segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fardo de nós



Até quando ouvirei o sangue de meu povo sendo sugado?
a fome do meu povo sendo ignorada?
a sede do meu povo sendo esquecida...?
a educação e a saúde sendo dizimadas...?
dói o coração, dói o corpo
dói a alma, a dor de meu povo
queria chorar e chorar
talvez a dor passa,
mas nem forças tenho mais
não me sinto cidadão
me sinto um castigado e desprezado
condenado pelo fato
de ter nascido em berço desfavorável
onde estão os revolucionários?
Onde estão os que sentirão a dor?
Há alguém que se importe?
Há alguém que se incomode?
Há alguém?
Que chore por mim,
Que ande por mim,
Que faça por mim,
Que fale por mim?
Sou uma esperança moribunda,
Que agora só espera o fim de tudo,
Que se extinguiu de tanto dar votos de confiança
A políticos que me deixam órfão
A homens que me estendem a mão para falar comigo
Dão tapinhas, me chamam de amigo
Mas quando se vão ao lugar chamado poder,
Esquecem e ignoram todo o meu sofrer
Estou sendo dizimado de fato,
E o que mais dói é saber que quem me dizima
É o próprio que me promete a esperança
É o mesmo que me pede um voto de confiança

Adália Tov

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