quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Amantes



É o Rei Loiro que esconde tua face tão serena e tão avivente;
E a pálida amarela estrela que se funde com a noite silenciosa deita-se com teu corpo
E escondendo-te até mesmo tua sombra.
A noite está ameaçando toda e qualquer forma luzente,
Mas a lua tão adorável inclina seus raios de luz
Sobre as finas cortinas da janela de meu quarto,
Que dançam pela brisa em movimentos oscilantes.

E no quarto, sinto tua presença arrebentando contra meu corpo,
Meu corpo que está desejando-te, suspirando-te e possuindo-te
Em meus mais ardis pensamentos
E imagino-te, ali, presente em meus convidativos lençóis
Sob o doce cheio que ali me deixaste.

Seu cheiro sufoca meu corpo,
Enquanto os nossos rostos, com um aroma de loção pós-barba,
Eles roçam-se, havendo, assim, um pouco de ardência
Em nossos poros epidérmicos, excitando a pele.

E enquanto, os nossos corpos trocam calor,
Há uma estranha e arrebente força se movendo entre eles,
Dilatando o sangue que começa ferver,
Impulsos que crescem dentro de nós
E se mostram na mais implacável fúria, cólera de sua natureza,
Enquanto os volumes de nosso sexo em formas rígidas
Eles se estremeciam em impulsos involuntários e vorazes,
Nervos que crescem constantemente,
E assim, beijamo-nos e sentimos um sabor agridoce em nossos lábios,
Derretendo-se em momentos de êxtases, frenesi e regozijo...

E uma força interior emergindo dentro do corpo
Contendo uma vida própria
Inquietando-nos em breves e suaves suspiros...

Sinto um palpitar que ferve meu sangue
E escorre entre minha boca teu nome, teu nome,
Tua pele...

E meu corpo contornando-te toda a geografia...
Em salientes partes de teu corpo,
E a brisa que passa e o suar de nossas vozes arfando
Que crescem em rítmica pressão sob o nosso ar
Este ar que inspiramos de prazer
E expiramos, orgasticamente,
Em tremores que balançam nossos corpos.

E os nossos corpos tão vívidos, expressivos e ofegantes,
O ar se comprimindo, e gementes espasmos que perseguem
Nossos movimentos corporais.

A vida, ali, vai renascendo,
Gritando, vibrando
Como algo alheio a nosso entendimento
Vindo uma erupção frenética dos sentidos
A contrair e descontrair
Num círculo vicioso...

(Por: Davys Rodrigues de Sousa, Teresina – PI, 2012)

Nenhum comentário:

Postar um comentário