quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Holocausto



Quantas páginas foram apagadas...
Quantos sentimentos se foram, e nada restou!
A dor, o exílio se fez presente.
O silêncio era constante.
A vida foi anistiada.
Em gritos clamo por misericórdia.
Nada resta, não existe mais esperança.
O vazio encontrou abrigo no meu ser.
Não fui perdoado e sim massacrado.
Estou sem identidade...
As emoções se foram, me falta palavras, versos... penso em desistir.
Penso em parar por aqui!
Excluir tudo que saiu de mim...
Por amor, pela renúncia, pelo outro... prefiro não resistir!
O tempo encarregará de descrever a verdade.
O amanhã não nos pertence.
O mundo da suas voltas.
Os comboios existências estão em constante movimentar tudo muda, tudo passa...
A vida passa a morte também passa, e junto com ela se esvai a vida.
O fim é anunciado...
O poeta que existia em mim se suicidou.
O professor renunciou.
O escritor foi julgado e condenado a morte.
Não quero nada pra mim, simplesmente deixe-me ser usado pelas palavras.
A mensagem que importa, desconsideremos as normas, leis e regras.
O bem precisa ser difundido.
O meu desejo era somente difundir a boa nova.
Enfim, nada restou...
Fui julgado, arrastado, apresentado com as vísceras expostas e no fim do dia o grande holocausto foi consumado.
O terror daquele dia estará estigmatizado na profundidade da minha pequena alma.

Autor: Dhiogo José Caetano
Uruana, Go

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