terça-feira, 25 de setembro de 2012

Um poema antigo ...



A Musa no Circo do Palhaço Triste


Com mãos de malabarista
Pegaste o tempo para teus malabares
(O tempo deixou-se levar...)
Equilibraste todo o espetáculo
E quando irrompeu-se o trapézio
Acrobatas e animais
desenvolviam a melhor das
performances...

(O domador decidiu ser platéia)

Nem mesmo o Ilusionista
acreditou na inefável contemplação do
respeitável público.

(As luzes voltaram-se para o
centro do Picadeiro)

E com sensibilidade de bailarina
que contorcia-se enamorada
A Musa,
misto de versos e espetáculos,
foi ao palhaço
– que soube fazer rir mas não aprendeu –
e enxugando-lhe a lágrima que
escapara de seu coração palhaço!
entregou-lhe
seu riso de bailarina...

Uma dança foi então concebida!
Eles dançaram até o fim das matinês e marmeladas
e todo o respeitável público pode
chorar risos de bailarina,
lágrimas de Palhaço

– apenas o poeta não assistiu ao espetáculo.

Inefável Maldito

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