segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Alvorecer



(Para Lúcia Maria, minha mãe)

No dia em que você nasceu
Nasci contigo.
Nasceram meus olhos curiosos,
Questionadores e por vezes tristes,
Nasceram meus sonhos
Como um cavalo selvagem,
Nasceu meu coração
Transbordando de ternura
E muitas outras coisas minhas
Nasceram no dia em que você nasceu
Porque lhes devo todas elas.

E devo muito mais, posto que a planta
Não reconhece ainda a dádiva do outono,
Nem quanto custa a luz do entardecer,
Mas reconhece o seu amor, e ainda lembra,
Numa paisagem onírica e distante,
Eu pequenino, a mão presa à sua,
Você tão grande quanto é agora,
E o seu afago acalmando tempestades
Com uma força da qual nunca disponho.

Quisera eu ter herdado essa coragem
E essa força de enfrentar o vendaval
E esse sorriso que brilha como o Sol
E essa beleza jovial que desafia o tempo.

Receba esse presente
E que ele seja singelo e brilhante
Como lágrimas na meia-luz
Ou como estrelas pelo céu escuro
Ou como o orvalho frio
Que os dedos da manhã vêm semear.
Receba como o melhor de mim,
Como a forma mais pura sincera de dizer
O quando amo você.

(Igor Roosevelt; 02/02/2013)

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