domingo, 30 de setembro de 2012

Lajem - para Fernanda Lajes (in memorian)


A lajem da (injustiçada)justiça

 

Do alto daquela lajem,

você vê?

No futuro virá uma mártir,

do viver.

Do topo daquela lajem,

você ouve?

No presente veio um ecoar,

da psiquê.

Do cume daquela lajem,

você sente?

No passado vinha um agir,

do jazer.

Do patamar daquela lajem,

você fala?

No pretérito houvera um terror,

de sofrer.

Da hierarquia daquela lajem,

você crê?

No pretérito imperfeito do "indicativo" houvera um pendor,

imperativo do sistêmico porestar de cousas a perder.

Desta lajem

subiu e desceu

Fernanda Lages.

Desta lajem

subiram e desceram

projetos, planos, pessoas.

Desta lajem

subirão e descerão

ideias, pensares, sementes.

Desta lajem

subiriam e desceriam

ações, promoções, demissões.

Desta lajem

sobem e descem

dúvidas, medos, segredos.

Desta Lajem

emérita lajem

subsubida lajem

Cediça lajem

estranha lajem,

renitente lajem.

 

(Autor: Leniente poemante couriscado)

 

Sobre Poesia


Poesia é o que se vive e o que quer se viver. É um estado de liberdade que beira a loucura e fantasia. É caminhar por cordas bambas sem ter medo de cair, é acordar todo dia escrevendo sobre a vida como se ela fosse um sonho, mesmo não mentindo sobre o que faz dela um pesadelo.
Escrever poesia é estar fora de si sem estar em um outro. É ser um outro sem sair de si. É ser um, dois, três, quatro e até quantos mais e mais até a tinta esgotar.
Poesias são sempre linhas que dizem mais do que se lê, mais do que se vê e sempre menos do que se sente. Poesia é morrer estando vivo, é sofrer sem estar em perigo, é ficar preso estando livre. Poesia é o que não é, o que finge ser e o que não se pode ter.


Poesia é (também) escrever o que não existe. Poesia é ser e não ser.


(Rosseane Ribeiro)


Sociedade dos Poetas Por Vir.wmv

Pintura




Vou pintar um céu cor anil
Pra um anjo vir morar aqui
Com um jardim pra passearmos
E de jeitinho meigo, cultivar rosas

Vou pintar um anjo aqui
Para o céu fazer parte de mim
Com estrelas que brilham e encantam
E nas suas luzes caminhar

Vou me pintar aqui e ali
Entre o céu e a terra
Num jardim suspenso entre as estrelas
Com a lua a iluminar os passos
Caçando vaga-lumes com asas de papel

(Tody Macedo)



Não acho ponto, nem uma linha q ate um nó... 
foram anjos ou demônios que me fizeram regressar.
Apartado, apertado, 
desconcertado, felizardo, 
encantado...
Dois mundos, música e dança, gargalhadas e sorrisos, 
contando com o estudo e com o improviso...
Eventualidades gélidas...
Fotos congeladas na memória...
Contos que entra pra história!!!

(Tody Macedo)

Sapucaia - Passagem segura

Sapucaia - Menina Sereia

sábado, 29 de setembro de 2012




Tenho marcas em mim
Que só podem ser visto pelas lentes do amor
Porque foram feitas dele próprio
É um misto de partes
Um tecido remendado
...
Chegou um alguém e cravou um punhal
Tirou um pedacinho e implantou o pedaço dele aqui
Não fui mais o mesmo,
O pedacinho de mim ficou com ele
E o pedacinho dele ficou em mim

Assim são os amores-paixão,
São Amores porque te converte em outro ser,
São paixão porque são ardentes como o sol escaldante,
E eu sou só um coração,
Marcado, registrado, transformado em multi partes
Nem sempre iguais, mas sempre marcantes,
Eu sou um coração que aprendeu a amar
Pessoas amáveis,
Que aprendeu que não seria mais o mesmo
Desde o dia que aprendeu a trocar as próprias partes
Pelas as dos meus amores-apaixonantes...
Apenas as lentes do amor podem enxergar
As cicatrizes de quem ama,
Apenas as lentes de quem ama,
Podem ser sutis a ponto de ver esta verdade,
Este coração estas marcas do ato de compartilhar

(Adália Tov)

Certo ou errado?


Certo ou errado?
Apenas amou
E pela noite mergulhou nos braços
Do que aquele sentimento permitira
Não eram mais dois,
...
Foram um,
Em momentos sem fim
Marcaram a existência um do outro
E o errado, tornou-se amor...
E o certo?? O certo o amor concertou...

(Adália Tov)

Sabes...


Sabes...

Dejar de pensar en ti, es mas difícil que encontrar una flor en la luna
Dejar de soñarte es mas difícil que encontrar agua en el desierto
Dejar que mueran mis esperanzas es mas difícil que contar las gotas de lluvia...

...

Dejar de quererte es imposible
Negar lo que siento es querer tapar el sol con un dedo....

PERO QUERERTE....

Es mi último suspiro al terminar el día
Es amanecer pensándote
Es llevarte en mi corazón a donde vaya
Es detener el tiempo en una mirada
Es pintar un arco iris de alegría en mi vida
Es vivir mis días al máximo
Es no poder imaginar mi vida sin verte....

Pero sabes ni necesito buscar una flor en la luna
Ni agua en un desierto, mucho menos contar las gotas de lluvia
Porque todo lo que necesito para mi vida
Lo encuentro en tus lindos ojos
Tu bella sonrisa y un gran corazón como lo es el tuyo.

Aunque no se donde estas ni lo que haces y aunque los mares se sequen y mi luz se apague...nunca dejaré de amarte.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Anti-Horário



Até bem pouco tempo

Eu sabia onde você está agora

Mas os verbos mudaram o tempo

Os ponteiros erraram a rota...

(Alice Alencar)

A terra do agricultor



A minha terra,
eu gosto dela,
por isso mesmo que eu planto,
pois não há vida sem ela.

Foi ali que eu nasci,
E aprendi:
Que lá se planta semente,
como deve fazer toda a gente.

Eu vejo na rua
um agricultor.
e me diz:
É sempre bom ter orgulho
da Terra do Agricultor.


Por Áurea Valério de Sousa, 10 anos. Teresina-Pi, 27/09/2012

Parcelas suspensas no mundo do Ar: Ilumina o telhado


São outros tempos? Giramundo?
Outras Terras e Sóis? Entre o afago dos lençóis
descansa meu destilado corpo
não para um telhado iluminado
aquilo fora contratempo
que se tornou surpresa
ao fundo da pirraça e folia
é o espasmo fim do dia
abrilhantando o adormecer

Alguns pontos invisíveis pousando em meu olhar
que gritam em azul, lilás e fugaz
um sorriso melinificado na ponta da boca
e um sussurro pra qualquer Deus pagão
são notáveis pedaços
de um tempo suspenso
em que penso o nada como eternidade
entre o copo da saudade
e o corpo em poesia

E lá se vão séculos na queda da estrela
apenas para o meu deleite
pra sempre supernova
e nunca sobrevida
um sopro que me toma ao fim
para enfim
descansar sobre rajadas siderais

André Café

Haikai da força do sertão


É labuta servida
o chão, traz a pisada do sertão
da gente sofrida

mas que segue a luta todo dia
paixão, no calor do sertão
para um tempo de alegria

André Café

Boa noite, e se...



... se fosse amor de verdade, você me ligaria e não conseguiria passar um minuto sem me ver, e se fosse amor mesmo, o sentimento seria recíproco, e se... fosse? estaria comigo aqui agora.

Juliana Gomes

Identidade



Eram quartos, beijos e abraços
mentiras contadas aos passos
medo de se perder para se achar
tempestades em velas a não se apagar

a subterrânea terra do descaso
o caso do acaso que não evolui
a hora indo embora no cansaço
atras do velho sonho que não fui

antes fosse o predicado
o sujeito querendo vencer
o enredo, tempo,espaço...
a vontade de não merecer

tivera eu a papoula encontrar
adormecer, esquecer, viajar...
a flor de lótus semear
regando a falta do meu pensar

ainda verei girassóis
ainda sentirei espinhos
travando a batalha contra o dragão
luz, dor, centelha...

Rafael Gomes

Terror visionário



Nada é feito para durar
Sentado em meu crucifixo
Zapeio fora do tempo
A morte vem sufocar

Não sei mais sonhar
Sem tempo de imaginar
Insônia vai e vem
Big bang
Big bang
hora de comprar
Tv fora do ar

Nada o satisfaz
Vida programada
Mundo do faz de conta
Engrenagens disfarçada

Formigas que trafegam
Sangue na mão escorre
Coagulam e secam
Como uma segunda pele
Criam gotas de sacarose
Por favor, mais uma dose.

Ao ritmo do relógio
Uma vida controlada
Eles batem o tambor
Rima condicionada
Cobaia de Deus em algum lugar
Sem sorte, destino veio chamar.

De um prédio com torres de transmissão
Lá do sétimo andar tenho uma visão
De braços abertos vou pular

(Marcello Guedes)

Novidades de ontem



Inocência e inexperiência
Mesclados numa única pessoa.
Acredite, isso ainda existe
E por mais triste que pareça
Isso não é, de forma alguma, coisa boa

E a dúvida ainda ressoa
Ecoa pela minha cabeça,
Indagando sobre o que foi ontem
Perguntando sobre o que sou hoje
Questionando quem é você e o que quer

Inúmeras perguntas sem respostas
Só porque ontem me senti disposta.
Mais gente, humana, mundana
E menos diferente do que antigamente

Ontem me senti tão quente
quanto essa Cidade Verde;
Tão viva e bonita como nunca
Começando pelos tornozelos,
Terminando na nuca

Ontem, pela primeira vez...
Eu me senti.

Hannah Cintra

Tróia*



É preciso urgentemente um coração
Duro como ferro, mas que saiba amar.
É preciso urgentemente um coração
Que seja terno, mas difícil de quebrar.

Fomos vencidos, mas dos nossos ossos
Levantar-se-á uma vasta legião
De crianças negras, as mãos possantes,
Os olhos transbordando de vingança.

Das nossas cinzas, ó desventurados,
Anjos caídos tecerão estrelas.
Dos nossos gritos, enfrentando o tempo,
Os menestréis celebrarão a Glória.

Ergamos as cabeças sobre os muros
Do dédalo que cresce em nossa volta.
Andemos, semeando terremotos,
Gravando nossos passos no asfalto quente.

Forjemos asas de cimento e vidro,
Lanças perfurando a abóbada celeste,
E tragamos em nossas mãos banhadas em sangue
Tênues raios de sol, filhos bastardos do dia.

Tróia urge um coração, duro como ferro
Que nem Aquiles possa transpassar.
Tróia urge um coração, que seja terno,
Mas duro como aço e grande como o mar.

*Eu sei que não tem mais acento, mas quero deixar assim

Igor Roosevelt


Eu não sei fazer poesia
Mas a poesia sabe me fazer
E me reinventar
Cola cada pedacinho
Quando estou despedaçada
Cola um verso aqui
Uma rima ali pra alegrar
Quisera eu poetizar
Dar minha alegria
Minha dor
Para numa poesia se eternizar

Luana Elainy

O que é amor?



Quem ama cuida
Quem ama o outro, não o muda
Quem cuida não se preocupa
Quem muda vive só dela uma verdade
Desacreditando dos fatos da realidade
E nesse universo do amor
você nunca saberá explicar
Há menos que você seja o autor
Pois somos apenas ventríloquos
Controlados por aproximações do amor
Paixões e um toque de ódio
Pois nesses sabores do léxico dos amores
E aprendemos que não podemos viver nesse episodio
Sem o amor, por que faz parte de nós, mesmo não sabendo compreender ou medir sua utilidade

João Gleison

Eu não sei!



Um poema moderno
Eu não sei conceber.
Sem lápis nem caderno,
Sem papel pra escrever.

É como um amor virtual,
De que modo entender?
Como pode ser real
Se não se pode absorver

A pessoa pra si
Ou por ela se deixar
Por inteiro consumir?

Não sei, juro que não,
Como fazer um poema
Ou apaixonar o coração.

Giva St

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

No giro do fogo, vi teu riso


Não por um trisco rabiscado,
Ou mito do impossível intocável

Gotas que dançam entre a noite
Irradiam feito fogo as sensações
Rodopiam a mente em açoite
Ordenando o corpo às permissões

Do que se entende de felicidade
O riso estampa o desmedido

Façamos silêncio pra ouvir a explosão
Onde antes era repousar
Gruda vibrações de canção
Ontem, hoje e Deus dará

Velocidades de quimera feliz
Imageticamente anis

Toma-me de atenção
Eu, de prisioneiro pacato
Urrando alegria no peito

Rama, som e poesia
Ilusão vivenciada
Soma-se com a folia
O dia, o lume e a levada

André Café

Quem sabe hoje, quem sabe ainda

A simetria - Escher

Quem sabe hoje,
quem sabe ainda
finda
pra poder rodar de novo,
no giro do olho que devora o tempo
por roucos instantes de vontade
invade
quem sabe quinta,
quem sabe sábado
dado
suspensa ideia delirante de destino
sou eu e a ponta da lança sorrateira
sou eu bobeira, na dança do riso
aviso
não sabe o lume,
não sabe o frio
do arrepio que não causa
quando a brasa é o que treme
entre florais e demônios, o risco do sonho e a mandala de ti
quem sabe hoje,
quem sabe ainda
finda

André Café

Cunha Porá



Índia branca-flor
Olhos fechados para o Aram
Airequecê parece te observar

Teu irapuã escorre em mim
Afinando meu dorso no teu corpo
Quando Yamí parece cair sobre nós.

(Yana Moura)

TRILHOS




Meninos,linhas e pipas
ferrovias da miséria
no barulho do trem
verbos e favela.

Na janela do barraco
uma sombra de concreto
versos desiguais
da ferrugem social.

(Yana Moura)

Realidade ausente


Acordo de manhã cedo, e lembro de uma noite que ambos compartilhávamos
Ao cair de uma chuva, quando levamo-nos a uma noite leve de delírios.
Quando a alma já lembra como é amar e partir cedo.
Meu corpo, ainda quente te procura nas tranquilas noites,
Mas não te encontra, e a lembrança só se torna um sonho.
...
Ainda, lembro sentindo sua pele, seu cheiro que deixaste na cama
Que sente falta de sua presença.
Vejo os olhos procuram-te incessantemente.
Mas nada enxergo, a mente conturbada:
Eu estou só como a noite galopando os céus.
...
Meu corpo quente, ainda, te espera como na caça
Em que a fera se fere...
A fera lasciva, ávida, veraz e transpiram essa querência
E ausência.
...
Então, tento ser a noite explorando os cincos sentidos.
Quero sentir o teu corpo e revelar o estado sublimar
Que age sob transfusões de ondas e êxtase.
Acordo e vejo a realidade

Davys Rodrigues de Sousa - 18/02/05 às 17 horas

Jardim secreto



Saia do meu jardim, Sol intruso e deixai
Que a noite esconda dos ladrões
As flores que plantei.

Ainda que apenas os beijos do tempo
Arranquem-lhe o perfume e a cor,
Ainda que os morcegos venham violá-las
Como bárbaros em guerra,
Ainda que as crianças pisoteiem
Com os pés da negligência o coração dos lírios
E ainda que sucumbam ao peso
Insuportável da esperança,
Deixai-as longe dos olhos dos ladrões.

Deixai apenas que um soluço brando
Brilhe como uma seta no silêncio-escuro,
Fazendo mãos de gelo se mover no espaço
- O semelhante encontra o semelhante...

Deixai que o beijo incerto de um fuzil
Apontando para a face da noite
Encontre meus olhos repletos de insônia,
Velando o jardim secreto onde enterrei meus deuses,
Onde escondi meu pranto, onde encontrei meu corpo
E onde plantei meu coração.

Igor Roosevelt

Encontro com a Paz



Aparência perfeita.
Sob a mesa um belo, bolo de baunilhas.
Teu aroma provoca a salivação da boca de qualquer mortal.
A cada mordida o sentimento de prazer e paz.
Em uma fatia daquele bolo a essência sublime do sabor.
Sua composição de for delirante nos faz sentir-se nas nuvens.
Complexo bolo, suave, leve como a neve...
Aquele simples e complexo pedaço de bolo me faz divinamente encontrar com a paz.
O confeiteiro bravamente difundiu a sua arte de amar o que faz; de conquistar os seus degustadores, proporcionando a paz, com uma simples fatia de bolo.
Quanta paz, sabor, prazer...
Paz simplesmente paz.

Dhiogo José Caetano
Uruana, Go

Se eu fosse poeta



Se eu soubesse amar
Abraçaria teu corpo devagar
Com alguém que tentasse agarrar
Todas as gotas de um rio.

Se eu soubesse sofrer,
Sereno aceitar meu desprazer,
Não desperdiçaria embalde
A seiva dos meus olhos sombrios.

Se eu soubesse escrever
Te faria um poema de doer,
De arrancar nacos de nuvens
E fazer uma estrela esmorecer.

Se eu fosse poeta,
Desses que sabem falar de amor,
Gravaria na carne abjeta
A voz deste martírio abrasador.

Se eu soubesse existir
Passaria em silêncio como a brisa.
Meu coração, no entanto, agoniza
Pela glória impossível da vida.

Igor roosevelt

Quero paz!



Queremos a mansidão dos anjos a nossa volta.
Que a paz brote nos nossos jardins como verdadeiras ervas – daninhas que se alastram de noite e dia.
Que o amor reine na vastidão deste vasto mundo.
Que os homens ricamente difundam uma mensagem de paz.
Paz pela paz.
Paz em nome da esperança, da justiça e da verdade.
Paz em nome da arte de viver,
Quero a nossa, vossa, a eterna paz.
Que como um tufão a paz ricamente invada todos os corações, transformando o nosso mundo.
Quero paz!

Dhiogo José Caetano
Uruana, GO


Desconectados



Os Conflitos Sentimentais Em Meio a Maestria da Natureza



O silêncio das nove anunciava um conflito sentimental.
O tique-taque do relógio soava.
Os cachorros latiam.
Os sons dos carros provocavam o causo em meio à calmaria daquele lugar.
Fazia muito calor.
Na lembrança o passado revivia.
Lembrava das flores do meu jardim que não mais existiam.
Das pessoas amada que por diferentes motivos não mais faziam parte da minha vida.
Do prazer surreal que na noite passada me consumia.
Lembrei da infância, dos momentos difíceis de uma vida marcada por muita dor, solidão, injustiça, medo e descaso das pessoas que ali existiam.
Em meio a minha casa ecológica em um espaço totalmente urbano, pensava e contemplava as estrelas que no céu avista.
Sentia uma solidão profunda, um desequilíbrio da alma.
Buscava forças de Deus e do universo para suportar.
As lágrimas jorravam dos meus olhos negros, e profundamente assassinados pela ilusão de uma existência.
Que frio sentia naquela noite vazia.
A solidão me consumia.
O desespero falava mais alto e a compreensão não avistava no fim daquele túnel.
Diante daquele céu estrelado fique totalmente imóvel; sentido a intensidade dos conflitos que dentro de mim gritavam e a minha volta perturbavam.
O que me aliviava era o ar puro que os meus pulmões respiravam.

Dhiogo José Caetano
Uruana, Go

HUMANIDADE III



Uma corrida deletéria aquece os lares,
O Mundo... Este Mundo abandonado!
Este Mundo de poucas esperanças!
Este enorme lodaçal humano!

A humanidade está perdida...
Vês? Onde está a vida?
O homem comete erros?
Ou talvez, a vida é cheia de erros?
Desilusão? Jogos e ciladas?
O Mundo necessita consciência de si
Dentro da perspectiva humana
Dentro do próprio homem.

Mudanças acontecem
Mas não em palavras construída
Em um discurso bem elaborado.
Palavras, muitas, vezes, enganam!
Ou nos enganamos com as palavras?
Mudanças acontecem com gestos e ações humanas.

O Mundo! Este extremo segredo!
O homem perdido...
Sem sentido!
Estendendo as suas mãos a Deus.

(Davys Sousa, Teresina-PI, 17 de Abril de 2009)

Interrogação



Amor é sofrer, sofrer é viver, a vida não tem sentido
Se desisto de sofrer desisto de amar, se desisto de amar desisto de viver.
Isso faz sentido?

maria catarina de sousa

HUMANIDADE II



A vida é uma ilusão de sentimentos
A vida sem mistificação das coisas
Sem sonhos concretos
Sem nada que valha muito a pena –
Um ritual de sombras, medos e conflitos
Inerentes ao ser.
A vida!

Viver... Comer... Amar...
Sonhar... Sentir...
Viver com o Mundo dentro de si mesmo!
Você, sujeito e objeto do Mundo!
Morrer...
O que mais nos resta?

A vida!
Presente em nós,
Seres impunes da verdadeira máscara de castidade,
Sentimentos evasivos no coração,
Subtraídos da humanidade.

E o Mundo tão vazio!
A consciência tão jogada, abandonada
Como dejetos humanos.
Que humanidade, criamos?
Que humanidade, devemos criar?

Esta é a crise humana do sentimento!

Um Mundo sonhado
Mas esquecido...
É que somos covardes
Em admitir humanidade
Ou somos meros ratos de laboratório
Da sociedade [que é injusta]?

Apocalíptico é a corrosão interior
Implantada na alma,
Buscando caminhos, ações, sentimentos,
Liberdades, expressões e socialização.

Mas,
O sonho humano,
Ainda,
É buscar a identidade de si próprio
Com o Mundo...

(Davys Sousa, Teresina-PI, 16 de Abril de 2009)

Autobiografia



¡Siento me inútil!
La vida parece convertirse en vacío,
A perder cualquier sentido
Y la oscuridad viene a me dominar.
Mi vida parece estar perdida y
Vencida por el monótono cansancio de vivir.

¡Así es como me siento!
E yo, abandonado por mi fuerza y mi alma,
Tengo a mi corazón oscuro y sin esperanza como la soledad,
Sin sueños,
Sin una vida interior que lo siga latiendo.

¡Los colores, que antes tenían brillo!
¡Las colores, que antes había en mis días
Ahora, son grises y dan un sentido de tristeza
Y vacío en mi vida.

¡Siento me en la oscuridad!
Como un árbol secado
En su raíz,
Deteriorándose en el suelo.

Tal vez la vida se alejando,
Tal vez la esperanza está terminando
O tal vez, sólo la oscuridad me tragando.

¡No puedo ver nada próspero
En mi camino!

Sólo sombras agonizando,
Vacío e ilusiones
Que yo siempre las encuentro
Tan unidas a mi persona.

¡Huyo de un mundo inseguro!
¡Huyo de una vida de temor y dolor!
¿Y que me resta?

Siento mi realidad se borrando (desvaneciendo),
Dejando casi nada, mi existencia.
Voy sintiéndome invisible,
Impalpable, perdido...

Los sueños parecen tan lejos e imposible.
¿E yo?
¡Un laberinto oscuro!

(Davys Rodrigues de Sousa, Teresina, Piauí, Brasil, 08 de febrero de 2010)

Conformismo




No meu mundinho já não existe mais ninguém.
Agora estou só, porque todos já morreram em meu coração.
Pobre de mim que carrego este coração sem esperanças de encontrar um mundo melhor.

maria catarina de sousa



O passado são lembranças, que não voltam.
E essas lembranças levarei comigo até o meu último suspiro.
Lembro do meu passado, vivo no meu presente,
 mas com o olhar no meu grande e belo futuro.

maria catarina de sousa

Ontem pela noite



Não que seja fácil embarcar nessas histórias que a vida oferece para aqueles que nela habita.
Algumas tentativas de salto pro alto, e outras que nos balança e nos derruba, Nenhuma pessoa irá te ajudar ao menos que no seu bolso sejam acolhido dinheiro o suficiente para comprar a lei do silêncio e o grito dos mortais.
Tentar viver com olhos insanos de maneira mentirosa, só nos entristece mais, já clamei por várias vezes para que uma noite ou um dia qualquer eu seja arrebatada de forma calma e que ninguém derrame poucas lágrimas por mim que nunca pensei em ninguém.
Quero ser hipnotizada pelo vento da madrugada que nele minha alma seja levada para as águas do rio onde ele corre tranquilo e me mantenha serena por toda minha eternidade que na minha reencarnação eu volte para esse mundo de descoordenados de uma maneira discreta e sólida de preferência uma rocha que nunca se machuca apenas fere os outros sem seus pensamentos .
Mas como isso não é uma oração para Deus me ajudar é apenas um pensamento com forma de literatura, eu encerro acendendo um cigarro e vou fazer sexo, porque é dessa forma que esqueço que sou humana e paro de pensar.

Paula.S


Quando apaga a noite revejo minhas coisas
Vejo a noite passando e me torno e danço e danço ...
Acordo no meio de um sonho perdido e vejo um caminho sem fim
Muitas vezes choro e te vejo caminhar longe de mim

A ilhas despontam no mar como pequenas rochas
O vento sopra forte nesse mundo de água
O mar meu pequeno poço de água dentro dos meus olhos
A quem pertences??

Danço esse bale e me perco no tempo
O tempo sempre dança do meu lado e não o vejo passar
Me jogo nos teus braços e me levanto em vôos altos
Me pegas e me abraças e continuamos dançando

O pequeno bale não para e me levas para o céu
As suas mãos percorrem meu corpo todo e flutuo num palco iluminado
Não sei de quem se trata, es tu lua?
Talvez nem sejas, não passas de uma sombra perdida no meio do deserto
Véus cobertos de flores te cobrem como limos e tenho dito, me leva para as plantas

Quem não sabe de plantas não sabe de flores do mar
Ainda ontem me levaste para aquele salão e me carregaste na luz do teu olhar
Meu desejo aumentou ao sentir teu corpo e seu calor
Tuas mãos macias tocavam meu cabelo e te sentia
Aquela dança no meio do nada não acabou
A areia queimava meus pés e via seus olhos segurarem minha mao
Aos teus pés corro em direção a ti ohh minha dança ...

Jocilene Gomes

Dor ...



...

Sentimento ou dialeto?
Momento ou flagelo?
Quem se presa, despreza.
Quem se sujeita, almeja.
Quem se humilha, arrisca.
Mas, e a dor? Existe antídoto? Premonição?

A solidão, em ocasião, é o seu melhor.
Outrora, é escape. Ou além, é inércia.
Se os opostos se atraem, onde está o meu similar?
O singular me amedronta, e a expectativa me coroe.
Viver à deriva é o ópio do cérebro e o combustível do coração.
O que fazer, então?! Viver ou morrer?
Talvez não exista resposta pra tudo, talvez a fé não seja suficiente.
Talvez o café já tenha esfriado, ou meus dons esmagados.
Talvez essa seja a vida, uma eterna dívida com o inconsciente.
"
Victor Bertini

Usura



Sussurros fizeste aos meus ouvidos
Promessas cantastes as quatro ventos
Com amor me roubou meu contentamento
Em prantos me deixaste
Apenas para te fazer feliz
Em seus desejos vis

Pedro Modesto

[...]



Cetinosos sonhos de outrora,
Desejos lascivamente carnais
Como bordas vivo-escarlata.
A noite se arrasta sob o plenilúnio
Vestindo-se de sonhos edêneos e miríficos.
A lua irônica sangra com o azul-luzente.
Cetinosos sonhos de outrora,
Anjos da Guarda em noturna aparição
Velam os sonos pudicos da lua,
Velam grinaldas vermelhas em suas urnas
Secretas, íntimas de deuses e demônios -
Aonde à noite alimentam corpo e alma,
Plumas noturnas tocando opostos desvarios.
Os lábios mudos e dicotômicos tocam o véu
De tua boca. Silentes palavras tocam o céu
Balbuciadas aos ventos e calam-se.

Por: Davys Rodrigues de Sousa (2004)

Há um vazio dentro de mim



Tanta nostalgia
Tanta sombridez de espírito
Tanto sentimento escondido.

Sombrios pensamentos psicodélicos
Transfiguram e transitam
Como parasitas cefalócitas, herméticos...
Nesta minha face hermenêutica!

Há um vazio em sentir
Em viver!
Vivo distante de mim mesmo
E me desconheço
Vivo distante de meu destino.
Destino, Claro leitor?

Escolhas, ritmos, cerimoniais caminhos
Que o homem desconhece.

Há um vazio
Baço, gélido e psicodélico
Vivo, sem sentido, a vida!

Há um vazio dentro de mim...
Que dispara como um choque
Anafilático
Como um corte na alma:
Minha expressão maior!

(Davys Sousa, Teresina-PI, 15 de Abril de 2009)

Traje a rigor



Meu corpo é lança, dança
Ao ritmo que minha mão batucar
Bamboleia moleque a girar
Em qualquer terra, pelo céu e pelo ar

Minha ideologia não cabe no meu bolso
Mas meus sonhos, onde eu quiser
Meus planos, onde eu estiver
Minha mente não é calabouço

O sertão que me pariu,
Nessa pátria-mãe pouco gentil
Me fez sem rótulos mas de posse
De Língua, linguagem e paladar

Não me prendo no que limita
Mas me atenho ao propósito de estar
Pra ser ouvido em terra de coronéis
Sim, é preciso se infiltrar.

Se fores bem vindo, podes entrar!
Vista-se de manha, malícia e elegância.

Alice Alencar

Ares de luta



Meu peito é arma
Roupas, pés e braços são armas
Meu espírito é arma
Os livros são armas, são armas as músicas
A convivência humana, a alma humana é arma
Que se constrói no tato

Ponho o estetoscópio no pescoço
E aponto contra a morte.
- o mundo é uma droga, diz.
A razão, dissolvida nas minhas conjecturas,
É arma e me sufoca. Ela tem razão, penso.

Amigos, sentamo-nos à mesa de um bar
E tomamos iogurte e sorrimos de nossas certezas

Tenho tantas armas e nenhum inimigo, como faço?
- não se preocupes comigo, amigo...
É a vida que anda complicada. E sorriu.

Manoel Guedes de Almeida
Teresina-24/09/2012

POR QUE A LUTA FEMINISTA DEVE SER CONTRA A FAMÍLIA MONOGÂMICA?



Bom, ao tratar de assunto tão delicado, devemos iniciar categorizando o que concebemos como monogamia:

Etimologicamente, a palavra se forma a partir do Grego MONOS, “um, único”, mais GAMEIN, “casar”. Porém, infelizmente, não é apenas esse conteúdo que a palavra monogamia carrega consigo.

MONOGAMIA, na sociedade capitalista, diferente do que a ideologia burguesa/patriarcal apresenta, não é a livre vontade de se relacionar afetiva-sexualmente apenas com uma única pessoa, como “naturalmente” acontece, ou deveria acontecer. Se assim fosse, não haveria problema algum!

Para compreendermos o significado que a palavra monogamia traz consigo, desde sua origem, é necessário uma contextualização histórica:

A família monogâmica, isso é, a noção de propriedade de um indivíduo sobre o outro, funda-se na transição para a sociedade de classes, aquela em que uma parte da sociedade, a classe dominante, explora a outra e majoritária parte da sociedade.

A passagem histórica de sociedades comunais para sociedades de classes, traz consigo o surgimento da propriedade privada, do trabalho alienado (explorado), e um instrumento especial criado pela classe dominante para organizar e aplicar cotidianamente a violência, o Estado.

Nesta transição, as relações históricas até então concebidas em carater coletivo, como o cuidado das crianças, passam a adquirir a condição de relações PRIVADAS. Fica, então, restrito ao “lar” o espaço de atuação das mulheres e todas as suas atividades ligadas ao âmbito da reprodução da vida (cozinhar, limpar a casa, cuidar dos filhos, etc).

Com esta conformaçao social, compete aos homens o “provimento” de suas mulheres; e estas devem “servir” aos seus senhores, em uma relação de poder. Aos indivíduos masculinos cabe o poder da propriedade privada, serão eles os maridos. Às mulheres cabem as atividades que não geram a riqueza privada: serão esposas ou prostitutas.

A família, tal como hoje a conhecemos, não surge como resultado do amor entre os indivíduos. Surge historicamente como a propriedade patriarcal de tudo o que é doméstico.

Ao referenciar o poder do homem, e a separação dos espaços públicos X privados, a família monogâmica passa a moldar o que é ser homem e o que é ser mulher (constituindo os gêneros masculino e feminino) em nossa sociedade. Tal fato interfere inclusive no desenvolvimento da sexualidade de ambos: ao homem compete, a todo momento, afirmar sua sexualidade, enquanto a mulher deve negá-la, condicionando o sexo apenas para fins reprodutivos: gerar herdeiros que possam perpetuar a acumulação de riqueza da família. Daí a necessidade da garantia de que o filho será mesmo do marido através da exigência da virgindade da esposa – por isso cabe ao primogênito masculino a herança.

“Para assegurar a fidelidade da mulher e, por conseguinte, a paternidade dos filhos, a mulher é entregue incondicionalmente ao poder do homem. Mesmo que ele a mate, não faz mais do que exercer um direito seu.” (Engels, 1979: 68)

Tão falsa é a ideia de que a monogamia é a relação sexual com apenas uma pessoa que desde sua origem é permitido ao homem o rompimento deste “contrato”. O chamado “heterismo”, aceitação social de que apenas os homens mantenham relações extra-conjugais, traz historicamente a reboque as relações de prostituição em que a existência de jovens e belas cativas que pertencem (mesmo que por um período determinado), de corpo e alma, ao homem, é o que imprime desde a origem um caráter específico à monogamia que é monogamia só para a mulher, e não para o homem. E, na atualidade, conserva-se esse caráter.” (Engels, 1979:67)

"A alienação patriarcal sobre a mulher que a converte em esposa ou prostituta, é a negação de sua potência histórica, o rebaixamento do seu patamar de humanidade." (Lessa)

A FAMÍLIA MONOGÂMICA SE CONSTITUI, PORTANTO, POR UM HOMEM E
UMA OU VÁRIAS MULHERES EM UMA RELAÇÃO DE OPRESSÃO — NEM CONSENSUAL, NEM AUTÔNOMA.

Espero que tenha ficado claro que um relacionamento a dois não é necessariamente uma relação de opressão e ficamos muito felizes com a possibilidade de que ainda que em germe, muitos e muitas lutem para construir relacionamentos afetivos emancipados, livres de qualquer opressão.

Aqui, ao falar da FAMÍLIA MONOGÂMICA, estamos tratando de um complexo social que envolve historicamente uma relação de opressão (inicialmente entre homens e mulheres, mas que pode se refratar em relações homo-afetivas também). Opressão esta que tem como mediadores o Estado, a propriedade privada e o trabalho alienado.

Sendo assim, devemos LUTAR contra a família monogâmica, pois ela representa a dominação do homem sobre a mulher!

Está claro para nós que a família monogâmica não comporta a totalidade das necessidades e possibilidades de desenvolvimento do gênero humano! Por isso, é parte da construção de um projeto contra-hegemônico dxs trabalhadorxs o forjar de novos homens e mulheres que se paute em relações livres no sentido mais pleno desta palavra!

Defender que as relações afetivo-sexuais sejam COMPLETAMENTE LIVRES não significa impôr modelos de relacionamentos (se a duas ou mais pessoas). Pelo contrário, é a defesa de que qualquer tipo de relacionamento (inclusive a dois) não deve ser pautado pela propriedade privada, pelo machismo, ou pelo Estado, incluindo a noção de posse de uma pessoa sobre a outra!

Defendemos uma nova forma de organização da vida social, uma sociedade emancipada das relações de exploração e opressão. E, para que esta sociedade seja possível, é imprescindível superar também a atual forma de família.

Somos favoráveis à liberdade mais completa para que as pessoas possam viver seus amores com a maior intensidade e a maior autenticidade. Superar a família monogâmica é decisivo para a constituição de uma sociedade que possibilite o desenvolvimento universal e pleno dos indivíduos.

E, para que isso seja possível, é imprescindível superar a sociedade capitalista e o machismo.

24 de setembro de 2012
Tábata Melise Gomes

Queda livre



Quais são essas figuras em suas mãos?
Será que posso confiar meu coração a ti?
Qual mosaico irá montar?

Tenho certezas, na mesma proporção que tenho dúvidas
mas ao contrário de ti, estou em queda livre.

Não me preocupo com padrões, convenções e seus exemplos
pois quando estamos em queda livre só sentimos o coração
e o que está ao nosso redor, e aquele chão que logo irá chegar
e nesse chão, não precisamos de um pouso perfeito,

Preciso mais do que imagina e menos do que pode oferecer
Por isso, estou preocupado com o mosaico e não com uma arte
apenas preciso saber dessas figuras em suas mãos
quero formar um belo desenho com nossos corações.

Me preocupo com muitas coisas, cada olhar seu
cada gesticulação, que indica uma palavra não dita
com esses desenhos em seu bolso, lutando para voar
para cair junto com nós nessa livre queda.

Estamos tão preocupados com tudo que preocupa
preenchendo o coração com diversas culpas
com coisas que deveriam voar, para longe daqui.

Desenhos que não estão mais animados
apenas um preto e branco bonito de ser ver e lembrar.

Esses momentos? Certeza?
Estamos em queda livre
não há tempo de trocar.

Bruno Luiz

Gato mestre!



Amantes



É o Rei Loiro que esconde tua face tão serena e tão avivente;
E a pálida amarela estrela que se funde com a noite silenciosa deita-se com teu corpo
E escondendo-te até mesmo tua sombra.
A noite está ameaçando toda e qualquer forma luzente,
Mas a lua tão adorável inclina seus raios de luz
Sobre as finas cortinas da janela de meu quarto,
Que dançam pela brisa em movimentos oscilantes.

E no quarto, sinto tua presença arrebentando contra meu corpo,
Meu corpo que está desejando-te, suspirando-te e possuindo-te
Em meus mais ardis pensamentos
E imagino-te, ali, presente em meus convidativos lençóis
Sob o doce cheio que ali me deixaste.

Seu cheiro sufoca meu corpo,
Enquanto os nossos rostos, com um aroma de loção pós-barba,
Eles roçam-se, havendo, assim, um pouco de ardência
Em nossos poros epidérmicos, excitando a pele.

E enquanto, os nossos corpos trocam calor,
Há uma estranha e arrebente força se movendo entre eles,
Dilatando o sangue que começa ferver,
Impulsos que crescem dentro de nós
E se mostram na mais implacável fúria, cólera de sua natureza,
Enquanto os volumes de nosso sexo em formas rígidas
Eles se estremeciam em impulsos involuntários e vorazes,
Nervos que crescem constantemente,
E assim, beijamo-nos e sentimos um sabor agridoce em nossos lábios,
Derretendo-se em momentos de êxtases, frenesi e regozijo...

E uma força interior emergindo dentro do corpo
Contendo uma vida própria
Inquietando-nos em breves e suaves suspiros...

Sinto um palpitar que ferve meu sangue
E escorre entre minha boca teu nome, teu nome,
Tua pele...

E meu corpo contornando-te toda a geografia...
Em salientes partes de teu corpo,
E a brisa que passa e o suar de nossas vozes arfando
Que crescem em rítmica pressão sob o nosso ar
Este ar que inspiramos de prazer
E expiramos, orgasticamente,
Em tremores que balançam nossos corpos.

E os nossos corpos tão vívidos, expressivos e ofegantes,
O ar se comprimindo, e gementes espasmos que perseguem
Nossos movimentos corporais.

A vida, ali, vai renascendo,
Gritando, vibrando
Como algo alheio a nosso entendimento
Vindo uma erupção frenética dos sentidos
A contrair e descontrair
Num círculo vicioso...

(Por: Davys Rodrigues de Sousa, Teresina – PI, 2012)


Então eu me fecho em dois de paus
Esperando gozo duplo
E se não alcançar o gozo?!
Eu me abro em uma canoa de paus.
Mas com quantos paus se faz uma canoa?!
Não interessa!
Com certeza navegarei na correnteza! Contra ou favor...

Vicente de Paula

IN THE DARKNESS IN MYSELF (Eu vivo na escuridão de mim mesmo)



I've been in the darkness in myself
Eu vivo na escuridão de mim mesmo
Because i'ts a great lonely world
Porque é um mundo grande e solitário
My eyes in a bad temper strike me blind
Meu olhar de má índole me cega
At the last I justly can see the shadows.
No fim, eu vejo só sombra.
-
The gorgeous star is gone out
A esplêndida estrela apagou-se
Darkening like a morgue with dying soul
Escurendo-se como um necrotério de almas agonizantes
Serial impulses filled all my pride
Impulsos consecutivos preenchem todo meu orgulho
There's a night in me.
Há uma noite em mim.
-
My regards to life were so fucking tease
Minhas considerações a vida eram tão irritantes
My hopeless soul was gouged out
Minha alma inútil foi tirada à força
Where's the lamb of God?
Onde está o cordeiro de Deus?
-
The greatest incarnation of evil failed
A grande encarnação do mal caiu
Upon the Earth!
Sobre a Terra!
We were accomplished to the good, o' to the evil
Nós fomos consumidos para o bem ou para o mal
There were gifts in a world
Havia dons no mundo
They were forgotten.
Eles foram esquecidos.
-
The fairy of discrimination call me dreamer
A fada da discriminação me acusse de sonhador
My soul burn like the midnight's sun.
Minha alma queima como o sol da meia-noite.
I've been in the darkness in myself.
Eu vivo na escuridão de mim mesmo
-
Heaven was made by the ashes
O paraíso foi feito por cinzas
If you don't die,
Se você não morrer
There's someone to kill you on their ideas.
Há alguém para te matar em suas próprias idéias.
-
Maggots sell the own spirits
Vermes vendem sua alma
When they want to be safe and sound
Quando eles querem estar sãos e salvos
Maggots and beggars feel so discarded
Vermes e mendigos sentem-se tão descartados
Because it's a great lonely world
Porque é um mundo grande e solitário
Because They are out of safeness
Porque eles estão fora de sua segurança
Wearing fashion colthes like preys
Vestindo roupas de moda como presas
And they drained the entire soul.
E elas dreinam toda a sua alma.
-
My entire presentation's black liar
Minha apresentação é mentirosa
The graveyard was open
O cemitério foi violado
There was a man turned into a saint
Havia um homem que foi camonizado
Your warp was forgotten.
Sua deformação foi esquecida.

- Davys Sousa –