quinta-feira, 18 de abril de 2013

Segundo Ato


Não há de ser nada além de sentimento extraoficial
E meu peito grita, fervendo em derramamento sanguíneo
Grita! Implora! Clama pela infinidade dos abraços
Intensos – ah, esses abraços! – prendem-me feito o Tempo.
E me fazem amar o amor que julgo inexistente.

Corpos entrelaçados deixam por um fio meu ceticismo,
revigora o sabor que eu tanto quis esconder.
Como um sentimento reacende tão ardente?
Visto que sou insólita, há explicação para tamanho clichê viciante?
Chama vermelha me chama – atendo prontamente.

A delicadeza de teus carinhos (re)ativa o mecanismo pulsante: coração traidor.
O que era para ser somente água cristalina
tornou-se solução e completude padecendo
Tudo volta, ciclicamente, contraditório, silencioso.
As vozes que aqui continuam, aos gritos transpiram de gestos e encaixes.
Recolho-me no seu encanto conquistado por meu sorriso,
largado pelas circunstâncias...
Não há de ser nada, pois a madrugada acaba sem findar o onírico.

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