quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Entrelinhas – Um pouco do meu lírico o muito do fosco que me persegue .






Há algum tempo, precisamente um ano atrás, começava mais um ciclo da minha vida, estava com dezoito anos, conseguira um 'amor' , perdia minhas primeiras amizades e adquiria algumas novas, tinha em minha costa o mundo estranhamente novo pra descobrir. Os primeiros bons momentos acarretados de beijos, cinemas, viagens , bebidas, cigarros, noites de músicas que acariciava meus ouvidos ao som do violão, músicas transando versos com a minha livre inspiração, entrei em coma alcoólico repetidas vezes , fiquei desesperada ao acordar e notar que não havia morrido e aqueles momentos seria uma válvula de escape para as futuras produções . Cantei, me fiz de atriz, amassei minha boca em outras e provei o gosto do amargo, andei sem juízo pelas ruas da cidade, lugares que nunca havia passado, as vezes acompanhada, outras sozinha, não era doida por esse motivo. Enquanto pelejava com a estrada o céu me cobria com o brilho da noite, olhava novamente e via que no momento a lua não estava, apenas estrelas compartilhando meus futuros sonhos . Voltava pra casa deitava na cama e dormia o suficiente pra ficar anestesiada de um mundo que eu iria ter que enfrentar no outro dia, por volta das cinco e meia da manha ,teria que acordar e domar os pensamentos revolucionários que iriam me condenar por não ter feito nada de diferente por mim, por todos. Saia de casa andava com a cabeça baixa, mantendo atenção para os meus pés, se eu não me concentrasse cairia e isso não era o que planejava que acontecesse com as minhas primeiras passadas . As noticias do dia veio com um pedido que silenciara a voz que provavelmente sairia esbanjando felicidade a qualquer segundo, mas no local onde tudo começara bem acabara muito mal e lá me encontrava no meio de dezenas de pessoas ou mais, com os olhares sufocando o meu ,olhares curiosos, furiosos, fingidos, apenas olhares, talvez estivesse imaginando de mais e até julgando sem saber. A reação foi a mais diferente possível, sai como se nada tivesse acontecido, agia do mesmo jeito, mas quando chegava a noite na escuridão do meu quarto era a luz do celular que fazia o suficiente pra comprovar minha existência. Surgiam as primeiras gotas de lágrimas que jorravam no meu rosto paralelo a chuva que surgira contemplando ainda mais a tristeza que era só minha, mais um dia triste por vir , mais um dia meu. Tive que sair, mostrar ao mundo que eu estava bem, não levando em conta a inquietação dentro do meu corpo, via que a curiosidade aguçada das pessoas que me percebia em um grupo de amizade me deixava confusa e fazia adquirir atitudes como, beber e mais um coma alcoólico estaria na minha cola, amigos que perdi e com essas perdas sofri um pouco mais , chorei, me machuquei por dentro e por fora, mas com o tempo percebi que eles partiram, mas que futuramente ganharia outros, apanhei para aceitar isso tão quanto uma criança quando aprende a ler, espero que o resultado seja lindo como tal dadiva de saber pronunciar as palavras. Minhas primeiras realizações iam aparecendo, aprendi a lutar mais pela vida, a amar mais um pouco minha família, embora os contrapontos eles são a única ajuda que posso encontrar, adquiri paciência para a luta do dia a dia, foram momentos maravilhosos, momentos que viraram versos, atitudes que viraram poemas. Provei do pecado demasiadamente, senti que estava no olimpo diante dessas provações, tive que presenciar a invasão dos arrependimentos e expulsar eles quão tão rápidos como eles tentaram me derrubar, por isso colocava na minha cabeça “ Nada de arrependimentos , mocinha “, e prova de que levei isso à serio acabei fazendo, repetidas vezes... Começava a entender de uma vez por todas que tinha que desenvolver a minha identidade e que se chegasse em divulgá-la para o mundo muitos dos poucos que me cercavam iriam me odiar, de fato era o que já começava a acontecer, enquanto as percas começavam a conspirar sua saída do meu mundo eu providenciava alguns refrões para ocupar meus momentos e o que vinha relativo a minha solidão era que “ Eu queria tanto encontrar uma pessoa como eu … “ .Eu não me encontrava, não encontrava ninguém , não encontrava a morte . Era apenas eu e meu lírico procurando algum amor, ou mais alguma ilusão pra terminar um outro ano.




Myrla Sales '

“ Eu queria tanto encontrar uma pessoa como eu … “ Trecho de música da banda Pato Fú .

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