terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O que é poesia, afinal?


Houve um tempo
Em que só se sabia poesia
Aquilo que escrevia o poeta
Oxi, eu, gago
Que nunca encaixei bem as palavras
Sei pouco rimar
E nunca descobri o que é enjambemã
Um dia me vi fazendo poesia

Poesia não é necessariamente
O que escreve o poeta
Poesia é aquela leveza que dá
Quando se torna verso ou prosa
A emoção do coração de quem escreve

A Lua, também, não inspira poesia
Quem faz isso é aquele brilho
Que acontece quando a Lua se vê
Nos olhos de quem a gente gosta

A poesia também não está
No apaixonad@ nem n@ apaixonador@
Poesia é aquele nervoso taquicárdico
Que um causa n@ outr@

Poesia não é o orgasmo
(tá, é um pouquinho... não... é muito, mas vou continuar o argumento assim mesmo)
Poesia são as curvas
Que teu corpo faz em minhas mãos
Que a gota de suor percorre

Por isso, eu, gago
Sem saber rimar ou enjambemar
Me julgo tão poeta quanto qualquer parnasiano
Posso não juntar bem as letras
Mas poeticamente sinto
Poeticamente me emociono
Poeticamente pinto
Poeticamente danço
Poeticamente transo
Poeticamente toco
Poeticamente falo
Poeticamente me calo

Ernesto Allende

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