quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sobre caixas e amores


E então, abro a caixa
Que há tempos não o fazia
Enrolada numa faixa
Cartas, bilhetes, fantasia

E tudo de novo vem à tona
É como viver cada palavra
É como estar fora de zona
No meio do tudo, além do nada

Os poemas que escrevi e nunca mandei
Tuas promessas que outras não encontrei
Aquela letra sem forma
Dizendo que de toda forma
O que importa é o que nós une

Aquela música do Frejat
E a foto respirando saudade
O papel do bombom de coração
É a lembrança que entra e arde

Tanto cheiro, tanta cor
Tantas promessas de amor
A tua dor ali tão crua
Minha alma em letras, nua


Passam os tempos, as flores
E fica em mim a saudade
do que somos
do que fomos

do que quer que hoje fores.

















Fernanda Costa

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