quinta-feira, 30 de maio de 2013

RODA DE CONVERSA (Evocações de Luís Correia – PI)



AQUI OU ACOLÁ

CÉU, TERRA E MAR

SENTADO NO CHÃO

CRIANDO CONEXÃO


VOCÊ NESTA RODA

EU POSSO VERSAR

E ATÉ CONVERSAR

SOBRE MINHA VIDA

OU MINHA HISTÓRIA

RECOBRO MEMÓRIA


AQUI POSSO FALAR

E SER ESCUTADO

EU ESCUTO VOCÊ

QUE TÁ A MEU LADO


E NESTA RODA

PODER ENSINAR

PODER APRENDER

NOS EMPONDERAR

VOCÊ COMIGO

EU COM VOCÊ


ALDERON MARQUES


DIA 30/05/2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Uma companhia só


Ame sem apego, sem posse, sem infinitos... Tudo um dia se acaba e se nós já sabemos disso, então pra quê querer  recorrer aos milagres ou tapar a visão pra não enxergar o óbvio?
Não se prive de satisfazer o que você quer. Toda vez que quiser se arriscar por alguém, fique em silêncio, pare e pense se ele faria algo parecido por você e com você. O outro vai ser sempre a dúvida, o desconhecido, o futuro. Ora, se às vezes até nós mesmos nos escondemos dentro no nosso íntimo quando tentamos arrancar as respostas para as perguntas que nos fazemos, o outro sempre terá o cuidado de nunca se mostrar completamente. É defesa, é truque.

Ame o que é seu. Ame o que ninguém pode lhe tirar. Ame você, ame seus pais, ame seus irmãos. Ame o que te faz bem, o que te traz mais pra perto de si próprio. Ao outro a gente nunca se dá por inteiro, todo, sem sobras, a gente apenas se dá ao deleite de fazer companhia à essa outra metade.

(Rosseane Ribeiro) 

Outra pitada de suadade


Sentir o gosto do teu cheiro
na ponta da língua
a míngua me vi em choro
no coro dos que cantam alegria

desafinava saudade

Não por ser maldade
mas por ser leito
vívido e presente no peito
quando é ausente, o perfeito
é surpreendente deidade

André Café

Sobre mente


No que diz respeito a mente
engana-se sobretudo sobreposto
disponha-se para o indisposto
e se porte sem decência

É apenas sol:
não aguarde só pela noite
deleite-se em devorar-me
enquanto a ponta da lança hesita

No laço de fita
do traço calado

André Café

Haikai do samba de saudade



Um samba rouco
de um louco amar
de tão longe,
que sangra

André Café

Repouso em areia

Ana Paula L. - O Mar em Abstrato
http://arteanalorvao.blogspot.com/

Tira-me, pelas entranhas
ou pelo vício,
um punhado de maldade

Suga-me, pelo vínculo oculto
a carne viva que insiste no susto

Arranque, desprenda
não me deixe ileso
não me tenha como puro

Mistura-me, reenergiza
venha e me contamina

André Café

Uma pitada de saudade


Uma saudade
salgada pelas ondas
rompendo o silêncio
silenciando o sentido

Uma saudade
ondas onduladas desordenadas
sinestesiando o espelho
do desconhecido sozinho eu

Uma saudade
num mar morto de maresia
entre o parto da noite em nostalgia

André Café


Haikai de um grito desmedido


Me cura ternura
devora a espera
me arde a loucura

André Café

Loucura



Eu dizia que ela cabia e me transbordava, feito maresia
corroendo o que há em excesso
no verso faz escorrer toda insensatez

Tez crua, nua, cravada e lavrada
em verdades e harmonias
tempestades, diástoles e respingos
num pingo de sobriedade

Me derrame, me declame
e me purifique
louco cura

André Café



ANJO DEMÔNIO



Você é assim
Você é assado
Você é Certo
Você é Errado.

Metade Anjo
Metade Demônio
Às Vezes Carinhoso
À vezes Rude.
Triste e Alegre
Muito Perto
Muito Distante.
Porque Você
É Poeta!

Javan Fernandes.

CERCANIAS DE CAMPO MAIOR



O Gado Lento
Muge ao Longe
Campo Maior
Nossa Senhora
De Nazaré...
O Dia Nasce
Claro Abrasador.
Belas Imagens
Raízes, Bucolismo...
A Igrejinha Traduz
Paz e Fé!

Javan fernandes,
1999

Desenganados, os cafezais


Almirante em auto litígio

Aflição restringe
Gera temeridades
Oblitera esfinges
Neblina realidades
Incita declives
Atiça iniquidades

Dia
Esvaído

Alguma acontece em seu coração
Não seria apenas se não fosse tudo
Dentre todas as respostas, o nada é o mais alto
Rompendo vozes com um silêncio gritante
Época de se avaliar os danos

Como se fosse possível
Adormecer o ardor do peito
Feito mágica ou coisa parecida
És o fado que não foi desfeito

André Café

Haikai do abraço


Um passo, desfaço
sou lume, sublime e incólume
no laço do seu abraço

André Café

Sumir


Pede passagem o mérito desmaterializado
e o pretérito para ações futuras,
a cura para o protótipo,
sem epizêuxis para semântica

Canta e soluça, soluções insuficientes
cientes e cínicas, sinceras e delirantes
Não antes da borboleta ao casulo,
nulo, se fosse grená louva-a-adeus

Aos céus, aos mitos, são os ritos fugas
são fugas os ritos
são rotas de fugas afugentadas
e rotas pela força do tudo

André Café e Duque de Copas no caminho de Epizêuxis Semântica


Cede a sede


Só mais uma noite fria
a vontade tardia
jazia na sede
cede a sede
a cama vazia
o rito escrevia
mordia a rede
sozinho a vontade
mordaça saudade

André Café


Meu ser



Meu corpo, o meu refugio acolhedor, forma artística, devorador de sonhos e sentimentos profundos.
Me expresso com calma, ânsia e dor, uma forma feroz de sentir calor, pouco tocado por mãos masculinas e femininas, mas muito usado de pensamentos e desejos devoradores. Minha nudez revela meu espaço criativo imaginário que dá vida a uma tensão uma historia contada em silêncio, um sentimento puro que ama de verdade. Revelo na minha pele o que grito com arte, sou artista e meu corpo, dentro de tudo; isso já faz parte.

Paula Santos

Fica



A emoção adentra a minha alma.
Em lágrimas estou!
Lá fora o mundo se passa.
Nada sei nada sou, sou simplesmente nada...
Quantas sensações, inúmeros pensamentos e um único sentimento.
Saudades da minha infância, do passado presente que se foi tão rápido.
Ouço o meu coração pulsar.
A respiração ofegante, a boca seca e olhos afogados em lágrimas.
Estou feliz, estou triste é inexplicável.
Em palavras não consigo explicar o que se passa dentro de mim.
Quero ir, mas uma força interior pede pra ficar.
Entrego-me aos impulsos do corpo, as decisões da alma.
Sigo o meu caminho rumo ao infinito.

Autor:Dhiogo José Caetano

Temporada interior



De vez em quando precisamos de um tempo – de dar-se um tempo. Tempo para amadurecermos nós com nós mesmos. De vez em quando precisamos nos ver livres do tempo. Mesmo o tempo não se vendo livres da gente. De tempos em tempos precisamos renovar nossa pele – nos despir inteiros. E virar para dentro. Percorrer nossas curvas. Dobrar nossas esquinas. Revisitar nossos porões turvos. E reavivar nossos jardins luminosos. De vez em quando precisamos permanecer em silêncio – de dentro para fora. Editando branduras. Colecionando levezas. Acumulando mansidões precisas. Refletindo no espelho o eu nunca refletido. Acarinhando o coração nunca acarinhado. Abraçando nobremente nossa Alma. De tempos em tempos precisamos ganhar dias e noites. Manhãs e tardes adentro conversando com nós mesmos. Alindando qualidades. Eliminando chorosos descompassos. E revendo defeitos. Refazendo nossos efeitos. Visto que em cada feito, desembrulhamos um amadurecimento perfeito dentro. De vez em quando precisamos desabrochar nossa grandeza. Mesmo que só a gente enxergue.

Tempo é semente atemporal da vida.

Nayara Fernandes

Só que hoje a gente estagnou em um ponto que meu pensamento não avança e nada nele povoa senão a pergunta: Porquê isso aconteceu com a gente se estávamos tão bem? E é nesse ponto que ele retroage: Só me apego às boas lembranças, ao que nos fazia bem. Não vejo solução nem vejo que tudo está perdido, apesar de tudo.

Rosseane Ribeiro

RETRATO DE LUA



A LUA NASCE POR DE TRÁS DA COLINA
LUA CHEIA, HOJE OS SACIS ESTÃO SOLTOS
LUA CHEIA HOJE OS MEUS BICHOS ESTÃO SOLTOS
FACEIRA LUA TE SEGURA.
LUA CHEIA HOJE EU VOU TE CANTAR
NÃO FIQUE ZANGADA COMIGO
DEIXA O MEU SOM TE TOCAR.
TE ABRAÇO COM OS LÁBIOS
TE BEIJO COM OS BRAÇOS
LUZ CHEIA HOJE EU QUERO TE AMAR.
SABES Ó LUA QUE MINHA VIDA É SUA
QUE MEU SER É SÓ SEU.
AMANHÃ É SEXTA-FEIRA, NÃO VOU DAR BOBEIRA
QUE OUTRO PODE CHEGAR.
LUA EU TE CONTO SE VOCÊ PROMETER
QUE NÃO VAI ME ODIAR.
JÁ TE AMEI MUITAS VEZES VENDO SEU RETRATO
QUE SORRIA PRA MIM.
TE ODIEI TANTAS VEZES, MAS VOCÊ LUZ CHEIA
SEMPRE SERÁ DONA DE MIM.
JÁ É MADRUGADA SEI QUE VOCÊ VAI EMBORA
MAIS EU FICO AQUI.
QUANDO VOCÊ QUISER NO MEU CÉU NÃO TEM NUVENS
VOCÊ PODE CHEGAR.

DE:GERALDO SADIL

Leme ao céu


Eliane Barreto

UM CANTAR DESCONHECIDO



Em um frondoso pequizeiro a morada de uma ave desconhecida.
Desconhecida para os meus olhos, que desejavam ansiosamente observa a sua forma.
Um cantar divino soava constantemente do majestoso pequizeiro.
Era novembro, quando ouvi o seu cantar pela primeira vez.
Uma sonorização divina que chegava de forma sublime aos meus ouvidos.
A musicalidade de um pássaro desconhecido inspirava-me a escrever belos versos.
Aquela arte me encantava a cada dia que se passava.
Foram várias tentativas, mas nunca avistei aquela ave que de forma surreal e melodicamente cantava um cântico que adentrava a minha alma.

Autor: Dhiogo José Caetano

Nada Abalará



Nenhuma chula interpretação de atores vendidos
Nem Falsos guerreiros que zombam da confiança de suas donzelas
Nem o medo pela idade
Nada nem ninguém abalara o castelo que construímos
Nem mesmo o passado
Muito menos nós
O que é construído a base de confiança e amor
Perpetua por toda a eternidade
Eu te amo e sei que me ama
Então

Bernardo Moraes

Amargo



AMAR
        GO


Filipe Saraiva

Vinte e seis



não me peça para explicar
tudo o que há e não há
nem o que sobrou para recordar
porque você é a minha assassina
que apesar de me deixar
ainda jura me amar
com esse amor facínora

não pergunte o que não dá
para responder ou traduzir
não sou eu quem vai dizer
aquilo que não se pode exprimir

o que há em meus pensamentos
além da sua imagem em fragmentos?
o que restou em sua memória
sobre a nossa curta trajetória?

o que há nessas questões de amor
além de poucos argumentos?
o que existe de mim em você?!
pois há tanto de você em mim

fosse o nosso Eterno Retorno
ou fosse o fim dessa “guerra fria”
fosse você assim só para mim
ou a resolução de qualquer teoria
seria isto mais do que poesia?

(Laís Grass Possebon)

Minha flor, meu amor



Te guardei assim
Secretamente
Nessa flor desidratada
Guardadinha
No seio do meu livro preferido
Protegendo contigo
Só para mim
Teu cheiro, você
Meu amor.

Hosana Marques

Os enganadores do tempo e do espaço



Para Raíssa Stefaní Cornélio

Do nosso tempo
que não cabe no relógio do ocidente
somos todos medidos em vista de
sermos considerados doentes
A doença do amor causou
no corpo generalização
Medimos em beijos os
segundos da nossa feição
os minutos que quando atrasam
causam irritação
contamos como abraços
apertados bem cheirados
que ativam a inspiração
Por espasmos diversos
contamos sem contar
que as horas do dia são insuficentes
para nossa alegria quantificar
E o espaço que quando tá longe incomoda
e quando tá perto não quer se distanciar
seguimos nossa vida enganando
o tempo e o espaço
pois no sorriso belo e safado
tendemos a nos encontrar.

Vinicius Oliveira 28-05-2013

Do Poeta Para a Flor



E se outrora procurava aquela que me inspira-se
Agora à tenho
E se na hora de Ave Maria meus pedidos eram todos voltados a ter a flor
Graças a cruz a tenho
E aquele papo sobre o corte de cabelo, o olhar e o beijo
Sim era todo real, e agora tenho tudo
Tão perfeita é a mossa que me faz feliz que chega ser complicado descrever
Penso que poesia alguma que eu escreva, descreva o amor que sinto
Eu poderia até escrever nosso nome em todos os muros do mundo pra que todos saibam que te amo
Nem mesmo assim descreveria o que sinto por você
E sinto tudo isso por que sei que é reciproco
Dizem que Deus da uma missão a todos na Terra eu não sabia a minha.
Agora sei
É te amar.

Bernardo Moraes

Do Surpreender



Então neste vazio oriundo
te perco aos sons musicais.

Frente ao paralelo universo,
Me recuo do pensar.

É quando o confidencial me cerca
E, eu, ei de os olhos lacrimejar.

Então a saudade me bate,
Porque ei de amar...

Te vejo um tanto sincera,
Porque não te abraçar?

Então surpreso me vejo
E o coração a cantar.

Se a felicidade bate na sua porta,
Deixe-a entrar.

By: Mateus Farias

segunda-feira, 27 de maio de 2013

DIZEM QUE SOU LOUCO




DIZEM QUE SOU LOUCO

POR NÃO FALAR POUCO

POR PENSAR DIFERENTE

SUJEITO TRANSPARENTE


SER NUVEM PASSAGEIRA

FELIZ, O QUANTO QUEIRA

QUE VENTO ESTRANGEIRO

QUASE IMORTAL PRIMEIRO


DEUS POR FAVOR APAREÇA

NA TELEVISÃO, SE ESQUEÇA

ELEMENTO CRISTAL, LIMPAI

SE QUEBRA QUANDO CAI...


ALDERON MARQUES

22/05/2013

domingo, 26 de maio de 2013

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cuba Libre




 - À solidão!

Pra minha companheira mais cruel e fiel
Dedico meu brinde triste, com a bebida em riste
Pra depois virar meu copo de uma só vez
E dizer em uma só voz: 

 - Desce mais uma dose, garçom!


Hannah Cintra



Doloroso Deleite



para  André Café


Me adore
Me adorne
Me adoce
Me adote

Me domine
Me endoideça
Me idolatre
Me adormeça

Dedicando-me seus desvarios e devaneios
Deixando seus dedos descerem e descreverem,
Sem desdém, que sou sua deusa
Delegando-me à delícia do delírio.


Hannah Cintra

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Monossílabo




Você me respondia com uma palavra
A cada dez que eu te escrevia
Nada mais, nada menos
Só uma coisa você me dizia:

Tchau

Adeus

Goodbye.

E eu fazendo papel de boba
Te falando coisas tolas:

Oi, como vai?

Até mais!

Hello, stranger.



poesia inspirada no filme "Closer" (2004)

Blackbird




A cada passo dado
Com o passar do tempo
Me sinto como um passáro
Que abre asas e alça vôo,
Saindo do ninho
Sozinho, sem bando
Sibilando seu som
Seguindo sua saga
Sangrando com sua sina
Sagrando-se com seu assobio
Como um ser vivo
Que vive sem sorte, 
Solto, sem norte
Sem medo da morte, das pedras do caminho.
Se sou um melro ou um corvo, não sei
Só sei que sou um negro passarinho 
Que simplesmente voa.


Hannah Cintra


Blá, blá, blá...




para André Café

Tanto pra te dizer
Mas de que forma falar?
Quais palavras usar
Para melhor expressar
O que sinto, o que penso
De você, a nosso respeito?

Entalada até o talo da garganta
Grito, grasno, gorjeio, gracejo
Engrosso, me engasgo
Mas não consigo dizer o que quero.
Só digo bobagens cheias de gírias,
Me desespero.

No gargalo da garrafa
Bebo meu último gole gelado
Que desce rasgando,
Gerando gastura e tontura,
Deixando meu corpo
Molenga feito geléia.

Crio coragem, sigo falando
De um jeito geral e genérico
Sobre a gente.
Mas logo entro no teu jogo
E me jogo, 
Sabendo que você vai ganhar
Consciente de que vou me perder.


Hannah Cintra

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A condição parcelas suspensas no mundo do Ar


Minha condição suspeita
a condição suspeita de mim
suspeita a mim, por condizer

Minha condição flutua
em um mundo não palpável
embebido em cada fala
em mandala degradável

Num tolo devir
flutua arduamente suspeita
reluta pelo intransigente
amua e se põe na espreita

Minha condição suspensa
a suspensa reinação sobre mim
o meu eu, suspenso, no eu ser

André Café



Haikai de um instante


Decolo caiado
mirrado, no tiro calado
Decaio cálido

André Café

Parcelas suspensas no mundo do Ar: Natureza; efemeridade mórbida


Um mar que anuncia
das pontas dos dedos
ao cúmulo do caos:
tem pôr-do-sol ainda

Arde a pele pelo multicolor brio
ferve a mente entre maresia e lucidez
espuma-se o peito, no âmago do surtir
devorada luminescência derradeira

Um olha de distante foco
o desfocado destaque perdido
um pensamento que vai longe
e retorna o mesmo que nunca

A areia não consome as dores
não há miras que migram para o horizonte
o sempre mudo som berrante
das ondas caiadas em seu destino

Segue o mar e a esperança
nas bordas da luz, jaz o visor
amargos, saliva e ventre, defronte o infinito
do rito de natureza fria, servida em rancor

André Café



Sonhamos com amores encantados. Eternos. Intactos. Amores de contos de fadas. Alheios a realidade. Inexistente à versão errada. Vulnerável. E venerada. Rabiscamos desenhos sem formas nem cores. Abstrações enredadas em vontades. Nada multiplicando nada. Somando inteiros, sendo nós metades. Dilatando vazios. Estreitando duas carências numa única – cavando buracos profundos. Loucura sem cura. Semente sem fruto. Sofrimento mútuo. Alegrias mudas. Silêncio triste diluído em amargura. Azedando o doce. Mesclando dores. Colecionando fendas dentro – estilhaçando o peito. E retalhando a Alma. Às vezes é necessário trilharmos caminhos contrários. Nos entregar a encontrados desencontrados. Acordarmos para sonhar de verdade. E vivermos o inteiro da metade. A verdade dos amores instantes. Desencantados de encantos. Eternizados nos agoras. Intactos nas lembranças doutroras. Amores dispersos de nós. Atraídos por nossos nós. Certos das incertezas nossas. Opostos aos nossos expostos. Segregado da literatura figurada. Agregado na vivência sentida. Amores de instantes urgentes. Surpreendentes. Absolutamente incomum a nossa semelhança tosca. Insossa. Amores que nos chamam – nos deixa em chamas. Completamente avesso a fábulas. De carne e ossos e vícios muitos. Amores mutáveis. Significantes. E significados. Despudoradamente despreparados, mas vivos. Dados, lindamente falhos. Nascentes. Crescentes enquanto não chega o desgaste. Amores são sustos alongados com os dias. E diminuído com o tempo. Deixando dentro um carinho. Um conforto-alívio. Um sorriso estampado por tudo ter dado certo. Ou às vezes nada, além de um duro aprendizado. Sempre válido. Louvável. Plausível porque soubemos correr o risco. Amor nunca foi sinônimo de eternidade. Mas vítima de uma perfeição rotulada, encarcerada no dever-ser. No fundo Amor é um acaso descasado do destino, não é para ser. E sim, se acontecer como é – livre. Entre intervalos de silêncios e distâncias. Sombras e sóis. Líquido para sentir e deixa-se sentir. Sendo solidificado se assim surgir à vontade.

Nayara Fernandes


É preciso amar de dentro para fora. Da Alma para o corpo. Do corpo para os gestos. Sejam tortos ou endireitados. Leves ou um cadinho pesados. É preciso amar por instantes contínuos e parcelados. Entre intervalos de silêncios e distâncias. Sombras e sóis para que laço não vire nó.

Nayara Fernandes


Somos tramas de possibilidades. Chances muitas de prováveis. Sobras de quereres. Faltas de coragens. Mares de acúmulos. Oceanos de angústias. Somos sombras de quem somos. Não somos nada além de amadores desamados – desalmados com nossa própria Alma. Escrevendo estórias invés de histórias. Esfriando vontades em chamas. Vivendo de quem sabe. Nos aguardando em relógios atrasados. Guardando amanhãs inalcançáveis. Mantendo os hojes em conservas. Saboreando sobrevivências. Desembrulhando dias amedrontados e covardes. Sucumbindo amores, saudades, verdades e coisas tantas não feitas: por insegurança de sermos.

Nayara Fernandes

NO CENTRO DO MEU JARDIM UMA OBRA DE ARTE



Emocionado estou com a raridade que se encontra no centro do meu jardim.
A majestade daquelas flores me seduz.
Um tom rosa, mesclado com branco.
Uma forma retorcida, enraizada em um solo arenoso.
Em seu tronco escassas folhas.
Sua forma descreve a sua origem.
A beleza de suas flores se eterniza em versos, prosas e poemas.
A brisa toca os seus galhos promovendo uma dança natural.
Tudo conspira!
No centro do meu jardim uma obra de arte...
A dama do meu jardim,
A rainha de todas as flores,
A minha musa inspiradora.
Do deserto para o centro do meu jardim.

Autor: Dhiogo José Caetano

Eu inibido



GUARDO NA BOCA O SABOR
DO BEIJO QUE NÃO FOI DADO.
GUARDO NO CORPO O CALOR
DAQUELE ABRAÇO NÃO ABRAÇADO.
GUARDO AS FRASES DE AMOR
NÃO DITAS POR VOCÊ.
EU SOU O RESTO DAQUELE AMOR
NEM BEM, NEM MAL COMEÇADO.
GUARDO AS REVOLTAS DAS DISCUÇÕES
NÃO DISCUTIDAS POR NÓS DOIS.
NÃO REVELO, GUARDO SEGREDOS
DESSAS MINHAS LOUCAS VONTADES.
SOU NA VERDADE UM PRESERVADOR
QUE NUNCA SOUBE GUARDAR.
O MEDO SIM ME CARREGA NO COLO
E GUARDA AONDE VOCÊ
NUNCA PODE ME ACHAR.
MINHAS VESTES, TECIDOS RECATADOS
DE INIBIÇÕES FOI FEITO MEU MANTO.
É PRECISO TER CORAGEM E ME DESPIR
E JOGAR MINHAS VESTES
EM QUALQUER CANTO.

GERALDO SADIL

O VIBRAR DO AMOR



Em uma tarde chuvosa, os pássaros cantavam.
O pensamento distante, um bocejar constante.
Na mesa da sala o meu telefone em silêncio.
Andando descontraído pela vasta casa, ouço o vibrar daquele aparelho que há tempo se mantinha mórbido.
No visor do mesmo, o nome da minha amada...
Meu coração vibrava de tanta emoção.
Quantas sensações...
A sua voz no outro lado da linha, adentrava a minha alma.
O meu corpo ficou em transe.
Ela simplesmente me fascina.
Quanto amor, quanta emoção...
Este amor restaurou o meu viver!

Autor: Dhiogo José Caetano


Ela guardou seu coração em um local onde ninguém poderia encontrar, subiu montes, montanhas, e atravessou desertos, nada poderia impedir a vontade de guardar um de seus bens tão precioso. Não poderiam mais machucá-la...

Juliana Gomes

Ignosce



É como se eu pudesse sentir sua dor
E entendo
Meu jeito confuso de fazer as coisas nunca põe ordem onde quero
Na verdade sou perdido no espaço
Mais consigo me orientar nas tempestades
Por que tenho você
E te amo mais que a mim mesmo
Sei que as vezes pareço longe e com olhares infinitos
Mais são todos voltados para nosso infinito
E existe um lugar onde sei que posso me perder
Por que lá é seguro!
Posso me perder em você
Em Nós!
Te amo

Bernardo Moraes


As palavras que um dia me disseste se tornaram poeira ao vento
As promessas de amor,o olhar que antes parecia tão inocente, tão delicado
Não passava de um máscara vestida com pelos olhos falsos que cobrem a tua face
Palavras ditas, atitudes jamais comprovaram tais "verdades"
Engraçado era ouvir lamentos, lágrimas derramadas não por sentimento
Mas apenas pra dar mais brilho à luz falsa dos teus olhos
O que um dia me encantou, hoje tornou se apenas uma lembrança triste
Em que enquanto te dei meu coração, brincaste de me seduzir
O mundo gira, e com ele as pessoas mudam também
Se ontem eras o centro do meu universo
Hoje não passas de uma estrela sem brilho
Em um canto perdido no meu coração

Halysson Arrais


Me aumentei, fiz de mim melhor
bati num teto que tenho que romper
mas muito suor ainda há de correr pela minha testa
e por muitas frestas minha sanidade há de ser testada

Hoje foi um dia desses,
onde eu me batia contra a parede
e não sabia o "por quê" desses testes
mas agora me parece que abri o teto
e posso chegar ao céu de onde me enxergo

Haschi Faria

A Flor e Seu Poder Chamado Amor



De mãos dadas com a flor o guerreiro segue para batalha
Demônios são mortos e jogados aos pés do guerreiro
Mais são demônios astutos que se levantam e vem travar novas batalhas
E todos caíram aos pés do guerreiro
Mais levantaram de novo
O guerreiro brandira sempre sua espada
Nunca se cansara para esta batalha
Pois carrega consigo a rosa e o amor oferecido
E uma hora a escuridão cairá para sempre
Pois nada pode ser maior do que o amor da rosa e o guerreiro
E assim a paz voltará a reinar por todo o todo!

Bernardo Moraes