sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Libertè



Do seio mais íntimo da noite, o jovem andava.
Sem destino algum, percorria, e de vários caminhos se afastava
Navegava por mundos nunca dantes navegáveis
Narrava histórias inimagináveis
Beijava sonhos de pele nua
Cantando canções que nenhum ser cantava
Jovem andante, não sabia mais distinguir o sol da lua.
Andava perdido, mas não abandonava o bom e velho sorriso.
Conhecer seres, lugares e prazeres tornava-se rotina.
A prisão imunda da qual nascera fechara em meio à liberdade
Não sabia mais o porquê das limitações
Lia Voltaire ao som de Lobão e refletia sobre mundo
Viajava por muitos lugares, conhecia mundos e fundos.
Perdia-se nas decisões irrelevantes da humanidade
Queria que o mundo entendesse suas raivas e frustrações
Ecoava seu grito como um hino de raiva e mudança
Tentava a cada sorriso e fúria mostrar a quem respirasse, a liberdade
Ahh liberdade... Afinal o que eres tu? Mostra- te para esse jovem
Para essa humanidade.
Prisões eternas e transparentes
Ecoai teu grito, jovem. Grite!
Grite, lute, viaje, ame, sonhe, corra... VIVA!
Vida louca vida, vida breve, livrai toda essa humanidade Jean Calas
Purifica essa falta de pecado.
Peque. Imperativo afirmativo incomum em meio a leis incumpríveis
Sinta. Beije. Ouça. Grite. Sorria. Relaxe. Beba. Fume. Corra. Ame. Veja, a água viva ainda está na fonte.


(Miguel Coutinho Jr.)

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