sábado, 5 de janeiro de 2013

Não sabeis vós?




Escapei-me dos teus olhos como água escapa das mãos
Mordi a língua, cruzei os dedos e te foquei em vão
Desculpa, depois aprendi como sendo só, lidar com o nós fica
embaraçoso, maljeitoso, cuidadoso como se cuida de um copo
para não cair  e ir a catar estilhaços do chão
Então, tu, subitamente, me dizes:
Não vos animais por me ter diante os olhos
Não sabeis vós que corpos não são dignos de donos?
Não sabeis vós que meus olhos não são donos dos seus?
Não sabeis vós que a canção que me anima não és tu quem a canta?
Então, pensei, não respondi:
Não vos deixei em rendição para não ser castigo
Pois não sabes tu que não somos donos das próprias previsões?

(Rosseane Ribeiro)

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