terça-feira, 30 de abril de 2013

Beijo Soprado.

Vento malandro
Vem de mansinho 
E no meu ouvido
Um carinho  sopra
Me acaricia
Me deixa faceira, encabulada
Mas, sem dizer nada,
Me abandonas
E  vais embora
 (30/04/13)

domingo, 28 de abril de 2013

RÉBUS


                                 




REMEMORA DE OUTRORA UM BOCADO.

É PASSADO-IMAGEM, LETRA E NÚMERO.

BEM PRESENTE NESSE TENTO SONHADO.

UMA AÇÃO LÚDICA, PARTINDO DO ZERO.

SEUS DESENHOS SÃO RÉBUS REBUSCADO.


Alderon Marques

Dia 28/04/2013


QUEJANDO





VEZ POR OUTRA

QUASE SEMPRE

VOCÊ ME CANSA

ATÉ QUE AMANSA

E TERGIVERSA

TÃO LOGO VERSA

PARA UM UNIVERSO

SEM PALAVRAS

QUEJANDO

LACUNA, NEQUICE

QUE NEM VOCÊ MESMA

ALCANÇA

NADA DISSE

DA CRIANÇA

QUE EM SEU AVESSO

EVITOU O TROPEÇO

DO NOSSO ENCONTRO

ESQUISITICE

INDÍCIO FELIZ

FINALMENTE


ALDERON MARQUES

DIA 28/04/2013

sábado, 27 de abril de 2013

Saudade...

Naquele dia
Nossos olhares se cruzaram
E feito borboletas
A brincar no jardim
Confundiram-se
Perderam-se
Dançaram sem ensaio
Mas em sintonia perfeita
Aquela música
Que por horas
Se fez nossa única trilha sonora
Ficou presa a minha memória
...
Sem despedidas
Fomos embora, nos abandonamos
E feito tantos casais por aí
Nos perdemos um do outro
Nunca mais beijos, olhares
Nunca mais aquela música
Nunca mais dança
Apenas saudades.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sentença


-  Sinto muito por ele ter me pego no flagra.  
- Moça, nenhum homem perdoa o que você fez. Acho que nem Deus.
- Eu não matei ninguém. Não cometi nenhum crime que eu mereça prisão perpétua.
- Ele nos matou dentro dele. E eu vivia aprisionada dentro de mim. Não foi eu quem errou primeiro.
- Ele te pegou transando com outro e você está preocupada com quem errou primeiro?
- Só por que eu estava na cama com outro não significa que eu não o ame ou ame-o menos. Você não sabe nada de amor e quer me dar lição?!
- Eu tinha motivos para estar ali. Também não quero que meus erros justifiquem o fato de eu estar ali.
Primeiro: Eu sempre estive disponível para ele. Mas ele nunca mudou sua rotina nem cancelou algum compromisso por mim. Só existia eu para lutar por nós dois.
Segundo: Fui dando alguns sinais, quis conversar sobre o assunto mas a única coisa que ele me falava era que o dia estava cheio, tinha muito trabalho para fazer e que eu não me preocupasse: iria dar certo. Isso era um tiro no meu peito.
Terceiro: Quando foi a última vez que ele veio me ver, você lembra? Nem eu...
-  Moça, isso não era motivo para você trair ele desse jeito. Tentasse resolver a situação de outro jeito. Terminasse então;
- Eu não queria e não quero terminar. Para mim a nossa história teria que ter um enredo diferente. Parece mais que eu era a protagonista e ele o Antagonista.
Essa falta de tempo, de interesse, essa dificuldade em demonstrar os sentimentos acaba por destruir pontes, derrubar alicerces e transformar as oportunidades em ciladas. Quem disse onde começa e termina o Amor? Quem sabe quais as instruções seguir para que nada dê errado? Não há fórmulas mágicas, varinha de condão, escolhas. O amor simplesmente acontece. E há aqueles que mesmo antes de acontecer já acabam.
- O que você pretende fazer agora?
- Não sei. Ele nem quer ver a minha cara. Não me liga, não atende minhas ligações. Eu só queria falar o que ainda estava engasgado.
- Você tem algum recado pra ele?
- Tenho. Que em seus próximos relacionamentos ele valorize mais quem está do lado. Que ele nunca mais deixe a sua namorada em casa enquanto ele sai com os amigos. Que não rejeite o carinho de uma mulher porque está com sono; que não deixe de dar presentes, de perguntar como é que foi seu dia. Quando nos propomos a estar com outra pessoa, nossas coisas não pertencem somente a nós. Ele não soube dividir os problemas dele comigo e eu acabei dividindo as minhas coisas, dores, vontades e desejos com outra pessoa.
- Estou absolvida?

quinta-feira, 25 de abril de 2013

És Pasmos



Nossa relação gera poesias de fogo,
que expelidas pelos poros da paixão
queimam as cavidades do prazer,
endurecem o membro invasor
que de tanto calor
compartilha a água do sulco intimo do orgasmo
que em espasmossssssssss
tenta nos separar por instantes,
apenas neste instante.

Vinicius Oliveira (25-04-2013)

O (a) caso poético



Caso o acaso casado
cansado de caso fadado
maltratado
pelo acaso de rimar
rir do mar pelo assoalho
do retrato do laço
de estar com outro e ser só
somente se mente
quando o descontente
desacredita no acaso
Afogando todo o caso
Sem saber que com a poesia
nunca se está só
Aí que se cria um caso
caso poético
ou pelo acaso patético
para ficar esperto
perto ficou
e se demorou
certo do erro
que mesmo mirando não tem jeito
perfeito que estava em seu desespero
De achar a dor
Que sempre combina com amor
Mas esse, chefe do descaso
na fadiga juntou os amados
pra acabar com o caso
que tanto o cansou.
Amor não precisa rimar com dor
Não precisa de doutor
Pois o caso em caso
é de quando o acaso casou

Tatiane Andrade e Vinicius Oliveira num (a)caso poético

Sentimos mas Negamos



O ser humano procura viver a vida de forma limitada, em muitos momentos vê além do mundo dito real, mas nega esta concepção.
Em alguns instantes percebemos a existência de seres não físicos a nossa volta; o medo nos sufoca e procuramos negligenciar tal ideia, afirmando ser uma ilusão.
O desconhecido causa medo, mas isto não quer dizer que o mesmo não exista!
A humanidade ao longo do tempo difundiu a mensagem do “vendo pra crê”, só acreditamos quanto nos deparando com o fato narrado, e dependendo do contexto ainda negamos, afirmando ser um devaneio na visão e na concepção de mundo.
E preciso ver pra crer?
Mas às vezes crendo naquilo que não vemos!
Em suma, só entenderemos a vida, quando negarmos a cegueira a qual somos acometidos; abrindo os olhos da alma, enxergando uma verdade ainda não avistada.

Autor: Dhiogo José Caetano

quarta-feira, 24 de abril de 2013

À mercê


Eu te amei demais. Não soube dosar. Fui com entusiasmo de um iniciante. Hoje percebo como fui desatenta, com muita sede ao pote. Amei terra e mar. Amei além dos limites, além do que pode ser sadio. Amei sem noção de saúde, de competência, de lógica.
Eu te amei quando você chegou à minha casa, sozinho, cheio de malas nas mãos, estava infeliz, sofrendo, acabara de ficar órfão. Eu te amei quando você quis companhia; quando você não quis aceitar a solidão nem de visita. Eu te amei de janeiro a janeiro, sem recesso, sem tirar férias, sem querer nada em troca.
Eu te amei nos dias em que você sentia frio, queria que eu encostasse de leve meu corpo no seu. Eu te amei quando você não me amou, não soube me retribuir, nem ao menos disse obrigado.
Eu te amei com o amor de uma mãe, amor de proteção, amor para sempre. Eu te amei quando não precisou, quando todos diziam não.
Eu te amei involuntariamente. Te amei por amor. Te amei por que o amor a gente não escolhe, nos é escolhido. Te amei por alguma vontade alheia, talvez divina, sobrenatural. Te amei com inocência. Te amei, apenas. 

(Rosseane Ribeiro)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sopa de letrinhas

No prato escrevi

O teu nome com letrinhas

Depois te comi






File:Alphabet soup.jpg











imagem retirada do site: http://commons.wikimedia.org
File: Alphabet soup. jpg
Author: strawberryblues
imagem de uso livre e distribuição





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A cura


Desculpa por eu ter te procurado justo quando você se escondeu. Eu tinha pendências, quis resolver; Não terminamos bem; Ficou mágoa, ressentimento, raiva, saudade, tristeza. Ficaram coisas que deviam ter estado comigo e você levou consigo coisas que não lhe pertenciam;
Das vezes que nos encontramos, você agora sabe, não tive coragem de chegar perto, me aproximar.  Era um risco, eu não queria ser ignorada. E me ignorar era um recurso seu de defesa. Agora já consigo entender melhor o que passava na sua cabeça.
Se eu sofri? E muito! Sofri por te fazer sofrer; sofri por ter te perdido; sofri por minha imaturidade, sua arrogância. Nossa infantilidade, coisa de adultos mal acostumados.
Também percebi que o tempo maltratou-nos por dentro, por fora continuamos bonitos, com um sorriso na boca e os olhos curiosos. Vi que a felicidade andou visitando a sua morada. Estamos bem, só precisamos deixar o perdão fazer o seu papel e adormecer as mágoas do passado. O passado que agora é o nosso presente.

Sim, eu te perdoo por não saber me perdoar. Eu também precisei de um tempo. Estive disposta a esperar pelo seu.
Sim, eu te perdoo por amar demais. Depois isso foi alicerce para um lição que tive.
Sim, eu te perdoo por ter fugido, era sua defesa, não era?
Perdoe-me também. Mil perdões... Perdoe-me por ter sido tão perfeccionista, por ter tido ciúme de menos, por ter te dado carinho de menos, por ter estado tão pouco com você. Dê-me a cura deste meu mal que há mil noites não me deixa dormir. A consciência é um bicho que morde.

Desculpa por eu agora ter aparecido, sem ao menos me dar conta do perigo que eu e você estamos expostos: o perigo de novamente sentirmos raiva um do outro, o perigo de novamente nos aproximarmos e nos perdermos. O perigo de estarmos a salvo, no fim, quem  irá saber?

(Rosseane Ribeiro)

sábado, 20 de abril de 2013

Emanação de amor (Hannah II)


Que me permita o tempo, os contraditos
que se permitam os mitos em beber de realidade
salve salve amigo meu, que em palavras preditas
contemplou-me por completo

Que me falem os amargos ou azedumes da vida
cá pra nós, tiveram seu sabor em poucas partes
que me falem os que descreditam nesta viagem
e com os pés fincados no coelho, vivem disparates

Que me falem a direção certa, mas talvez meu norte seja o sul
ou o sul seja centro, ou firmamento seja apenas um sorriso
e se fosse só sobre esse riso, seriam tantos outras eras
pra mensurar as explosões sensoriais que me tomam o juízo

Sim, é teu riso, aquele que me emociona a rir com suavidade
sim, é teu cheiro em mim, que quando tu partes me invade as paredes
sim, é tua calma; permissão equidistante de tudo, em mudo som alto
sim, é tua maresia; sem mar por estas bandas, o teu ser é que oceana

Tu, entre tantas outras questões que se fazem
mas que para meu poema imperfeito
que nunca abarcará o que há em meu peito
inicio apenas com isso, que já é apenas tudo

Vira-me do absurdo, absurda-me o mundo
daquilo que ardia sedento, você me oceana
pureza inimaginável em natureza humana
minha pequena perfeição não é sonho
se faz e se refaz em ti
minha pequena Hannah

André Café



Soneto cafeinado





para André Café


Entrou e já chegou
Tomando conta de tudo enquanto
De todo canto com teu encanto
Me cantando e deixando tonta

E no entanto
O sentimento é tamanho
E a saudade é tanta
Que fico em prantos

A qualquer hora
A qualquer minuto
A qualquer segundo

A qualquer instante
A qualquer momento
Quero André. Com Café.


Hannah Cintra

Declaração Descarada




para André Café


Não se embaralhe
Nem se embarace:
Apenas me abrace

Abra-se
Cubra-me
Cura-me
Ama-me

Porque eu te amo.


Hannah Cintra


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Segundo Ato


Não há de ser nada além de sentimento extraoficial
E meu peito grita, fervendo em derramamento sanguíneo
Grita! Implora! Clama pela infinidade dos abraços
Intensos – ah, esses abraços! – prendem-me feito o Tempo.
E me fazem amar o amor que julgo inexistente.

Corpos entrelaçados deixam por um fio meu ceticismo,
revigora o sabor que eu tanto quis esconder.
Como um sentimento reacende tão ardente?
Visto que sou insólita, há explicação para tamanho clichê viciante?
Chama vermelha me chama – atendo prontamente.

A delicadeza de teus carinhos (re)ativa o mecanismo pulsante: coração traidor.
O que era para ser somente água cristalina
tornou-se solução e completude padecendo
Tudo volta, ciclicamente, contraditório, silencioso.
As vozes que aqui continuam, aos gritos transpiram de gestos e encaixes.
Recolho-me no seu encanto conquistado por meu sorriso,
largado pelas circunstâncias...
Não há de ser nada, pois a madrugada acaba sem findar o onírico.

Amor, amor


Eu vejo a sociedade
sangrando cada vez mais irmãos
Discurso da autoridade
revela o mal da dominação

Invadem as comunidades
em nome de uma perfeição
Profanam todas irmandades
acusam ritos, de maldição

Cerceiam nossa liberdade
jogando nosso rosto no chão
Se julgam toda a verdade
justiça feita por opressão

Mas pra mudar nunca é tarde
basta ouvir o seu coração
pra nunca sentirmos 'saudade'
dos tempos desta destruição


Amor, amor para suplantar a dor, ardor
Lutar, lutar para festejar o amor, o amor
Sentir, seguir, socializar o ter,o ver, querer
Sentir, surgir, se organizar, viver, viver

André Café

Haikai de dominação


No peito atira
o dominador que pira
a opressão, mira

André Café

Se fez verbo


Conjugar o verbo sentir;
mas através de outros olhares
Conjugar o verbo compreender;
mas a partir de perspectivas alheias

Verbos feitos e suas negações
para alívio das reinações
Verbos presos e conjecturações
para delírio de dominações

Conjugar o verbo amar;
mas através de corações distantes
Conjugar o verbo vencer;
por vias certas de caminhos errantes

André Café

quarta-feira, 17 de abril de 2013




Não sei...
Não quero...
Mas quero apenas aquilo
Que um dia me pertenceu

E que meu coração grita:
"Ainda é meu!"
Acostumei minhas coisas a você
Em meio a uma alegria falsa
Te vivo dentro de mim.

Não se afaste de mim
Te amarei em uma realidade conturbada
Sinto sua pele na minhas
Seus olhos nos meus

Sendo digna ou indigna
Quero teu amor
Aos teus pés
Ao alcance de suas mãos
Estarei aqui ...

Yara Silva

Trânsito impedido

Eliane Barreto

Amor e Morte



Amor é sorte
A sorte é nada
Poesia é nada
Um nada que é tudo
Amor é mudo
E mais um pouco
Amor é louco
Mas não é besta

Amor é esporte
Amor é morte
Mas morte é festa
A morte é nada
Absolutamente
Poesia cantada
Poeta não mente

Amor é norte
E a morte também
O amor é um bem
Morrer mais ainda
O amor é tão breve
A morte não finda
A morte é mais leve
Que o beijo mais leve
Do amor infantil

O amor é mais forte
Depois de crescer
Mas tudo que vive
Merece morrer
A morte é um medo
Amar-te, um segredo...

(Igor Roosevelt, 13/04/2009)


Devorando calmamente minha ira fria, por baixo de meus nobres lençóis úmidos, sem um pingo de amor...
Meu corpo aos poucos estabelece contratos.
Apago a luz do meu quarto, esperando que me chegue com olhos incertos, suando frio, me entregando ao bem maior...
Juntos, abraçados dentro da noite, selamos um pacto silencioso. Insinuado.
Seria nossa brincadeira mais seria capaz de adormecer nossa consciência, apenas dando-se ao prazer. Onde uma vida é certa e os desejos mais secretos se revelam quando tiramos nossas roupas...
Clarão intenso e trovoadas. como a chuva, estamos ausentes um do outro. ilegais labaredas rompem como que gemidos. Celebramos o inevitável, o desejo da curva. a oleosidade sadia.
Observando teus olhos hipnotizados com meus quadris que se movem pra você, fugiríamos por uma noite pra continuar essa relação quase que suja e proibida. Enquanto os pingos de chuva molha a calçada lá fora, tu me aquece com teu sussurros amargos.
O fogo que me consome concentra nos teus seios, de onde acendo meu cigarro. Persigo-te perigosamente assim pelo quarto, pelas ruas. Aceso, incandescente: procurando te possuir.

Paula Santos

Como um Pássaro



Quero ir além do infinito.
Cortar as nuvens e sentir a brisa que suaviza a minha alma.
Quanta paz, quanta luz...
O infinito azul afoga os meus olhos.
A lucidez do viver contempla a minha visão de mundo.
Sinto-me renovado, uma paz adentra o meu ser.
Os meus pulmões respiram um ar puro.
A minha direita um belíssimo arco-íris.
A minha esquerda uma complexa aurora boreal.
No centro o meu corpo a bailar no ar.
As minhas asas são levemente tocadas pelos duplos efeitos que ocorrem no infinito céu.
A minha alma levita, seguindo rumo ao desconhecido...

Autor: Dhiogo José Caetano
Uruana, Go

Ítalo Lima

Para o amor que aprecio, vida!



Noelia Alves


O mel da tua íris deu mais brilho à verde íris minha
O caminhar pelas ruas sem destino
Rumo ao desconhecido
Historias compartilhadas
Sorrisos dados sem vergonha nenhuma
Palavras ao vento
Olhos e ouvidos atentos
A todo e cada movimento
Do nosso ser ao desalento
Passos dados, sincronizados a lugar nenhum
Duas vidas viajantes a andar
Tudo é válido validar
Dores e amores
Entre espinhos e flores
Frios e calores
O silêncio dividido
Entre o breve espaço do respirar
E outra história começar
E logo os sorrisos fluírem como
Música a embalar a trilha sonora da vida
Tão sofrida, tão vivida é nossa vida
Desde cedo aprendendo
Subindo e descendo os degraus da igreja
Em busca de um lugar pra se deitar e descansar
E ficar quietinhos ao léu
Contemplando a magnitude do céu
Diante dos olhos inocentes
Tão brilhantes, tão constantes
O silêncio envolvente
O segredo revelado
Em sete chaves guardado
Cúmplices andando lado a lado
A hora é chegada
A partida indesejada
O momento do até breve
Que o vento que te trouxe
Agora te leve ao teu destino
E como um menino
Fico a contemplar a face tua
Ao olhar pro céu e ver refletido na lua
O olhar que fez da íris verde minha
Brilhar ao mel da sua

Halysson Arrais

Mais um poema clichê



Laís Grass Possebon

"Poema para o moreno que me fez chorar"



Laís Grass Possebon


A gente beija o indizível,
cola os lábios no improvável,
mostra afeto entre línguas e
saliva discursos inteiros em outros céus.

Fernanda Costa

A maldição do cacique Serigy

(Foto dom Cacique Véron)


Nessa terra pisada aqui
Toda água brotava Siri
Donde gota Morava um cacique
Aguerrido intulado Serigy

Mas das embarcações veio o medo
Onde cruzes imperavam respeito
Pólvoras garantiam desespero
E o rei logo decretou o despejo

Com a autoridade Jesuíta
A tribo decidiu não ficar
Armou o arco e flecha
E pintados decidiram lutar

O cacique Serigy
liderou a revolução
com flecha, pau e pedra
gritou a contestação

Milhares de invasores
caíram no chão
Como pode ter um rei
se a natureza não fez eleição.

Os portugueses com as armas
Se puseram a apelar
foi tanto tiro e sangue
que a terra se pos a chorar

O cacique em seu ultimo instante
Se pos a berrar
A maldição iria começar
e nada dessa terra eles iam avançar.

MAs é preciso pensar
que o almadiçoado
não foi a terra não
foi o opressor pela opressão

Então é preciso invocar
Pela coragem do cacique Serigy
Uma magia convocar
E nossas orações os corações inspirar.

Nossa magia não acabou
Estava adormecido
e até na catequese se misturou
Mas junta todo mundo que a magia voltou.

Nossas entidades irão se manifestar
Nossos orixás já estão a se preparar
Nosso povo sem pátria e sem patrão
Pintará a igualdade em um totém bem grandão

SIM, sem mais não
SIm, sem mais não
SIm, sem mais não

Reaprenderemos a voar
para que as balas não nos alcancem
Para que as cruzes não nos aprisionem
Para que os puxa-sacos na mediocridade
da gravidade da resignação
calem-se perante a revolução

Enfim, resignificaremos o sorriso e alegria
Riremos da cara de agonia dos exploradores
Baforaremos nossos cachimbos a beleza verde
que germinará dos nossos quintais.
Esqueceremos a linguagem quadrada e monetária
sem a mandinga da malandragem de nossos verbetes

Os sábados serão dias de descanso
Os domingos serão dias de certezas
Porque o trabalho irá se divorciar da fudida da mais valia
E as noites serão da lua,
o tempo não será dos despertadores, mas sim dos amores.
E a semana toda serão dias pra muita safadeza

E não existirá mais arte, nem artistas
Pois a vida será um poema
A coletividade plena será um quadro visto e pintado por todos
E não existiração classes nem subclasses
Nem padrão, nem normalidades
Pois a igualdade e diversidade
serão tatuagens no peito de cada um,
como uma ferida de flecha, do cacique Serigy.

Vinícius Oliveira


Os olhos castanhos estavam hipnotizados com ‘aquela criatura’, ela nunca havia visto alguém que lhe passa-se tanta segurança e ao mesmo tempo lhe deixasse tão forte, poderia escalar montanhas e até voar, enquanto ele estivesse ali, nada poderia atrapalhar.

Juliana Gomes

O COVEIRO DAS ALMAS II

Papel de Parede Criatura Tenebrosa


"lasciate ogni speranza voi che entrate"

Seguiu-se uma noite..
Uma noite de tal escuridão
Que sufocava o brilho das estrelas,
Afogava a luz de todas as lanternas
E até mesmo o Sol
Mergulhou nas águas
Da mais profunda e fria escuridão.

Seguiu-se uma noite... E após ela, outras
Se ergueram do solo como inço e
Arrastaram seus corpos viscosos até o esquecimento
Carregando consigo
Tudo aquilo que um dia teve alento.

Seguiu-se uma noite que desfez a espera
E desatou consigo as cordas do mistério.
As mãos imóveis desenhavam seu destino
E os olhos em vão se reviravam para ver.
Nada se ouvia, a não ser
O choro convulsivo das perdidas esperanças.

Por que, então, lamentar a doce perda
Dos erros e ilusões das quais fomos cativos?
Como lamentar que espinhos e pedras
Dissipem-se no ar como neblina?

Aqui vencemos e fomos vencidos...

(Igor Roosevelt; 15/04/2013)


A impossível nostalgia dos dedos
Desnudos do tempo, dos cheiros
Amarra o peito dos meus pés
Que já dançaram desvairados.

Raíssa Marcelli


O mundo gira.
Os dias correm.
O tempo subitamente passa.
As coisas inevitavelmente mudam.
Mas há sempre alguém se deixa morar na memória – junto à maciez da lembrança.

Nayara Fernandes

Euxcessos



Eu e minha desproporcionalidade
Eu e essa minha mania de arder
Eu e essa minha falta de razão
E falta de medida ao me doar

Eu e essa minha descompostura
Essa minha desorganização
Eu, que nunca agi com candura
Mas que nunca fui ruim de coração

Eu, que não tenho cura
(E que não sei se peço, por isso, perdão)
- Não! Não! Não!

Samantha Carvalho

Vamos fugir!



Deste mundo caos
Desta inércia congelante,
Pois sinto em teus olhos a chama atroz...
Vamos fugir!

Vamos sair dos outros
Vamos ser só eu e você
Vamos deixar o ponto fundir
A situação gerar a química perfeita do sentir

Pois só os loucos amam
Só os loucos se atrevem
Só os loucos se jogam
Se machucam e depois podem chorar,
Mas só os loucos sabem o bom que é a loucura de amar, intensamente sentir (se)...

Adália Tov

Hannah


O mal que fez firmamento
aos pouco em meu peito foi-se desfazendo

A dor presente noite e dia a me sangrar
dizia seu adeus sem ressentimento

Mais uma vez o aroma do viver
clamava pela chama de um sentimento

Aquilo que meu coração pedia esquecer
voava sem razão para meu contento

E eu que jamais pensei de novo em sorrir
me ria pras paredes todo sem tormento

O olhar profundo que me quis resgatar
se fez meu tudo, irradiando um Sol por dentro

Felicidade enfim à me assaltar
do teu lado sempre me aquecendo

Bela pequena, magia o teu olhar
marcado na pele, um amor que leva a sonhar

Quero mais viver, me perder no que está acontecendo
nada sem você, minha vida se jogou para o seu tempo
então sigo teu caminho, pra acompanhar
o amor, que faz o meu ser sonhar

André Café

Por mensagens - Sms


Tu estás cravada em mim pelo meu querer
e jamais daqui quero que vá
quero mais profunda tua ligação comigo
que sejamos um do outro abrigo
para acalantar o nosso sonhar

É assim que durmo por culpa sua,
todo dia, o que provoca em minha vida
tanta poesia

Só o abraço, nossos olhares, silêncios e canções
entre temores, gemidos e sorrisos,
um do outro abrigo,
para acalantar o nosso sonhar

André Café

Como se não houvessem comos

foto: Igor Prado

Cada pote de respiração
traz uma saudade tua
cada punhado de lembrança
causa um frio desmedido
cada pedaço de gemido
reacende fios de esperança

No final das contas, uma última dança
conspira para o início de tantas conjecturações
canções em si bemol menor
conversa boba entre acalantos
prantos? tantos, no transbordar do sentir

A vontade áurea em existir, em viver
como se não houvessem comos
como se alcançasse o cosmos
com apenas um dedo de distância

André Café

Genética da poesia: frases soltas e conspirações



Me transportando ... leveza com suave sabor de agitação grão a grão, passo a passo, tempo e tempo
ao que sinto o universo molecular que respira em cada um, e outro e anum ao que sinto miscigenar a sujeira, com o barro, a cal e o carvão. Misturando-se coloidal, volátil, na carne e no verso

Quem sou produtor? Quem sois produção? Quem somos nós tão juntos? De onde vamos para onde viemos? Somos em senos, tangentes e perpendiculares somos mares de aminoácido, coarcevatos, caldo multicultural de vidasomos vida, somos ida e partilha; e voltas e trovões, revoltas e canções
espiraladamente somos

O ser que se transmuta e em cada quadro se colore ou desbota, fecha e abre portas, catando da remela caramelada do canto do olhar profano, a rima jogando pra cima num cisco de segundo, para no fundo do ventre fazer cadeado com céu e com chuva, com relva e noite, com aromas e sabores, deixando ser, deixando acontecer, formando junto ao barro que me forma, deformações, radicais livres

Eu me partilho, me dilacero em tantos ramos, conectando-me proteicamente as ramas e raizes sem diretrizes num abraço visceral entre essências e poemas

André Café

Poeminha de amor


É como o riso do sonho
o olho que brilha no claro
tão raro de se ter e sentir
e de novo sorrir sem motivo aparente

É como arrepio sem frio
um brio de prazeres sem fim
assim dizeres bobagens e ternuras
é cura que se faz presente

É como madrugar sem sono
no abandono pleno da solidão
são, um só em essência
ciência alguma mede o que se sente

André Café

HAIKAI DA INCOMPLETUDE





QUANDO BATE O DESESPERO

NEM COM “MELHOR DO TEMPERO”

VOCÊ CONSEGUE SER INTEIRO


Por ALDERON MARQUES

DIA 17/04/2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

DÓI





SÓ SEI QUE DÓI

COMO CANA QUE MOE

EXTRAINDO MEU SUMO


SÓ SEI QUE DÓI

PRÁ ONDE VOCÊ FOI?

PERDI O MEU PRUMO


SÓ SEI QUE DÓI

QUE DÓI BEM FUNDO

TAMANHO DO MUNDO


SÓ SEI QUE DÓI

MINHA DOR ASSUMO

E DA SUA FRENTE SUMO


SÓ SEI QUE DÓI

DESTA VIDA CANSEI

DOUTRA COISA NÃO SEI


ALDERON MARQUES

DIA 14/04/2013

TRÊS SONHOS



(O jardim das delícias terrenas de H. Bosch)
Eu gosto de sonhar Sonhos revelam o que queremos Sonhamos com o que não podemos Sonhos mostram nosso estar Sonhei com uma montanha-russa Onde com bons amigos estava Seguindo por onde era sussa Fazendo coisas que desejava Sonhei com perdidos amores Mesmo não querendo sonhar Talvez por não querer mais dores Talvez por querer voltar a amar Sonhei que estava dormindo na rua Abandonado, sozinho na escuridão Mas, ao acordar, via a verdade nua E pra casa voltava para sair da solidão Eu gosto de sonhar Sonhos revelam o que queremos Sonhamos com o que não podemos Sonhos mostram nosso estar


Cleisson Vieira

23/03/2013

domingo, 14 de abril de 2013

PALIMPSESTO




SAUDADE DA MARCA DO MEU TEXTO

AQUELE QUE SOB NENHUM PRETEXTO

DE MIM VOCÊ LESIONOU E RASUROU

NEM UM PEDAÇO COMIGO DEIXOU...


FAZER RASPAGEM EM NOSSA HISTÓRIA

PODE SOAR COMO INSTANTE DE GLÓRIA

PELA LETRA OUTRORA ESCRITA, APAGADA

ENGANO SE ACHA QUE NÃO EXISTE NADA


PALAVRA! NÃO HÁ COMO RECUPERÁ-LA

NESSE PASSAR DE SÉCULOS, INTERVALA

ALGO MEU, NO DIA A DIA TE EMPRESTO

IMPRESSÃO QUE SOU UM PALIMPSESTO


ALDERON MARQUES

DIA 14/04/2013

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Transe




Desejos de onipotência nas palmas das mãos
Que se dão num sopro de ventos cálidos e suaves
De flores que se abrem aos olhos de expectativa,
De barco à deriva, de beira do mar, de voos até a lua.

Laços cruzados no alto da montanha,
à sombra de uma estrada de ipês,
e deixa essa mania de europeizar nossos sonhos.
Ipê mesmo, Brasil, Piauí, Zion.

Espíritos em ponto de elevação,
Corpos fundidos em um só coração,
Espalham amor e profusão de sentidos

Prazeres nunca antes vividos,
Sensações de mundo novo, de mundo melhor
Que viram realidade ao meu redor.





quarta-feira, 10 de abril de 2013

TEATRO DO IMPROVISO




O MUNDO É UM TEATRO

     DO IMPROVISO]

NEM SEMPRE VEM O RISO

TAMBÉM VEM O CHORO!

  CANTO EM CORO]

UM POUCO DE COMÉDIA

UM POUCO DE TRAGÉDIA

ASSIM SE ENCENA A PEÇA

ATOR! SEU MELHOR FAÇA

AMOR É A ÚNICA REGRA,

EXIGIDA TOTAL ENTREGA

NAS CENAS DA TUA VIDA


ALDERON MARQUES

DIA 10/04/2013

TINA




A VELHA TINA

QUE BAILARINA

AGORA AZUCRINA

SEM DISCIPLINA

E QUANDO ALUCINA

À LUZ DA LAMPARINA

SEGUE SUA ROTINA

SONHO DE MENINA

ALI NA ESQUINA

LHANA NEBLINA

BEBENDO CAJUÍNA


ALDERON MARQUES

DIA 10/04/2013



terça-feira, 9 de abril de 2013

ESTRELINHAS




ANDAM LENDO AS ENTRELINHAS

EM ESTRELINHAS DE TANTAS VERDADES

GOZANDO CONVERSAS

TRANSANDO PALAVRAS

VESTINDO SILÊNCIOS

DESPINDO METÁFORAS.

SE COBREM EM TECIDOS ALHEIOS

E SE REVELAM CONTRA ESPELHOS

NAS LETRAS GRAFADAS

VORAZMENTE CIFRADAS

NAS ÁGUAS DE OUTROS OLHOS

QUE SE OLHAM E SE AMAM

SE ODEIAM E SE DEVORAM

COMEM, DEPOIS COSPEM

ACALENTAM, ESQUENTAM,

E LOGO SE JOGAM FORA, SEM DEMORA

PRÁ OUTRORA REPARAREM OS DANOS

EM OUTROS PANOS, FRAUDAS E PLANOS

E TANTAS PALAVRAS INDECIFRADAS

ESQUECIDAS E ENGARRAFADAS

NO TEMPLO DE UM TEMPO SANTO

INSANO COMO NOITE DE LUAR

COMPLETAMENTE NUA

NO MEIO DA RUA

A SE INSINUAR


POR ALDERON MARQUES E ALICE ALENCAR

DIA 08 e 09/04/2013