quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Boca calada moscas voando



Nessa cidade que abriga meus anseios e espreme meus absurdos, não me deixa vê aquilo que meus olhos deseja ter.
A juventude mostra o que sabe, de palestras nas ruas, a poesia em sarau na praça com música no solo. E olha veja só, é o que sei fazer, e nem mesmo me deixam mostrar.
Meus tempos preferidos são da ditadura onde mesmo calados sabiam falar e protestar e tudo que mostro esses anos que me permanece viva não se interessa, me cala a boca e faz-se o silêncio dentro de mim.
Tenho dezenove anos de estrada e nasci no tempo errado nos anos noventa e cheguei a dois-mil onde nem meus cigarros são bons, o amor ate se escondeu para não ter que olhar para uma sociedade frouxa que se manifesta através de desordem e ainda dão banana para o vento, uma variedade que pouco me importa e Bukoswki ainda queria estar vivo até agora, mas ele não está perdendo nada.
Uma pena! Um tristeza uma perda de tempo, o que me resta é navegar nos livros de sessenta e oito e ver aquilo que ainda tá esculpido, ouvir aquelas músicas que chora, e refletir no tempo que eu nem tinha nascido.

Paula Santos

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