quarta-feira, 17 de abril de 2013



Devorando calmamente minha ira fria, por baixo de meus nobres lençóis úmidos, sem um pingo de amor...
Meu corpo aos poucos estabelece contratos.
Apago a luz do meu quarto, esperando que me chegue com olhos incertos, suando frio, me entregando ao bem maior...
Juntos, abraçados dentro da noite, selamos um pacto silencioso. Insinuado.
Seria nossa brincadeira mais seria capaz de adormecer nossa consciência, apenas dando-se ao prazer. Onde uma vida é certa e os desejos mais secretos se revelam quando tiramos nossas roupas...
Clarão intenso e trovoadas. como a chuva, estamos ausentes um do outro. ilegais labaredas rompem como que gemidos. Celebramos o inevitável, o desejo da curva. a oleosidade sadia.
Observando teus olhos hipnotizados com meus quadris que se movem pra você, fugiríamos por uma noite pra continuar essa relação quase que suja e proibida. Enquanto os pingos de chuva molha a calçada lá fora, tu me aquece com teu sussurros amargos.
O fogo que me consome concentra nos teus seios, de onde acendo meu cigarro. Persigo-te perigosamente assim pelo quarto, pelas ruas. Aceso, incandescente: procurando te possuir.

Paula Santos

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