Poesia, como mulher que é,
Faz-se bonita sempre ao seu querer.
Faz-se métrica, quando opulenta,
Se faz rima, quando canção,
E come gordas estrofes, quando magro poema.
E a Musa tem barriguinha. Tem celulite.
Já dormiu bêbada, babou sobre o bloco de notas,
Sangrou mil versos quando chorosa,
Cantarolou trocentas sílabas quando feliz.
Como toda e qualquer moça, já caiu,
E foi letra pra todo lado!
Mas a danada é rápida:
Desajeitadamente levanta,
Penteia os cabelos,
Sacode o vestido,
E caminha,
Feito Musa que nunca tropeça.
-Mas se você, caro Leitor, olhar bem direitinho e com afinco,
há de notar um joelho ralado.
E que minha Musa manca.
Mas é linda.
E duvido que alguém duvide.
Sinto-me igualzinha musa...
ResponderExcluir