quinta-feira, 31 de janeiro de 2013



Picadeiro? Picadeiro é onde todo santo dia o palhaço encena a vida. No descompasso do dia a dia dança no ritmo do riso que vibra o Espírito. Redesenhando o (uni)verso de dentro. Soprando neblina. Desmembrando medo. Descartando o sinônimo de sobrevivência. Vivendo. Em verso inventado de si mesmo. Às margens do rio de lágrimas, suaviza reflexo da própria face rindo do prato. Rindo encantos. E rindo entoa o canto adoçado da vida. Desaguando inteiro o eu ferido. Afrouxando os apertos de dentro. Rindo transborda vida – alumiando o peito. Desencantando lágrima. Desfazendo tempestade. Reencontrando leveza na Alma. Um palhaço confesso – sem máscara – nunca tem presa. Perde-se no tempo apreciando em prece a benção da graça. Pintado de piada acinzenta tristeza embelezando o sagrado do Ser besta. Reavivando contentamento por não combinar com dor. Sendo embalado pelo Amor por desvalidar o dissabor. Em permanente (lou)cura sente o intenso da vida. Vive inteiro ainda fragmentado. Ousado arrisca-se com os olhos fechados. E se resguarda sob o escudo da Fé inabalável.

(Nayara Fernandes)

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