terça-feira, 19 de junho de 2012

Neve



Vai surgindo uma perspectiva, tão nobre, pura e verdadeira
Caindo aos poucos em pequenos flocos, lembrando a neve.

Seu rosto tão uniforme, onde posso estampar sonhos.
Seu olhar tão misterioso onde posso viver em segredo.
Um nítido reflexo de mim mesmo, como um pesadelo
Sua indiferença, fria como a neve me levando a pensar.

Os dias vão passando e essa estranha vontade aumentando.
Os erros sendo cometidos naqueles cantos escuros
Onde eu achei que não existiam mais.

A neve vai cair, talvez seu branco, torne tudo mais puro
Leve para longe essa atmosfera de dores, medos e fugas
Onde abdicamos os dias em prol de algo que não vemos.

Quero me culpar, mas estou me perdoando.
Indo longe, sem chegar perto e sem saber parar.

De tantas escolhas não escolhemos
Apenas seguimos carregando, dúvidas e frustrações
Motivos para chorar, eliminando vários sorrisos.

De poucos em poucos, acreditamos que fazer alguém rir
Custa demais para prosseguir ou desviar.
Como a neve, que alegra quem sabe viver
E irrita quem vai seguindo sobrevivendo.

Falta uma mão entrelaçada, uma que não faça promessas
Mas que sempre vou saber que está por perto.
Indiferenças tão fria quanto a neve
Amores tão quente, igual ao sol, que volta para aquecer.

Bruno Luiz

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