segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sujeitos das ruas



O grande flash de luz que cega os olhos
Transforma a anomalia em rotina
Espalham-se pelos chãos de papelão
Organismos vivos, carne, osso e mais
Tratados não mais como tal
Voltando ao estado original
Como que feitos de barro
Sem nenhum pudor
Sem nenhum valor
Os olhos se erguem cansados
Das rejeições do dia-a-dia
As mãos trêmulas sustentam
Os poucos trocados ofertados
Há uma história em cada ser deitado
Lar, família, profissão e vida
Agora só lhes restam os estereótipos
De pobres mendigos a
Bando de vagabundos
Como num palco chorando miséria
Cujos benefícios recebem na coxia
Coitados de todo não são
Mas como nossos olhos
Também se acostumaram com a rotina
De terem a sobrevivência garantida
Não pelo suor, mas pela mão estendida
Sobrevivência nem sempre de vida
Mas de álcool, drogas e jogatina
Dos vícios que a sociedade repudia
E contrariamente dispõe
Como em outra via
Estão Livres e presos
Na eterna dicotomia


De: Jacy Coelho

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