terça-feira, 25 de setembro de 2012



E eis-me aqui, uma mulher de quase 30 anos, mãe, esposa, mulher ainda procurando o sentido da vida.
Em minhas memórias guardo bem claras lembranças de meus pensamentos acerca das muitas intempéries que a vida nos guarda, que o mundo nos mostra. Lembro-me de achar que aos 30 anos eu já seria suficientemente vivida, experiente e madura. A surpresa foi perceber que hoje, perto da terceira década de minha existência, ainda tenho as mesmas dúvidas, ainda guardo as mesmas angústias de anos antes.
O tempo não me trouxe tantos prodígios quando eu imaginava, não me proporcionou tantos frutos quando esperava. Um tanto frustrante, é verdade, mas serviu para me fazer refletir sobre frases clichês que nos fuzilam diariamente: “com o tempo você vai entender”, “na hora certa você vai perceber”, “chegará o momento em que isso não vai mais te angustiar”.
Quanta tolice! Ledo engano crer em tais assertivas. A vida é essa Montanha Russa mesmo, como inteligentemente metaforizou Martha Medeiros. E se eu pudesse traduzir em palavras meu sentimento sobre as oscilações ao qual somos submetidos, eu diria como o poeta matuto Pinto do Monteiro:

“Eu comparo esta vida
à curva da letra S:
tem uma ponta que sobe,
tem outra ponta que desce
e a volta que dá no meio
nem todo mundo conhece.”

E é assim mesmo que continuo vivendo, crendo que minhas dúvidas, incertezas e angústias não se dissolverão com o tempo, mas que a cada uma delas minha verdade interior poderá responder, pois nenhuma amarra é capaz de dar ao homem o que ele só pode ter com a sensação de liberdade plena. Cabe a ele saber quanto ela vai lhe custar e que preço está disposto a pagar.

Denise Veras

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