segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ultimo Adeus


mais uma vez adeus
sim, adeus
é a ultima despedida
prometo
então, adeus
não olhe para traz quando eu me for
não chore por favor
apenas ouça
ouça os meus passos afastando-me de ti
garanto que será a ultima vez
que os irá ouvir
respire
move on
mais uma vez
a ultima vez
Adeus

Um ser psicodelico


Um psicodelico
Sem nexo
Inexo
Com sexo
Flutuando entre o mundo inverso
Versando entre o farto
O sujo
O limpo e nao ,mas sujo ainda
Em vida e divida
Luzes, ruas, vielas
Morte no cotidiano
Entre furtos e ordem
Mais um roubo de vida
E nao e sim em si e ser uma nova vida
Vivida por um ideal
De fugir
E nao fazer parte
Em partes de uma sociedade .

Myrla Sales '

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Divã num quarto de hotel




Enquanto os meus dedos 
Percorrem o teu rosto, corpo
Tua pele, teus pêlos,
Você me analisa, me admira num todo
Me pergunta se quero um copo,
Tem medo que'eu queira outro
Quando tudo que quero é teu coração
Aberto, sangrando, pulsando por mim
Pra transformar em cidade esse deserto,
Esse mar de areia sem fim.

Pare de me julgar, não faça assim!
Eu vim pra te lembrar do que é bom,
E esquecer o que é ruim.

Seja meu, seja seu, seja nosso
Faço o que não posso para estar aqui.
Então não me questione, 
Pra quê  tanta subjetividade?
Quer que'u te abandone?
Tem receio que'u me emocione
A ponto de amar-te?

Tua experiência não te trouxe sensibilidade
Muito menos aprendeste a arte de ser feliz.
Não sabes a terça parte do que passei,
Minha pouca idade pouco diz sobre mim.

Nesse momento, você se toca
E me toca, querendo mudar de assunto.
É quando você pára e repara,
Me olha e se desdobra pra me fazer sorrir.

Eu escuto atentamente, feito mudo,
Tudo o quanto você fala, só pensando
No que suas palavras escondem.
Mas teus olhos sempre respondem
O que sua boca nunca me diz.


poesia inspirada no filme "A Primeira Noite De Um Homem" (1967)

O vinho, o vento e o firmamento II


O vinho já fez sua parte
o vento já mostrou o norte
o firmamento tem cheiro de terra molhada

Cá ou acolá é minha morada
uma boa passagem para milhagem pretendida
seja sol, sou o céu, soul de fundo
no mundo de absurdo, mergulho ...

O vento tem cheiro de terra molhada
o firmamento já fez sua parte
o vinho já mostrou o norte

O saber, o fazer, o não saber, o não fazer, o fazer saber, o saber fazer, o não saber fazer, o não fazer saber,

DXC
DXC
DXC

André Café

Cor



Eu vejo
Vejo sim
O fato das pessoas.

Fato
é a cor
é o que brilha na pele
é o brilho sobre minha pele
o brilho
o sorriso branco no rosto

Incomoda?
Muito..., incomoda muito.
Por que será?

Por que será que eles me olham tanto?
Por que é fato?
Incomoda-me?
Um pouco.
...

Kaire Vinícius Aguiar Quadros [14 anos], Teresina - PI.

Haikaizinho pra Teresina


Descobri que
do lado de Lá o
Sol é mais cheiroso

Gianne Duarte

Negra Consciência ... Consciência Negra




A negritude fez a consciência
para a melhoria conseguir
Protestando direitos e reivindicações
Sem preconceito seguir.

O respeito às religiões
o negro no seu lugar estar
e sua cultura preservando
tentanto ao mundo conquistar.

 A dança, o tambor, o brilho
a cultura preservando com amor
não esquecendo suas raízes
exaltando tua cor.

O Hip-Hop, o canto
a dança, a exaltação
faz tua cor semblante
símbolo de expressão.
 ...

Kaire Vinícius Aguiar Quadros [14 anos], Teresina-PI.

Natal Assuntado


 *****
Assuntar comporta mergulhar no amor do outro, sem se deixar contagiar de sua manifestação particular dele;
É sentir como o outro sente o amor que é seu, por aquilo que lhe faz amar;
É reconhecer porque o outro ama e, especialmente, como ama e os fundamentos da expressão de seu amor;
Comporta cuidar do seu amor particular e universal, do outro, com o saber cuidar que é, também, de seu particular do outro;
Suporta cuidar do amor do outro, sob o fundamento do outro e o cuidado que lhe é singular; que é de sua identidade, sem fundir-se nem confundir-se com o outro.

*****
Assuntar é encostar-se no ódio do outro, sem nutri-lo nem amenizá-lo;
É compreender as vibrações que enraízam no ódio do outro e as dimensões em que se realizam;
É reconhecer a causa que ativa seu ódio dele e o torna irreconhecível à rasa racionalidade humana;
É reconhecer, sob o fundamento do outro, o que lhe conforta e lhe ameniza o ódio que lhe acomete;
É pensar, sentir e auscultar o ódio do outro como se fosse ele mesmo em atividade de assuntar-se assuntando-se, em pura conjugação reflexiva e empática.

....................
SOUSA, Áureo João de. O ASSUNTADOR. Teresina, 2010.

Abrir de Abril (eu sou a mentira de primeiro de Abril)

http://cidadesaopaulo.olx.com.br/oleo-sobre-tela-arco-iris-decoracao-quadros-abstrato-sol-iid-277434814

Abre-se Abril
Em tempos de fim de chuvas de Março
Choveu ... Choveu!!

Abriu o sol
Abril chegou
Eu sou a mentira de primeiro de Abril
Eu sou a brincadeira de primeiro de Abril

O abrir de Abril
Sol ... Sol!!

As chuvas de fim de Março!
O chegar do arco-íris
O chegar do sol!

EU SOU A MENTIRA DE PRIMEIRO DE ABRIL!

Gianne Duarte



Tucuns


Talhada pela vontade conjunta
da água, do sol e do vento
Um tempo que faz dia de noite
e anoitecer de dia

Uma nostalgia, extremos sentimentos
de viver e sobreviver, de deixar euxarir
o mais triste sentir, no mais pleno sonhar

André Café



O ano acabou!
Tudo findou-se!
Mas uma nova fase se inicia...
Tudo de bom a todos nós!
Que Deus abençoe os nossos passos.
Nos dando sabedoria para evoluir sempre!
Paz para prosseguirmos de forma edificadora.
Luz para clarear as fases difíceis da vida.
Que possamos difundir uma mensagem humanista.
Que o bem, o amor e arte de viver faça parte de todos os nossos ideias.
Abraços na alma...

Dhiogo José Caetano

Então enquanto eu pensava em uma maneira de fazer ele sorrir, ele já tinha feito isso comigo, me olhou de lado e me disse o quanto eu estava bela com aqueles brincos carmim, que havia me dado, e queria estar ao meu lado por toda eternidade... e eu acordei! O que? Acreditou mesmo que isso tinha sido real ? Pois é! Por enquanto, é um sonho.

Juliana Gomes

Controle
Os risos
Os avisos
Os sentidos
Sem controle

Controle seu controle
Em ser fácil controlado
No seu estado de descontrole

Perceba
Sinta
Seja
O seu controle

Myrla Sales

Espero que o suor do seu corpo
Percorra entre o meu e se concentre dentro dos nossos umbigos
E ao se abrigar nele, espero desbravar o fundo de um desejo que habita nessa escuridão que nos entorpece de gozo.
Espero que teus braços se percam entre os meus abraços e que a sua boca se revele com mais um beijo errante
De dois leais amantes.
Espero conversas
Espero a batida no quarto
Espero te encontrar entre os lençois que me abriga sonhando com você.
E espero lhe esperar sempre

Myrla Sales

Apenas


Susurro leve entre os lábios
Fazendo com a saliva voe longe
E se transforme em brisa
Que carregue meu espirito ébrio para algum lugar.
Travei a singela neve que se sustentava
Entre meu gélido nariz
Só para não perder o tempo pouco de sorrir
Com isso me permiti dançar em cima da tristeza
Formando nevoa com as pisadas forte dos meus pés
Para furtar os sonhos de uma menininha
Que ficava todos os dias na mesma esquina
E não sabia se vendia ou se nele se corrompia.
Isso me impressionava, era quase isso o que eu queria.
As 18:00 horas voltei para o chá
Que na verdade não era este que fazia com que me sustentasse lá
Só queria está, roubar algo ou alguns,
Que não coubesse mais em mim
Quem sabe o límpido sorriso
E estampar em meus olhos, coração,boca
Apenas queria isso !
Via pessoas sorrindo, serelepe
Cantando entre os malditos do meu corpo
Tentando roubar vozes,passos
Mas nada de necessário fiz para que minha alma se instalasse em mim novamente.
Apenas sei que não consigo ser feliz como antes
E eu queria apenas isso .

Myrla Sales

Eu quero vir
com as bençãos de Oxalá
com as preces de Oxossi
Jah ouvi
Jah guia
Jah veio no novo dia
Jah veio na Paz divina!

Iriê Fi Shalom Adonai

que venha o novo começo dos tempos modernos sem ilusão e falsidades!

ViVa nosso Senhor Javé!
Oxalá
Yeshua
Jesus!

Paz, Bem e Amor Eterno!


Rafael da Silva Gomes

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Vento


O vento conta mentiras
para soprar suas vaidades ,
é como se o tempo passasse
levasse as nuvens
para dentro da despoética vida.

Vento que respira em branco
a poeira engolida
resseca os olhos
traz chuvas e rimas.

Vento que corta, leva e esfarela
folhas mal dormidas
caídas em outonos secos
bem dormidos em primavera,
para ser canto de saudade
e me fazer poesia.

Yana Moura

Guia


Perto. Suspiro.
Tato. Colo. Corpo. Voa
Que a lida é leve

Escuro. Perdido. Emancipação.
Nobre sensação

Te perdo de perto, te aperto no peito.
Não tem jeito, sem jeito
Me perdo decerto, deserto venci
Nos fios de teus pelos

Gritos. Cortes. Dor.
Me perdo no escuro
Escuto perdido alguma anunciação

Te perdo de perto, te aperto no peito.
Não tem jeito, sem jeito
Me perdo decerto, deserto venci
Nos fios de teus cabelos

Voar. Ar. Loucura.
Mãos que se dão.
Voa que eu vou
Voar sobre ar, Andorinha

Débora Regina Marque Barbosa/ Manoel Guedes de Almeida

Eternidade


Ensaiamos amores eternos
Flores, declarações, sexo
Amores que se perdeem na eternidade de dois meses
Daí ensaiamos o final do nosso mundo
Lágrimas, bebidas e a eternidade de dois meses
Para que se encontre um novo amor eterno
E assim vivemos
De fins de mundo e amores eternos

Bernardo Moraes

Avisto a linha tênue do horizonte
E só me encanto mais com a vista
E a plenitude do meu olhar
Diante da certeza que um dia chegarei
Aonde meus devaneios desejam estar .

Myrla Sales

Minhas lágrimas mudaram de função
Agora, ao invés de hidratarem a pele do meu rosto
Elas preenchem sutilmente
As rugas deixadas pela estranha melancolia de minha alma.

Hosana.

Princesa do sul, cabelos ao vento, coração valente,
com um sorriso que encanta, acreditando sempre que a cada dia a gente aprende, cai, levanta, cresce e por aí vai, e as suas palavras? Parece melodia, voz suave e fina, que é pra acompanhar, o rosto é bem feito, os olhos grandes negros, bonitos como uma noite de luar, e a vontade, que supera a vaidade, de encontrar um amor perfeito, que possa lhe transbordar.

(Juliana Gomes)

Aquele moço


Me causa fascínio
Me cobre de beijos
Aquele moço...

Que veio do nada
Modificou meu dia
Aquele que em um instante de luxúria
Tomou meu corpo pra si

Aquele moço
Que me rasga a roupa
me puxa os cabelos
Que ao mesmo tempo,me olha nos olhos
Demonstrando pureza

Aquele moço...
Se despiu pra mim
Causando calor
Sim ele mesmo, de olhos verdes e brilhantes
Que em um momento de prazer
Ganhou meu coração.

Yara Silva

Metade de um segundo vivo, entre a morte e a sorte


E fim ... e fim?

Formigando-me de dúvidas
entre meio segundo de vida
e outra metade de ... de quê mesmo?

porque metade é metade:
metade de uma laranja
é a metade de um livro
é a metade da meta de não seguir sozinho

Mas sozinho que se nasce,
não é sozinho que se parte?
Parte de mim que se vai e fica metade

Metade de um milésimo,
num máximo de instante,
metade conflitante,
pensando em tudo na vida,
na metade do que foi bom viver,
na metade do que é melhor esquecer,
mas no momento é só o que gira
e angustia no meu pensamento!
quero gritar, mas meio milésimo de grito
 não faz arrepio no ouvido de ninguém. E agora?

Multiplico meu instante, meu milésimo de grito
Outrora gritava aflito, agora grita coragem
Se Morte é coisa inexorável
Que a enfrente sem ser covarde

o semblante temeroso se foi
que se aceite essa verdade
vem, me possua Dona Morte
me abrace com toda vontade

E a Dona Morte veio.
Mas pra que tanta pressa, Criatura?
Deixe-se aí, que a Vida ainda lhe atura
Deixe pra vir a mim, quando ela enjoar de ti...

e num misto de alegria e amargura
ela se foi em insensível ternura
e cá me deixou no colo da Vida dura
sem nem eu expressar o que queria
quero praia do outro mundo! quero maresia

Dona Morte me segura
Olha atenta, e sussura:
Calma, que ainda falta metade
 e um pouco mais ou menos.

E sumiu ali no sereno, pro próximo dia vivo chegar

Laelia Carvalhedo e André Café

Ururbanizados


Poetas da lama
vertigens do caos
esquinas podres
de poucos valores
fede o medo
comem-se os homens
é carniça social
do canto desigual
prostitutas,
vagabundos,
escritores,
senhores,
cidadãos,
é teto de zinco
rangendo o sol
é arte de esteira,
morro e sujeira.

Yana Moura

Eu, Ser, Corvo


Eis que a notícia chegara
Lentamente vai inundando minhas entranhas
Em um balsamo meus olhos sacudiam
Era o começo de um deslize entre minhas lágrimas
O sol estava mais distante ainda
Não impedia de imaginar minha entrada na eternidade
Boca, braços, pernas se moviam freneticamente
Quem ver, adiantava fazer algo com certo esforço
Quem ver, poderia adiantar a vida com meu corpo
Quem ver, eu poderia enxergar o horizonte
As asas batiam ligeiramente
O bico velho não se arriscava tanto como antigamente
Ele voltava
Meu amigo parece que vinha mergulhado em perfume
Poucos gostavam
Mas a excentricidade me tornara sua melhor amiga
Quando chegava,pousava em meu ombro e me afagava
Entre segundos o que eu era na verdade não era mais.
A notícia revelava que eu virava o que sempre sonhava
Criei asas, bico forte e uma cor diferente
Era um deles só que nascendo agora
Levava notícias ruins, mas era apenas a verdade
Depois que me transformara, sumia todos os dias
Em busca da minha felicidade .
Talvez túmulos , ou entre eles era o que no momento me bastava .

Myrla Sales

"Cedo ou tarde, é preciso acordar!"


É visível que a humanidade caminha em direção do progresso, no entanto não podemos deixar de dizer que “tudo que levou o homem ao apogeu será os principais elementos que o levará ao declínio, a um era de destruição, causo e extinção da vida humana”.
Em suma, não queremos concretizar o “apocalipse”, vamos juntos lutar por um futuro melhor; unidos poderemos transformar a realidade do amanhã. O mundo vai ser muito melhor quando começarmos a viver a filosofia do “bem-viver”. E, não importa o que aconteça em 2012. Se vivermos de forma consciente os efeitos das nossas ações, aprenderemos a conviver em completa harmonia e, em 2013 estaremos comemorando o renascer de uma nova era: A Era em que os humanos aprenderam a conviver em paz e harmonia, respeitando o mundo que vive a sua volta.

Dhiogo José Caetano

Cultura Negra


Até quando a cor da pele vai falar mais alto dentro da nossa sociedade que arrasta o racismo desde os tempos da escravidão. Podemos compreender que o tema “ser negro” é uma análise quantitativa que nos remete a história de Fernand Braudel em “O mediterrâneo”. Os diversos percursos da história forçam a sociedade atual a imaginar a distancia ou o tempo para estruturação do verbo “ser negro” em meio aos longos processos que se constitui de modelos, padrões, normas e regras raciais, como diria Weber um “tipo ideal” o qual a cultura negra sobreviveu, passando da condição de “coisa” para sujeito do processo histórico social.

Dhiogo José Caetano

Haikai de Ohm


Canção feito verso
o som ecoando em Ohm
perfeito universo

Em tantas ondas milenares
um ser humano, milhares
és um só, em seus altares

André Café

Eco Universal


Na complexidade da vastidão celestial, nós não somos os únicos seres viventes e pensantes; precisamos de forma despretensiosa comunicar com os diversos mundos que existe a nossa volta, pois unidos garantiremos a sobrevivência não só do no planeta, mas de todos os mundos que nos circunda.

Dhiogo José Caetano

Se deixe virar cantiga


Te dou todo meu amor,
me embalando no teu ser,
de ninguém quero saber,
mas se não for pra virar samba,
prefiro deixar você

Que tanto amo, e tanto quero,
Que a menor aflição eu mal tolero
Mas prefiro te deixar
Se não for pra virar bolero

Meu amorzinho tenha de mim dó
estar contigo me faz bem melhor,
mas prefiro ficar só,
se isso não der um carimbó

Neném, isso pode ser piegas,
Mas não posso ser seu bem
Se também não der um brega

Sou tão facinho assim, meu bem não me negue,
quero que você se entregue,
 mas pro diabo que carregue,
se isso num der um reggae

Meu dengo me dá um nó
Pensar na vida sem tu é dó!
Mas juro que te largo
Se isso não virar forró

Meu bem, meu coração
sem você, sou sem razão
mas não te quero não
se isso num der um baião

Paixão, tu é minha musa
Que usa e abusa, me abusa e arrudeia
Amor, quer que eu lhe siga?
Pois crie prumo
E se deixe virar cantiga.

Laelia Carvalhedo e André Café

Enquanto eu estiver aqui, neste castelo, tudo vai parecer grande e vazio, por mais que eu tente me libertar, meu coração está preso nessas correntes. Peço liberdade deste cárcere, para viver em um mundo infindável de sonhos.

Juliana Gomes Fortes

Haikai do esquecimento


Eu quero dizer ...
digo, eu quero rever ...
digo, eu quero entender ...
não quis esquecer

André Café

Verdades Entrementes...


Caminhando...
O vento soprando
a areia voando
E o pensamento viajando

Caminhando e olhando
O horizonte que me liga
é o mesmo que nos separa
Mas a alma está contigo... interligada
Levando o sentido de um sorriso
Que percorre o espaço e o tempo...
E transcorre como um toque aveludado
Traz uma sensação de massagear a alma...

Laça-me os sentidos
Essa saudade de momentos vividos
Ao mesmo tempo, de alguma forma,
Volta um sentimento maior que a esperança
Uma certeza do que não se vê...
Uma certeza do que se sabe existir...
E a alma transcende nos olhos tal qual a intensidade dos diamantes
Verdades entrementes, ardentes que a vida reservou aos amantes

Adália Tov

Haikai da paciência


Não se mensura em ciência
peso não tem, volume, também
quanto é sua paciência?

André Café

São tuas veias


Olhai, é verde
Um verde-cinza que cresce da merda
E escoa, escoa, escoa
Acre ao leito do rio
Cheirai e ride: tua sanidade
É este rio
E outro após outro
Na extensão dos teus braços
Na extensão de tuas pernas
Na extensão de teus pensamentos
Na extensão de tuas casas, de tuas vilas,
Na extensão de tuas ruas, das ruas de tuas cidades
Na extensão de tuas escolas, de tuas palavras, de tuas conjecturas,
É verde a roda de teu carrocel

Manoel Guedes de Almeida
Teresina - PI, 17/12/2012

Haikai do coração vazio


Queria arrepio
fazer apenas tremer
um pouco do vazio

André Café

Mesmo sangrando
vou levando, vivendo
reconstruindo caminhos desfeitos
ou nunca feitos
aparência tranquila,
mas por dento um furacão de confusões mentais
que trazem consigo insônia, tristeza, lágrimas
Não é depressão pré-ano novo
É pressão mesmo, trazida pela realidade cruel
Sensação de que é hora de ir embora,
sempre reforçada
pela dor de uma palavra, que friamente
funciona como navalha afiada
...

Hosana

Cosmogonia do Limbo II: Chegando ao início


Pode ser que voo, pode ser que rama, pode ser que ame
o turbilhão escancarado que pede mais e mais incertezas
querendo pouco a pouco ancorá-lo na mesmice do café da manhã

Salte deste espaço e invada a realidade desejada!

Já se ouvem os cheiros de manhã ensolarada em verde e lilás
já se sentem os cantos de pássaros astrais, já se sente e se quer mais
a revoada sincronizada do louva-a-deus grená surge como boas vindas

Corra!!! Corra o mais rápido que sua consciência possa obliterar!!

É Zion que se manifesta, para festa de nossos corações

André Café

Torquália


O povo me pintou
de cheiros , cores e sabor
e ela cajuína cristalina
me olhou com poesia
fez silêncios rimas
no olhar da menina
por vindo das esquinas Parnaíbas
fluindo o Poty em avenidas

Yana Moura

Cosmogonia de Giudecca II


Frio. Tão forte quanto o bloco de gelo em meu peito.
Sangue, que irriga a face, nascido no fio do frio giudeccano
Púrpuro pranto de arrependimentos tardios

Frio. E nada além. Mesmo o réquiem soa gélido, mas morno que o gelo
mas quente que o tempo que não mais desafio.
Súbito pensar que causa arrepio

Frio. Intacto. Devastador sentido de não sentido no leito
a face escancara carranca de caos profano
Tácito olhar que o destino previu.

André Café

Pétalas pretas


Você é a flor preta mais cheirosa que eu já senti
mesmo que a lei áurea tenha sido escrita a lápis
e o bullying tivesse sido abortado do mundo
mesmo assim, eu te chamaria de flor preta mais cheirosa que eu já senti
porque eu sou apenas uma minhoca
que decompõe as pétalas caídas no limbo
mesmo que fossem pretas:
elas provêm da flor preta mais cheirosa que eu já senti...

Júlio F Sousa

Sabotagem e torpor: labor previsto


Para onde?
De que forma?

Cessam-se as saídas ao tempo em que os dilemas se modificam
se mutacionam e rotacionam o desespero pro lado de cá
Há muito corrido do peito a lâmina devastadora do medo e da fé
O outro lugar; o ser, o não estar, o incompreendido incompreensível

Para que forma?
De onde?

O eu, fulgaz do último aviso engessado
no corredor ao lado do tempo, espreita o que acontece
desce ao rio mais olvidado, no intento de sobrevivência
ao passo que mergulha por inteiro em pré-ditas coincidências

Para
De

André Café

Do valer


E todo dia antes do sol sair
Eu pensava sem me distrair
Pegava a benguela
Corria pelo mundo
E sorria para o vento.

(Mateus Farias )

Parcelas suspensas no mundo do Ar: A ciranda que cria


No giro que faz fluir nossa essência
o olho a olho outrora reprimido
sons, gemidos e risos guardados
é libertária a ciranda que nos cria

Não somente noite ou tempo
o ombro a ombro antes esquecido
força, suavidade e esferas
é fraternal a ciranda que nos gira

Nossa essência e cada porção identitária
um só de tantos sentimentos
amor, amor, dedos entrelaçados
é visceral a ciranda que irradia

Outros dias, outros momentos
cabe ao firmamento de quem dela é cria
e que a faz criação, cabe num mundo inteiro
e se sustenta na palma da mão

André Café

Oportunidades


Dê valor às oportunidades que a vida nos oferece, consolidando as relações afetivas. Compartilhando a vida com a pessoa amada. Tudo é mutável e fácil de transformar-se. Portanto, devemos contar com o que possuímos, fazendo com que bastem, não nos prendendo às coisas materiais. Livre-se do sentimento de possessão e das expectativas que envenenam a vida e a alma.

Dhiogo José Caetano

Outros ares


Descaminhando no descarrilho da angústia
nada custa mais do que o mergulho profundo da falta de ar
pesar, pesares, pesado risco de se arrepender

Mas segue, cede a sede do sufoco
num girtou rouco de poucas palavras
desabas naquilo que não sabia que ía acontecer

São os fogos raiando o dia 01º de janeiro
são os fogos estremecidos, mas lumiando o coração
é desejo de que tudo continue podendo ainda ser

André Café

Revolução Indígena


Um dia o índio será reconhecido como cidadão, não mais sendo esquecido; permanecendo nas bases subterrâneas do mundo contemporâneo. O índio também é humano, por que os comparar com “animais irracionais”? Eles pensam, buscam, falam e tem a sua história. (Esta é uma visão classificada como etnocêntrica, onde colocamos o nosso eu, como referência e anulamos ou rebaixamos a opinião do outro. Um bom exemplo de etnocentrismo é o que fazemos como o índio, os chamando de preguiçosos, cultura inferior, ultrapassada, disseminando inverdades sobre este povo que simplesmente luta pela sobrevivência)

Dhiogo José Caetano

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Abraços Grátis



 Abraços Grátis 



Por Carlienne Carpaso 

Era véspera de Natal, dia 22 de dezembro de 2012, quando alguns amigos percorriam o centro de Teresina com cartazes e blusas pedindo – ou seria oferecendo: abraços grátis. No olhar, um pedido sincero; nos lábios, um sorriso espontâneo; no coração, a vontade de abraços para fazer do mundo um lugar mais solidário, sensível e feliz.

Abraços Grátis (Free Hugs) - dia 22 de dezembro de 2012 

“Solto-me do abraço, saio às ruas”, diz o escritor uruguaio Eduardo Galeano. Os “abraçadores” saiam de um abraço para outro; abraçavam um, dois, três. Abraçavam todos que correspondiam com os mesmos braços abertos. Abertos de humildade, aconchego e respeito ao desconhecido. Acredita-se que pelo menos um de todos aqueles abraços dados seria o primeiro de dez, vinte, trinta pessoas. 

Aqueles que passavam pelas praças Pedro II, João Luís Ferreira, Rio Branco e da Bandeira – assim como nas ruas adjacentes - naquela manhã, recebiam “os amigos de abraços grátis” com sorrisos no rosto e um jeito tímido de quem dizia Sim ao “você aceita um abraço?”. Porém, outros falavam que não, mas por que não? O poeta Mario Quintana falava que “aquele abraço vale mais que qualquer palavra”, sendo que o "abraço deve ser de coração com (e para) coração, tudo isso cercado de um (grande) abraço afetuoso".

Abraços Grátis (Free Hugs) - outubro de 2011


Os abraços oferecidos deveriam ser assim para acalmar a alma, pois não deveria haver tanta sobra de espaço dentro de um abraço, não é mesmo (músicos e compositores do) Teatro Mágico? Talvez seja isso. Os nãos recebidos por eles não passava do medo de um sentimento bom já tão esquecido por muitos. Enquanto houver pessoas como esses jovens que saem, pelo menos quatro vezes ao ano às ruas da capital piauiense, para dar carinho sem olhar a quem fico com uma sensação de que mais amor poderá ser vivido na nossa humanidade.

Há Braços, sempre.

Sobre(a)vida



Passeando pela calçada
Pulando os buracos dos becos
Bambeando pelas beiradas
A passos pequenos, trôpegos
Tropeçando nas pedras
Com suas pernas tortas

Calçado com seu sapato surrado
De sola velha, silenciosa
Batendo de porta em porta
Em noite plena, alta madrugada
À procura de uma casa
Ou alma bondosa que lhe abrigue

Dê morada a uma cara
Que nada tem, nenhum vintém
A não ser palavras d'um passado
Memórias de perdas e vitórias,
Histórias narradas pela sua voz
Arrastada, rouca, baixa
Alastrando-se rua afora

Bebendo bourbon barato
Sentindo-se um rato, 
Grato pelas migalhas e sobras
Que a vida lhe dá

E ao reverenciar o céu, o luar
Seu único lar, sua família e platéia
Feito amador em dia de estréia
Se permitiu perguntar
E pensar no porquê
De viver e ser assim

Sem parente nem aderente,
Um indigente feliz.
Na boca alguns dentes 
Somente pra sorrir

E sem perceber que as pessoas
Lhe olham com nojo, medo
De lado, com cuidado
Enquanto outras não estão nem aí,
Ele gira, dança e grita
A plenos pulmões
Fazendo pulsar seu coração
Mofado e maltratado que diz:

"...Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita!"


Hannah Cintra