quarta-feira, 17 de outubro de 2012



Eu nunca disse que te amo
Mas muita força as prende aqui
Domá-las como um bicho
Prendê-las antes que desaguem
No intervalo de um beijo
Rumo ao mar amargo do remorso.

Eu nunca disse, mas talvez não saiba
O preço que se paga pelo apego
Substantivamente as mãos procuram
No escuro, a doce fantasia
Do afago proibido

Este é o caminho sem volta
E nunca a mesma chuva
Lava o solo queimado de sol
E nunca o mesmo nunca
Pousa no ouvido sempre virgem.

Eu nunca disse, mas talvez não saiba
O nome desse pulso febril que me enfraquece
Sinto apenas no ardor desta manhã
Uma tristeza e uma dor crepuscular
Como quem segue viagem logo cedo
Com saudade e sem pressa de chegar.

(Igor Roosevelt; 22/03/2009)

Nenhum comentário:

Postar um comentário