quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sentimentos espelhados


Mas que destino é esse, hein?
Destino de ficar só?
Destino que nos prega peças.
Sina?
Não, não precisa tanto drama!
Falta de sorte?
Não seria bem isso.
Bruxaria?
Dificilmente.
Exigências demais?
Também não.
Incompatibilidades e pronto.
Né, Oswaldo?
Não as mesmas incompatibilidades de outrora,
Mas ainda sim incompatíveis.
Ou igualdades?
Talvez igualdades.
Igualdades de sentimentos.
Mas também de receios.
Medos espelhados...
Em experiências espelhadas.
De pessoas espelhadas.
E agora...
Espelho quebrado?
Não diria assim...
Porque tudo tem que ser destruído
Quando não segue o curso óbvio?
Há outras vivências.
Há muitas construções!
Tudo por vir.
Quanta pretensão em finalizar o que ainda mal iniciou!
Mal...
Bem iniciou, eu diria.
Porque um sentimento assim não é ruim.
Porque um bem querer assim não é ruim.
Muito além do habitual.
Muito além do óbvio.
Muito além do racional.
Não era mesmo pra acontecer diferente...
Não sei porque não vimos isso desde o começo.
Mas eu sei.
Deslumbramento.
Muito deslumbre e brilho
Pra pouca razão.
E quem disse que a razão reina agora?
O coração é que fala mais alto.
Só que corações cansados.
Fadigados do passado.
Mas ainda corações!
Solidão? Que nada!
Ainda há tanto por vir.
E como falar em solidão
Em meio a tanta coletividade?
Almas abertas a amar,
A coletivizar,
A compartilhar.
Não há muito espaço para tristezas.
E a vida, como sempre
Continua!
Sigamos.
Juntos.

Hercília Raquel

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