quinta-feira, 31 de maio de 2012

CADA... UM(A)




A CADA MILAGRE UMA SALVA DE LÁGRIMAS
A CADA MAL, UM LANÇADO AO LONGE VEM SAL.

A CADA OLHAR UMA PINCELADA DE ABREMAR
A CADA APOSTA UM DESLIZAR DE TRAMA IMPOSTA

A CADA COMUNICAÇÃO UM SABOR DE MANJERICÃO
A CADA POEMA COMPOSTO, UM “X” NO MÊS AGOSTO.

A CADA SOPA TOMADA UM ESTRONDO NA ESTRADA
A CADA ENCANTADA FALA UMA PRICESINHA SE CALA
                                                                                                                  
A CADA PASSO DADO UM ODOR DESCONQUISTADO
A CADA MOMENTO UMA GAMA INFINDA DE MOVIMENTO

A CADA CONTORNO UMA FILOSOFIA DO ETERNO RETORNO
A CADA POROSIDADE UM BARCO NAVEGA NA CIDADE

A CADA NASCER UMA GRANDILOUQUÊNCIA ESTREMECER
A CADA COMEÇAR UMA ÂNSIA INTRÉPIDA DE TERMINAR

POR ALDERON MARQUES
31/05/2012


Des(Encanto)





É ao cair da noite que a solidão
Me consome
O silencio ofuscado pelos grilos
Misturam- se com a brisa do momento
Gélida como a face de cadáveres

Vida, serena, encanta
Sarcástica, medo, esquizofrenia

Me chamaram... uma voz doce...
Não pude identificar, 
Saí, procurei, e quanto mais me aproximava
Lembranças extenuantes se confundiam com
Sentimento de torpor

E retornei ao pranto
Inerente ao meu querer
Mutuamente com a
Vontade de enlouquecer

Angústia pairando minhas ideias
Somente procuro refúgio dessa dor física
Exalo sofrimento puro, sensato em compasso


A luz!
A atitude, estou a esperar
Encontrarei um dia, 
Enquanto não, vivo nesse imenso...
Vazio...
Contínuo...
Ardor. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Coqueta Bailando Painting - Coqueta Bailando Fine Art Print - Oscar Galvan

Tanta atenção à fala
quando as cordas vocais me amarram.
Deixa-me expressar pelo corpo, leve e livre, como uma transcrição sem palavras da alma, os sentimentos pelos sentidos. Dança solta e baila a vida.

(Mayara Valença)

Sentimentos espelhados


Mas que destino é esse, hein?
Destino de ficar só?
Destino que nos prega peças.
Sina?
Não, não precisa tanto drama!
Falta de sorte?
Não seria bem isso.
Bruxaria?
Dificilmente.
Exigências demais?
Também não.
Incompatibilidades e pronto.
Né, Oswaldo?
Não as mesmas incompatibilidades de outrora,
Mas ainda sim incompatíveis.
Ou igualdades?
Talvez igualdades.
Igualdades de sentimentos.
Mas também de receios.
Medos espelhados...
Em experiências espelhadas.
De pessoas espelhadas.
E agora...
Espelho quebrado?
Não diria assim...
Porque tudo tem que ser destruído
Quando não segue o curso óbvio?
Há outras vivências.
Há muitas construções!
Tudo por vir.
Quanta pretensão em finalizar o que ainda mal iniciou!
Mal...
Bem iniciou, eu diria.
Porque um sentimento assim não é ruim.
Porque um bem querer assim não é ruim.
Muito além do habitual.
Muito além do óbvio.
Muito além do racional.
Não era mesmo pra acontecer diferente...
Não sei porque não vimos isso desde o começo.
Mas eu sei.
Deslumbramento.
Muito deslumbre e brilho
Pra pouca razão.
E quem disse que a razão reina agora?
O coração é que fala mais alto.
Só que corações cansados.
Fadigados do passado.
Mas ainda corações!
Solidão? Que nada!
Ainda há tanto por vir.
E como falar em solidão
Em meio a tanta coletividade?
Almas abertas a amar,
A coletivizar,
A compartilhar.
Não há muito espaço para tristezas.
E a vida, como sempre
Continua!
Sigamos.
Juntos.

Hercília Raquel

O que o cu tem a ver com as calças V


O medo e a contramão
(o que o cu tem a ver com as calças V)


O lápis e o motivo partem
do mesmo princípio...

Cascalho,
pó,
galhos e só...

E o desejo aumenta.

Sem sentido e contramão
Ou tem-se medo da cidade
ou tem-se boca para devorá-la.

- Ao inferno todas as vísceras digestórias!

E se aumenta meu desejo:
Atropelar todos os carros...

Quem tem cu tem medo
e vai ter gente comendo
bosta.

                                                                                    

Salvador, Biblioteca-dos-sem-livros, 09 de abril de 2012

Inefável maldito

SAMAMBAIA VERDE SAMAMBAIA



Em suas longas folhas, uma longa história pra contar.
Uma planta, uma herança da minha avó.
Há mais de cinquenta anos, a sua beleza verde encanta a nossa casa.
Trazendo esperança no desenrolar de suas folhas.
De forma plena ela encanta...
Nela a lembrança de um passado ainda presente.
Ontem a minha amada avó cultivava a linda samambaia.
Hoje sou o guardião da verde samambaia.
Simplesmente uma planta, mas um elemento da família...
Em suas folhas rabo de peixe se eterniza a vida...
A memória tornasse sempre presente.
O passado é constantemente revivido no desenrolar de suas longas folhas.
Mas no contexto não podemos esquecer que estamos falando de uma simples samambaia.
Uma planta que traz o verde como elemento principal da sua consagração.
Nossa samambaia!
Lembrança, passado, vida, presente, memória e uma linda história.
Nossa história eternizada naquelas longas folhas verdes.
Samambaia verdemente samambaia...


(Dhiogo Caetano)

Haikais e coisis e tais III


I
Conto, história
dança, minha infância
doce memória

II
Falo poema
letra que retrata
as duras penas

III
Plano perdeito
tem que ter sabotagem
plano do peito

IV
Céu estrelado
É dia! de fantasia,
o olho lombrado

V
Ponto, espera
no ar, tudo Promorar
Ninguém Primavera


André Café

terça-feira, 29 de maio de 2012

Afeto, Afago e Costela:


-Só presta se for de muito,
Que de muito é que transborda!
E se transborda, faz tumulto...
E pinga, e pinga no mundo.

Pois que pingue até que encharque!

-Bora, Menina.
Calça a chinela,
se desarruma,
e vai pegar chuva...

Laelia Carvalhedo

Arte



toda arte é arte
toda vida é vida
tudo passa,nada fica
todos partem,tudo se parte

somos todos,imensos
somos todos e inteiros
e ninguém é a metade
nenhuma parte de ninguém

visto que á vista é bem melhor
e que á prazo nada vejo
procurei ontem o amanhã

tendo em vista a vida
investi no futuro
e o que ganhei ainda espero.


Rafael Lima

Sim pirilim!


No som clarim,
riso é meu aviso
de sim pirilim

Simples é assim
cheio, sem o receio
alegria carmim

Canto além do fim
Bia, Mário e folia,
o sorrir em mim

No som de tac e tlim
vivo, sempre altivo
em sim pirilim

André Café

Prelúdio de Copas II - Parada na adega do inferno

Bosch - Death of The Reprobate

Sequioso por apenas um instante de deleite
ao sabor do Château Mouton-Rothschild 1945
apenas consumação adicional para os gozos encontrados nesta viagem
mas jaz garrafa vazia em prisões anteriores; ao que vejo uma taverna

O recinto adornado do escuro, ausência quase completa de luminosidade
destilava-se do fígado de um boi, o sangue servido a almas sedentas e vorazes em um proto balcão.
Ao fundo, garrafas, um velho com a cabeça baixa, fumando alguma substância que provocava fumaça azul

- O Senhor não é daqui não. Tem certeza que está no lugar certo?

- Ora, ora, ora. qual não é minha supresa ao ver também que aqui reside outro humano vivo. Mesmo de fronte decaída reconheço você. Saudações! Que peculiar encontro esse. Diga-me: está é a saída para sua menoridade? Fostes covardes ou preguiçoso?

- Caçoa de minha pessoa porque? Não estás aqui também participando de balbúrdia e anencefalia desvairada?

- Engana-se nobre pensador. Não estou em presente ou futuro, nem dimensão e espaço. Sou sóbrio sobrevoando vocês bestas que se degladiam por um pedaço de carne morta.

- Também não estou neste Universo Duque de Copas. Não vê que ainda vivo? Nã vê também que reflito a condição humana?

- Não me encha de lamúrias meu caro. Como sua razão pura explica esta realidade? E mais: como você se retrai e esconde nesta indiferença e nos resultados que interpretações de seus 'juízos analíticos' não tenha contribuído para o que vemos agora? Caro e nobre pensador, se quiser mortificar-se e ser apagado da história, faça-o você mesmo. Ou sustente e assuma riscos do outrora, agora e por vir. Se queres cair neste lamaçal nefasto se sentir para além do que a sua razão não concebe, faça-o. Neste exato momento. Verás que é experiência o subjetivo e sua alegoria terá circulação lógica em si. (...) mas antes de ir, uma garrafa de Château d’Yquem, 1784. E um brinde a moralidade do desespero!


Duque de Copas no caminho de Epizêuxis Semântica

-

Prólogo Socrático do Encontro III - Devaneio entre o torpor e a quimera, sem determinação espacial


O caminho ascendente não se impregna
o enigma do equilíbrio não emociona ou fomenta
o abismo de virtudes vãs e pagãs não se sustenta
alimenta, reacende o que fora mito esquecido

Leviatã ...

Tensão entre o estado de latência natural
o suave arcabouço que incita confiança
é lembrança para o por vir repetido
curtido no sangue e na fome:
não apagara o lume da iniquidade
que invade silenciosamente, mente e consciência

Daquilo que ao inferno é pertencente
realoca-se, toma-se à imagem Antropomórfica

(...)

Do que li e do que vi, eterna distância

- Esta com sorte nobre pensador ...

- Não creio na sorte. Nestes tempos, inertes e inexistentes, digo acaso condicionado.  - um gole de rum, próxima partida.


Sócrates jogando poker em Cocytus em devaneios e reminiscências. Satan observa

Concreto 3


O meu peito livre arbítrio
revogando o discreto
meu sibilo é apito
pra assustar o maldito
que eleva o concreto

Coração está sucinto
no amor que está disperto
mas poema é recinto
faz tristeza, eu não minto
pranto é destino certo

revelia de granito
por um pouco de afeto
no sufoco do que é dito
refazendo-se no pito
veio a origem do concreto

teu torpor é infinito
mas saída está por perto
não se crê mas neste mito
iluminado veredicto
do poeta não completo

André Café

Haikai da ressaca


Virando a noite
gole, vem, me degole
no teu açoite

André Café

Compassadamente


Tum! tum! tum! tum!
demarcando o compasso
o marca-passo do coração
em drão, drão, drão, drão
martelando a cabeça
que indefesa, caí em tentação
tum! tum! na parede ao lado, do lado de dentro, na vida a fora
Melodia angustiante, que relata obliterante
essa vida descompassada

André Café

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mar & Cia


Resgata-me no passo de outra estrada,
jornada em dois tons de matas ciliares...
Teus cílios. Perdi-me um pouco em teus olhares,
desvios de percurso, pequenos mal estares
causados pelo espanto do rosto no reflexo.

A lágrima de um reinado, nem quisera
esconder de todo mundo que o peito dói,
a alma sem amparo, sem reparo, dói,
não bate calada, descompassa meu coração.

Barquinho sem rumo, sabe que não encontra
deriva que o aceite, ou lhe deságue,
rios de fantasia, de poesia que invadem
as portas de outras casas que não eram minhas.



PERICLITANTE TRAJETO



VOCÊ NEM TEM IDEIA DO QUE ESTOU A TE FALAR
E NESSA CAMINHADA QUERES ME ACOMPANHAR?
CREIO QUE NÃO, SEU PÉ FINCADO DIZ CONTRÁRIO
POSSO PARECER BOBO, E SOU, MAS NÃO OTÁRIO!

SEM NENHUMA REVOLTA OU QUESTÕES MENORES
NÃO PROCURES PARA LHO REVELAR, PORMENORES
TENHA CONVICÇÃO QUE ASSIM PODE-SE ENTREVER
ALGUMAS CONCLUSÕES POSSÍVEIS, COMPREENDER

A VIDA PASSA EM NOSSAS VISTAS A TODO INSTANTE
ENVOLVENTE E SEDUTORA, TOCA À BOCA TATEANTE
ILUSÃO, AGORA MAIS NÃO, AINDA MUITO À FRENTE
QUERO O FUTURO, POR ISSO SIGO RUMO DIFERENTE

O QUE PASSOU ATÉ IMPORTA, FICA, MAS SEGUINDO
VOU NESSE LONGO, PERICLITANTE TRAJETO INFINDO
ENCONTRAR A MIM MESMO NO COSMOS, NOVO LAR

POR ALDERON MARQUES
DIA 28/05/2012

DOMINÓ



 
DÓ MIM DÓ
DORMINDO
DOMINGO
DOMINO
DOMINÓ
DOMINGO
DORMINDO
NÓ MIM NÓ


POR ALDERON MARQUES
DIA 28/05/2012

Escute aí


Tá pronta para ouvir ?
Tá sentada ?
Venha me escutar.


Me desculpe, mas hoje é o dia
que eu preciso de ti
para poder falar.


Estou necessitado de colo,
carinho e compreensão.
As coisas não caminham como eu gostaria,
mas muito obrigado pela sua atenção.


Tens sido de suma importância,
pois sei que com você posso contar,
seja para beber, falar duzias de palavrão,
seja apenas para poder chorar.


E amigos são assim,
amigos são para essas coisas,
chorar com o choro, sorrir o sorriso,
partilhar a angustia, e adiantar o amigo.


Não querem saber porque
mas pulam dentro da roda,
e se algo a um amigo do peito incomoda
incomoda a você também.


Ah ...
Era o que eu precisava hoje,
de um colo amigo,
para ouvir um desabafo,
chorar um pouco
e dar uma gás,
fazer ver que a vida é vivida
se mirando o que tem para a frente
e não se lamentando o que ficou para traz.

Tayago

Sem jeito


É que eu não levo jeito,
Ele é meio torto ,meio bobo...
Não levo jeito pro teu jogo
meu jeito e seu trejeito
com todo respeito
tem tanto efeito
Bagunça,arruma
mas sou eu quem não levo jeito
Perdoa esse meu defeito
Essa coisa sem jeito
Acho que não aprendi direito
Mas tudo é tão bem feito
Na vida tudo é tão perfeito
e gente complica de um jeito
E mesmo sem jeito eu tento
mais uma vez.


Letícia Paganoto

Primeira a cair


Eu queria chorar,
mas está difícil,
nem para isso,
tenho disposição.


A lágrima não cai,
não deseja percorrer meu rosto,
e escondido no desgosto,
ela cisma em ficar.


O choro que devia libertar,
fica preso
e prende a tudo e todos,
inclusive a mim
dentro de mim mesmo.


O riso que viria depois,
com alguém fazendo palhaçadas,
está na sola do pé
correndo de mim.


Queria apenas que a primeira viesse a cair,
porque sei que depois da primeira outras virão,
me farão respirar, suspirar, parar, pausar e
ousar.


Mas ela ainda fica presa,
nos olhos e na garganta,
e a dor, imensa, tamanha,
faz que não consiga perceber
o quanto já caminhei
sem a primeira derramar.


Porém de hoje não passa,
porque é chegada a hora
as lágrimas descem,
ao passo que penso,
e vejo o quanto ainda é necessário seguir.

Tayago

Novos ventos


A porta etá fechada,
e a janela entreaberta.
Que entre um bom vento,
e me faça abri-la por inteiro!

Venha brisa leve
inspirando a coragem
Reabrir a janela , olhar as ruas
Traz um novo ar a respirar

Que o vento novo me leve
Abra minha porta
Que agora esta fechada
Leve a poeira pra longe

Vento, chega sem eu perceber
Pra que eu sinta seu frescor
Quem saber Sr.Vento ,
um novo amor?!

Que não seja um breve momento
que vente todo o tempo..
Enfraqueça e  fortaleça
Mas que não sacie o frescor

Sr. vento, varre e renova meu jardim
Leva embora as folhas secas e afins.
Traga novas sementes
que naturalmente , vente!

Letícia Paganoto

Vai querer?


Vai querer ?

Vai querer acordar e ver que estou te olhando
O café quente na mesa
Filhos na sala
esperando
e o mundo inteiro para conhecer

Vai querer ?

Acordar e ser surpreendida,
com a mesa posta, o jantar feito,
o cheiro gosto, a pegada de jeito,
e a noite findando com aquele amor.

Vai querer ?

Que naquele dia de chuva,
todos os programas sejam cancelados,
e os que não podem, sejam remarcados,
para ficarmos vendo filme lado a lado.

Vai querer ?

Ter uma história, guardar na memória
momentos bons e ruins,
que acabaram em sorriso,
e lembranças de amor.

As vezes acho que sim,
porém algo me diz que você
infelizmente
não vai querer.

Tayago

Surgem os Sonhos...


Os mais loucos e belos sonhos surgem.
Cada instante é provocado,
ora pela tênue vibração de voz
Ora pelo simples encanto de pensar em ti.
A inspiração aparece, a solidão se esvai,
E tudo se transforma em singelos desejos.
Se existem duvidas, logo cresce a paixão
Contra a ilusão de viver sem lutar, sem amar.

Dérek Sthéfano
Melancolia - Edvard Munch

A Felicidade de um Poeta é tão rápida quanto um beijo na mulher amada! Bernardo Moraes

Bernardo Moraes

Arte PlásTica

A Lua - Tarsila do Amaral


a b c d e f g h i j k l m n o p q r
s t u v x y w z z w y x v u t s r q p o n m l k j i h
g f e d c b a -a -b -c - d -e -f -g -h -i
-j -k -l -m -n -o -p -q -r -s -t -u
-v -x -y -w -z +z
+w +y +x +v +u +t +s +r +q +p +o
+n +m +l +k +i +h +g
+f +e +d +c +b +a
c o n t i n u
a n u a a lua
a z u l c o n t i n u a n u a a . 

José Augusto Sampaio


Montenegrou


Ofertei a você, nego
Amor e bem querer
Com carinho e respeito.
Todo a você.
E você, hein!
Me negou.
E você, hein!
Me negou.
Deu um pé na minha bunda,
Nem se importou
Se eu tava arriada
Arriada de amor.
E você, hein!
Me negou.
E você, hein!
Me negou.
Se você quiser ir embora
Ou me esquecer
É um favor que você faz
A mim e a você.
E você, hein!
Me negou.
E você, hein!
Me negou.
Saiba que eu não vou mais
Por ti chorar e sofrer.
Vou aqui no desapego.
Querendo só viver.
E você, hein!
Me negou.
E você, hein!
Me negou.
Meu coração posto de lado,
Antes de ter você,
Voltará para o tal posto.
Não quer mais sofrer.
E você, hein!
Me negou.
E você, hein!
Me negou.

(Poema baseado na letra da música Madrugou, gravada por Oswaldo Montenegro, no CD A partir de Agora: http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/809096/ )
(Aplique a melodia dessa música e cante o poema acima, se quiser...)

http://herciliando.blogspot.com.br/2012/04/montenegrou-ofertei-voce-nego-amor-e.html


Hercília Raquel

Ser-Tões


Quem sou?

Sou sertão!

Sou a terra seca, escassa e viva.

Sertão é tudo... Certo, incerto...

Sertão é aqui, e lá.

Tudo é sertão...

Sertão é um espaço construído para a “liberdade”.

Sertão é uma terra que coloca um “fim na hegemonia”.

Sou sertão, sou um ser humano.

O sertão é o contexto que circunda o mundo a minha volta.

O sertão aqui falado é o espaço que vivemos e ainda vivo.

Um espaço forjado por homens ao longo da história.

Ser-tão é uma condição de sertanejo.

Sou do sertão, mas vivo na cidade.

Na memória a saudade do meu sertão que se vai afora!




Dhiogo José Caetano - Professor, historiador, escritor, poeta, membro das academias:  CONBLA, AVASPE, FEBACLA e outras.
Uruana - Go

Desejo e paciência


Desejo e paciência
Malícia não é sexo.
Põe isso na cabeça!
Cabeça...

Virgens também vão a sexyshop!
Sexyshop.
Sexy...

Tem malícia, mas é inocente.
Malícia e inocência!
Malícia...

Cristãs também tem malícia.
Tem malícia, mas paciência!
Paciência...

Elas também tem desejo!
Mas desejo e paciência.
Paciência...

Para guardar tal desejo...bem guardado.
Guardar e acumulá-lo.
Para então transbordar...

Num rio incessante de desejo e cumplicidade.
Companheirismo com vocação para a eternidade.
Eterno enquanto durar...

http://herciliando.blogspot.com.br/2012/03/desejo-e-paciencia.html



Poema curto


Como todo bom poema meu

Que ninguém gosta de ler

Por ser longo, sem sentido e dúbio.

Sou preguiça

E deleite

Sou irônico e muitos.

Não concorde comigo

Também não faço isso.

Mas, se concorda,

Vamos ambíguos vestígios.

Já meus poemas curtos

São todos absurdos

E furtos frutos de mim e você.



Do poeta José Augusto Sampaio

Publicado no livro O outro lado do olho, em 2010

Está à venda no www.agbook.com.br

Mais informações em joseaugustosampaio.blogspot.com

Contato: guto.sampaio83@gmail.com

Facebook: josé Augusto Sampaio

O professor inexistente


Poucos alunos, uma forte compenetração.

A análise de texto se vai, o tema é sertão.

O professor mal sabe falar do mesmo.

Nos alunos falamos e ele nem se preocupa em expressar as palavras.

Estamos famintos, desejamos o saber, mas o mesmo não tem nada oferecer.

O silêncio paira no ar...

Ninguém sabe o que falar...

Estamos todos a conversar e o tempo se vai.

O dito, professor não mais está na sala.

Falta à transferência do saber, falta o transferidor do mesmo.

É uma pena pagar para aprender é no fim nada absorver.

Onde está o professor!

Dhiogo José Caetano - Professor, historiador, escritor, poeta, membro das academias:  CONBLA, AVASPE, FEBACLA e outras.
Uruana - Go
dhiogocaetano@hotmail.com

Enxerto


Tempo muda
Gente muda
Sentimento muda
Conceito muda
Se torna muda
Muda muda
Destino muda.
Resultado muda?
Estado muda?
Mente muda
Muda a mente
E tudo não muda
Invariavelmente
Mente muda
Muda a mente
Dinamicamente.
(In)Felicidade mente.


http://herciliando.blogspot.com.br/2011/07/enxerto.html

Hercília Raquel

Algoz



Sou sucinto

cheio de motivos.

Espalho a certeza

mesmo quando a certeza está errada.

Prefiro a beleza à tristeza.

Porém, a beleza já é tristeza.

Crio e manipulo a palavra.

Como quero e quieto

sem escrúpulo, dou a letra.

Também sou bonzinho e esperto.

Sou grosso e curto:

Quem não é macaquinho e patético?

Digo e sigo voraz:

Sou Algoz.



Do poeta José Augusto Sampaio

Publicado no livro O outro lado do olho, em 2010

Está à venda no www.agbook.com.br

Mais informações em joseaugustosampaio.blogspot.com

Contato: guto.sampaio83@gmail.com

Facebook: josé Augusto Sampaio

Para a minha Lápide


Não sou finado

Nem estou findado

Fui.




Do poeta José Augusto Sampaio

Publicado no livro O outro lado do olho, em 2010

Está à venda no www.agbook.com.br

Mais informações em joseaugustosampaio.blogspot.com

Contato: guto.sampaio83@gmail.com

Facebook: josé Augusto Sampaio

Teresine-me em imagens II
















(Milla Ventura)

Pensando em Suspirar

Eu so pensava Nas estradas que iria caminhar Nas historias mal contadas E nas mesmices mal inventada . Eu que acenava para as nuvens Que me acompanhava Que me inquietava com as sombras Que teimavam em me imitar E via que pensar Era a unica coisa que me sobrar Porque nessa mesma estrada Me via sozinha, abandonada No resto de um nada Que eu sempre inventava Quando estava em mim Ou quando eu apenas pensava Nessa mesma estrada Que nao conseguia findar Nem conseguia uma cadeira Para meu debil corpo se sentar Via que a unica coisa Que ainda me cismava Era de ainda ter no ceu da minha boca Um ceu cheio de poesia a ser suspirada E nos meus seios ser conclamada Como a roquidao que me pertencia Na ansia de mais uma maravilha Ser declamada E eu podia reclamar dessa estrada sozinha Mas via que nela,me notava a esmo e com o dom De conseguir me inspirar Para varias vidas emocionar . Sozinha e na ansia de pensar em suspirar. Myrla Sales

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Prólogo Socrático do Encontro II: mais uma rodada de poker e de rum


No segundo desligado, pós-queda do virtude, eis que um demônio de classe baixa interrompe o momento
É mais um convite para o jogo. Surpresa, é claro, em tão pouco intervalo de tempo ... mas teria sido pouco o tempo? Nestes campos que não se sabe hora ou lógica. Não hesitei, e acompanhei a criatura até o habitual recinto de nossa jogatina.
Vazio, com as cadeiras e mesas. Mas nada de chá ... garrafas descansadas, cor de fogo e olor conhecido ... rum ... o que me queria Satan?
No pouso do assento, as cartas esparramadas, apenas uma com a face pra cima; nefasta brisa que adentrava pela porta principal .. silêncio ... interrompido pelas passadas marcantes de quem deve demarcar sua apresentação. Surge, os olhos quimera e riso maligno:

- Olá caro Sócrates.

- Saudações ao Rei dos Mundos ...

- Esqueça as cerimônias nobre pensador. Esqueça até os últimos jogos e possíveis dívidas.

- Vejo que você está falante agora. Agrada-me em partes esquecer o que devo. Mas qual o sentido deste retorno quase imediato?

- O que seria senão o nosso habitual compromisso? Mas o deste momento tem um adicional. Gostaria que me dissesse qual é.

- Pelo que vejo, lhe interessa agora a presença do Duque de Copas aqui. Não compreendo o porquê, uma vez que o tempo e o espaço se condensam e se misturam, impossibilitando um encontro lógico.

- Conhece as leis que rege esta existência. Mas não acredita nesta tal possibilidade nobre pensador. Na realidade, busca este momento. Pergunto então, se esquecera a condição de habitar sobre os meus domínios.

- Não, não esqueci. De fato, não foge a verdade sua perpicaz análise. Como também não foge a verdade minha constatação física. - indagava-me pelo súbito interesse, enquanto o gole de rum descia seco na minha garganta. Uma coisa era o jogo e nada de palavras, apenas gestos. Outra coisa é o jogo de palavras; este eu temia e percebia esse temor crescente. Mas não me reduziria. - Acaso Satan, está com algo a me dizer diretamente?

- Nobre pensador, autorizei a entrada de mais um ser vivente, muito para um deleite, esperando ele se perder em maldições e traumas irreversíveis. Informo que exatamente o contrário está acontecendo. Não reside nele traço de humanidade algum. O meu deleite foi execrado à ira, pois não consigo definir a que natureza pertence a criatura. Qual a intenção de tê-lo no inferno?

- O caso é Satan, que o convidei para o chá em algum momento da história. Apenas isso e somente isso. Não há conspirações pré-meditadas, Você que habita este e outros mundos e ares, tão ou quase tão onipresente, não deveria estar com preocupações neste sentido.

- Em minha posição Sócrates, nada é considerado irrelevante, pela própria descrição que fizeste.

- O Senhor teme perder o seu posto. É isso? Acho impossível.

- Não. Eu temo o sagrado 'cair' e destruir o real, utilizando-se de sua imagem e semelhança.

- O mal sobrepujando a si próprio e deste ato, destruindo-se. Mesmo que o sagrado seja profano, mesmo que o brando faça insurreição de assassino. É, Senhor. Tua preocupação tem causa...

- ... Mas apenas uma conjectura de todas que controlo. É sempre bom dialogar com você nobre pensador. Full house ...

- Agradecido Satan ...Royal straight flush ...


Sócrates jogando poker em Cocytus com Satan

Aleivosia

O que fiz à sua ausência
amando outro à custa de não teres
sabido a hora certa de nos terminar
não te surpreendeu ceder-te em teu 
próprio lugar

 Não deu certo te ter distante
quando na maioria das vezes te tinha bem do lado
onde as mãos nem conseguiam
alcançar-te, jogar-me em ti diante

Não te roubei de mim
não te desertei por aí
nem ao menos te dei
permissão de sair daqui

Me destes liberdade quando
eu era sua prisão

É sempre assim:
um ama mais que o outro
e  o que ama mais
acaba não tendo tudo,
amando outro

(Rosseane Ribeiro)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

GLOSSÁRIO


Meu ser é bastante Fisionômico.
Não que goste de biologia... Fertilidade e Cromossomos? não!
Simplesmente me caracterizo com o que o ambiente me dá.
Não que eu goste dos camaleões... Mimetismo sem creme de pele? não!
Meu corpo é como se fosse a natureza. natureza viva e atuante.
Não que eu admire Artes Plásitcas... Abstrato, Natureza morta e óleo sobre tela? não!
Mas meu tesouro fica acima da minha base pescoço. ainda não é anatomia...
Faço glórias e referencias à minha cabeça. onde te levo e trago e te mantenho viva.
Minha cabeça é mente, é crãnio, é nuca e cara.
Meu coração é meramente, é pertencente a você: CUCA ODARA.

Emanuel Diego 19 - Para: CUCA ODARA

Amor insano



Por que viver enganado se a mentira é selva, se ninguem engana a mim?...
Por que se aventurar e dizer que ama, antes de chegar o dia?..
Tu viestes a mim e, com uma lágrima, dissestes: - fracassei, fracassei!...
Te reprimi com meu olhar meio "Eu avisei" e com o peito mórbido, eu disse: - vem cá!.

Deveria eu ter acolhido teu sentimento e o prendido no meu íntimo.
Deveria eu ter acolhido tua cruz junto ao meu ombro amigo-amante.
De veras eu poderia tê-lo feito. mas minha propriedade quis dizer: - "tenho medo"!...
Não o medo sujo, mas aquele medo de amar a uma senhora da vida noturna.

Sei que não sois contas de dedo, mas te fazes presente nas minhas mãos trêmulas
E, agora mesmo, te renego em nome do amor, da amizade e da razão.
É sabido que jamais voltarei a cumprir comas ordens do meu coração...
Pois agora mesmo, sufoco o último suspiro de afeto por ti. quero noites sós.

Quero diva para meu divã...
Quero manhas para minha manhã...
Quero algo para não agonizar...
Quero uma ama para finalmente AMAR...

Emanuel Diego 19 - (À UMA PROSTITUTA)

Até o próximo torpor de minhas iniquidades ...


No caminho por vir, a antítese, enfeitada com as marcas do tempo, um passo de cada vez, quase que forçado e despercebido. Parece que as forças foram arrancadas sem deixar recado, parece que a solitude se impregnou no corpo desavisado. No caminho, infeliz trôpego, por dias de álcool, mas com alma sóbria, sorvendo toda a ternura amargurada das feras e feridas, passo a passo, quase que veloz verdade vedada em vácuo; lágrima que cai em vão, passo a passo, a passo, cadafalso

Eu não consigo ver mais a luz, de repente o chão sumiu dos pés, o que me restou? o que sou? onde vou ? não tenho forças pra mover essa coisa de dentro de mim, arrancar isso que me persegue a todo o momento
Odeio essas lágrimas malditas, odeio essa dor que não me deixa em paz, estou dilacerada, perdida, abandonada sem mesmo ter pertencido

Não me fiz essência, não sinto essência, sem domínio até para desabar de uma só vez e fingir que minha passagem foi apenas em um segundo de equívocos. a mente em tortuosa e doce tortura deixa apenas os olhos abertos, em plena visão; para então me embeber da última dose de loucura que me cabe, a loucura dos céticos e esquecidos ... um sibilo ... passo, apenas mais um ... nada mais ...
mais um passo ou muito mais? de que importa eu nem sei onde quero chegar, eu só vou andando por ai quando eu cansar eu paro, quando a dor ficar menos dolorida, quando a falta deixar de ser o principal em mim todas as manhãs


Então o vento roça meu rosto e eu acordo desse pesadelo

Até o próximo torpor de minhas iniquidades ...





Hévllen Motta e André Café


Bateu asas voou, se foi e não voltou.
A ferida cicatrizou o coração se acalmou e as coisas voltaram pro lugar aqui dentro de mim.
Um cigarro, uma dose aqui e ali e as coisas começaram a fazer sentindo.
Nada mais voltou ao normal, nada é como antes.
Mas não faço questão, as coisas não tem que ser alguma coisa, elas só tem que ser.
Refaço revivo, transformo, me alivio.

Hevllén Motta