terça-feira, 25 de setembro de 2012

Filtro dos sonhos



As mãos ondulam.
As mãos esmurram
Pontas de facas.

Caem.

Onde o mar é iluso.

Esqueceste o sargaço
De antanho?

Esqueceste as luas
Das minhas unhas?

O pó da clausura
Dos teus lábios?


Aos quinze anos
Conheci um funileiro
Que soprava éolos.


Pairei pelo teu
Esquecimento:

Lembrança

Imagem bistre
Presa na filigrana
Do pensamento.

É isso que eu sou?

Vejo elefantes multífluos.
Vejo navios nos espaços.

Não

Não vejo a poesia.

Essa reentrância.

Sonho indoméstico.

Cadência.


(Marta Savana)

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