correr da vida te faz parar para pensar. Uma hora você para e pensa.
Talvez exista isso dá crise “dos 20”. Você se encontra no meio do caminho de tudo, do ser adolescente e ser adulto, do estudante e do ser trabalhador, do ser uma coisa que está ainda pela metade, que está esperando com o que se completar ainda. E não saber o que esse complemento.
Você não sabe do que gosta. Uma hora gosta de azul, outra hora de rosa. Gosta do sabor forte e ácido de um cajá, mas fica em busca da delicadeza do pêssego.  Quer sua independência e viver só, largar tudo e se jogar no mundo. Mas ao primeiro percalço quer braços, aconchegos e quer que façam tudo sumir. Quer ser “grande” porque você sabe de tudo, tem razão de tudo, questiona e critica tudo. Você ta sempre certo. Mas na verdade não tem certeza de nada, é inseguro, e tem medo de dizer besteira e “fazer feio”. Você nada verdade não sabe de nada. Ou sabe de algo.
São todas as angústias do mundo em cima de você. Sua família te pressiona e te cobra: E o emprego? Esse curso da dinheiro? A casa ta arrumada? A sociedade te pressiona e te cobra: E o namorado? Vai casar quando? E os filhos? Isso é roupa pra se usar? Seus amigos te pressionam e te cobram: Tu ta com essa pessoa? Quer experimentar? Falta à aula, vamos sair. Depois de tantas pressões você se pressiona e se cobra.
Antes você assistia sua aula, brincava na rua, fazia a tarefinha e sua maior preocupação era se ia chegar a tempo de assistir o episódio do Chaves. Agora você tem que calcular seu pouco dinheiro para durar até o fim do mês. Tem que ir pagar contas, manter a casa limpa, lavar suas próprias roupas, se virar na cozinha e se virar num mundo que não é seu. Sem pai e mãe para lhe ajudar em nada.
Não sei bem como é esse processo todo. Porque a gente ta crescendo sempre. Até quando a gente estiver velhinho a gente vai ta crescendo, vai ta avaliando e pesando decisões.
Não sei como é isso tudo, porque ainda to passando por tudo isso. To esperando e questionando tudo ainda. Outro dia penso mais sobre. Porque agora tenho que correr com algumas coisas.
Coisas de adulto.
(Dalila Cristina, 13/04/2012)

2 comentários:

  1. A dor de amadurecer. Sempre necessária.

    Parabéns pelo texto, Dalilda. Interessante esse blog. =*

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  2. Doda Pereira (Dalila Cristina):

    Sempre muito complicado, angustiante e sufocante, esse negócio de crescer Natália Guerra. Valeu, fique a vontade de desfrutar o quanto quiser do nosso blog, leia e releia a vontade, e se quiser deixe críticas e sugestões. :*

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