terça-feira, 27 de agosto de 2013

The-Jeri


Que assim seja, se tiver que ser
da praia nem sei se vejo
qualquer risco de trovão
o céu cada vez mais limpo
reflete como me sinto
neste mar de coração

Cada volta de jangada um saber
nas águas me protejo
de tudo que é maldição
renova o ar que respiro
e aos poucos de mim eu retiro
um tanto de preocupação

Sopra-me o vento um dizer
modelo areia ao meu desejo
faço rodopio de pião
tiro de coqueiro, assobio
provoco nas moças arrepio
sou filho de provocação

E o meu olhar tudo é nascer:
aquilo que prevejo
se transforma em ação
todo dia é desafio
mas eu sigo arredio
vivenciando inspiração

Marcos Foyce e André Café

Não. É. Poema


Não é poema.
Não.
É.
Problema

Não emblema o pró
Poema não, é;
Plena ema plana e pão

Probo ame; name, pomo
Poema
Problema

Da inquietude, problematiza
do ponto instável, desequilibra
calibra no torto ao porto
ou muito louco, ou muito oco
Problema? Não. Poema

André Café

Da ladeira


Da ladeira,
a copa da mangueira é brinquedo
aos seus pés, são ritos esquecidos
que te tocam quando a folhagem balança
estacam-se concretos pela dança;
e as graças se choram
um soluço cá no infinito
e o pranto da sombra
que ressoa em meu ouvido

André Café

Um dia apenas


Um dia apenas
sem dó, ou escala qualquer
mas, um dia apenas

sem ter que ... sem ser isso ... sem merecer
somente um dia (apenas)

Sem notícia qualquer
e um dia apenas
do gozo da sombra e mormaço

Ou no frio terraço de fim de tarde
que arde, em suas mãos pequenas

É saudade de sentir o viver ao morrer
na história que me diz, um dia apenas

André Café

Tinta cor de tarde (Tinto VI)


O tempo que a têmpora treme
tomando o termo treineiro
do tempo, tonante tinteiro
tardou, temporário que teme

André Café

Teoremas


Tenho os maiores teoremas
publicados em vastos destinos e planos
que não cabem aos anos
seu registro mortal

Versando sobre o mundo
mundano verso
sobre pessoas e posses
e de pesadelos e pus

Dão voz ao grito rouco do silêncio
e calam as moléstias de arquibancada
sumo sujo, quase tarja
taciturno, paz de sal

Os maiores teoremas
meus dilemas esquecidos
numa lágrima libido

André Café

Lodo


Deu a volta ao transtorno:
pelo avesso, comeria carne no chão calçado
dos pés que molhavam as costas da realidade

Súbita rotina de quem reverte o vento;
as roupas barrocas em paredes

café azedo e morno
o lodo de sunga e sede

o ledo, desejo que leve

André Café

Poesia Intempérie


É o campo que semeio soluções
no passo devorador de porquês
é o sulco do sumo de exceções
no rasgo sublimador de mercês

Colhe-me tolhendo o puro
enraizando o absurdo
no surdo escombro anuro
amortizando o nada em tudo

Que me tens ou me leva
em relva sou tanto concreto
ao certo, meu norte é azul
e ao sul, sou verso incerto

André Café

V


Ao longo olhar de tantas vidas o tempo. Litígio eterno em precisar o que é, o que foi, o instante e o duradouro. Eternamente em busca de dizer ou sentir mais ou menos ou durante ou até. Buscas, instigações. Se são desde já efêmeras, novamente o tempo se discute. mas talvez o ponto não seja o tempo. Não seja o tema. Seria ele talvez parâmetro. E lá vamos nós na contradição de super considerá-lo. Tempo. Reinvento. Necessito. E se for parâmetro, será valor, mas teu sabor, a cada segundo, sou eu que mensuro. E digo. São já e apenas 05 meses, ou um pouco mais de 150 dias e tantas outras simbologias numéricas. São períodos vividos e vívidos, em que poemar ao ar, o que seria o ideal, não deixa de ser natural, para os olhos de quem versa. E versa sobre todo, até o tempo. 05 meses voando alto e sentindo a terra pulsar e reenergizar em riso nossas vontades. Caminhando lado a lado, ombro a ombro, em verso e prosa. Em prosa e sombra; e Sol fervendo. Filmes que eu vi, contos que li. E a realidade mais fantástica de que qualquer sonho em Zion ou nas parcelas suspensas no mundo do ar. O tempo? Já nem falamos nele. O livre cantar expressa o que cinco quer dizer tanto quanto vinte ou trinta; o que cinco quer dizer pouco, quanto ainda tem muita coisa boa por vir. Cinco e não se fala mais nisso, a não ser pra dizer: Amo você

André Café

Qualquer


Qualquer que eu cante
se inversa o que eu digo
traz abrigo

Qualquer sorte armada
no verso o que rimo
trago o aviso

Qualquer sopor preciso
sou o inciso do riso
foi-se o exílio

André Café

Feito luva e em silêncio


O caminho que me incide;
ácido feito luva
seu celebrado rumo que dista de ti a dor e a conivência
ciência que declama, reclama a si
cura e sutura, arde pandemia
ou orgia organizada ou demência
desvairada de destino
sino, badaladas, estalos, moinhos
o caminho que incendeia me agride
o calor é tão macio
feito luva, feito frio

André Café

O TRAJETO


O Trajeto





Uma gentileza de fim de tarde
E oração bendita,
Dedico a ti sua menina bonita!

Branco vestido, sempre a cintar
Tira o fôlego dos rapazes ao passar

Ah Sinhá que fizestes pra ser tão bela?!
Antônio Andorino não para de te admirar,
Espera o bonde das dez da manhã, só pra te observar!
A parada dele seria dantes, 
Mas para contemplar sinhá um pouco mais
Acha de descer na sua estação
Sem que a bela moça perceba anda meio que de soslaio
Respirando e suspirando as essências de Ylang Ylang, Jasmim, 
Neroli di Grasse que menina romântica exala ao vento
As marocas da Rua 13 já estão a bizoiar 
João Andorino e suas andanças atrás de Sinhá tão dando o que falar:
–O que tu fizestes moça para arrebatar o coração deste pobre homem?!

Ninguém nunca descobriu, 
Mas num dia ensolarado como de costume, 
Na mesma hora, local e atitudes, 
Sinhá tropeça no batente da calçadinha da cafeteria
E lá estava Antônio Andorino para levantá-la
Mesmo com os batimentos a mil, o rapaz ajudou-na!
Ela com gestos de agradecimento lhe soltou um sorriso
E perguntou qual sua graça e frisou nunca o ter visto 
Sendo que para Andorino Sinhá era uma bela conhecida
De suas andanças e nenhuma investida, 
Ficaram de conversa, ela iria o cumprimentar 
Para seu caminho continuar
Antônio nervoso e impaciente
Disse a menina que a conhece e a amou desde sempre
Assustada pergunta como isso poderia acontecer:
–Um desconhecido, assim não pode ser!?

Ele falou palavras doces, explicou a situação e a chamou para 
Um café na Rua da União, ela atordoada, mas aceitando
Falou suavemente: –Vamos!
Sinhá uma moça romântica, ouviu seu coração 
Ao convite de um simples café, acelerou de satisfação
Tempos por vir Andorino deixou de platonizá-la, 
Bombons e flores eram sua pedida
Aportou seu amor dentro de Sinhá, 
E como âncora fixou estadia por um ano
Céu azul...ondas do mar...briza leve...sol poente
Configurou o casamento, tão idealizado por Andorino 
Sinhá nesta altura estava tão arrebatada de amor 
Que uma singela lágrima saltou de seus negros olhos
Selada união...
O Beijo...
O começo...
E aquele cenário os convidando 
Para um mergulho numa união sem fim...


J.Di Castro

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

AGÔ, ILÊ AIYÊ

Foto: Tira essa cor pálida da minha cara
O verde dos meus olhos e o liso do meu cabelo
Põe em meu corpo a marca da chibata
Quero ver minh’alma refletida no espelho

Meu passado me envergonha
De casa grande e latifúndio
Enquanto tu, negro, se lembra da senzala
Lembro de ser sinhá dona do mundo

Mas perdoa essa branca sem história
Se o meu corpo tremer ao som do tambor
Perdoa eu não ter luta na memória
S'eu me reconhecer no teu grito de clamor

Por que é no compasso da tua dança
Que meu corpo vai além
É na fé da tua crença
Que meu santo diz amém

...Por que cá dentro de mim, eu sou sim negra também!

(Alice Alencar)

Tira essa cor pálida da minha cara
O verde dos meus olhos e o liso do meu cabelo
Põe em meu corpo a marca da chibata
Quero ver minh’alma refletida no espelho

Meu passado me envergonha
De casa grande e latifúndio
Enquanto tu, negro, se lembra da senzala
Lembro de ser sinhá dona do mundo

Mas perdoa essa branca sem história
Se o meu corpo tremer ao som do tambor
Perdoa eu não ter luta na memória
S'eu me reconhecer no teu grito de clamor

Por que é no compasso da tua dança
Que meu corpo vai além
É na fé da tua crença
Que meu santo diz amém

...Por que cá dentro de mim, eu sou sim negra também!

(Alice Alencar)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sobre... a loucura do artista

Sobre a loucura do artista

“... e por não ser artista, ter a coragem de sê-lo, a fim de que nasçam artistas de vanguarda a partir de nossa pseudo-ignorância de retaguarda”

No começo é a dúvida e a dívida,
 a duodécima, a trocentésima, a “incontésima”(adágio chinfrim)
Por um pequeníssimo e estranho momento
Consegui deixar o vulgar e mental racionamento
Pensei no que vou legar pras futuras presentes gerações
E lembrei que ainda não tenho você perto de mim e nem tenho ações
Canto pra ti esta missiva de ‘trevés moderna
Ao contrário do que imaginava antes
Não consegui pensar mesmo no feriado da semana
de repente a língua sente saudades
Mas o que é que eu posso te explicar desse jeito
Se esse jogo é imprevisível e meus créditos estão expirando
Se essa dimensão que dão às coisas é incrível
pois não vivemos mais para o presente
Somos ainda e sempre serviçais de ilusões
na vidinha corriqueira em meio ao populacho
Nem amor mais nos é permitido fazer
porque o namoro nosso ao vizinho soa perversão
Nem amizade mais é preciso cativar
já que o convívio teu e meu ao outro parece imitação
O que pra nós são felicidades por alguns raros instantes
pra eles não passam da inconcebível loucura do artista.

(cont...)


Por João Paulo Mourão.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MARIA DA SILVA


Estou aqui!
Bejim, bejim,
Eis-me aqui!
Não gosto de wisky chivas.
Jesus Cristo é a luz,
que nunca se apaga.
Não vivo de lamparinas.
Se a noite fria está,
Faço fogo,
Não tenho costas quentes, para me aquecer e no comodismo viver.
Sou uma Maria Ninguém,
Com orgulho de ter por sobrenome, Silva.
Faço parte da massa.
Que cobra, protesta e fala.
Nunca da boiada,
Que muda segue a manada;
Todos para o curral! Por gentileza.
Sou cidadã!
Que cutuca, questiona, pergunta, nunca achincalha.
Sou da esquerda social democrática.
Por que já temos muitos que são “direito”.
Amo, amo vida, aborreço a injustiça.
Irreverente sim,
Porém luto para que minhas palavras exale um pouco de verdade.
Por que sou falha, quem nunca falhou?
Ouse votar, em politico canastrão cheio de babão.

Ass: Maria Noelia Alves da Silva

SÓ A OBSERVAR


Poetas dedilham,
a beleza da lua.
Romanceiam o luar.
Eu nem ouso,
me ponho só a observar...
Essa criação linda,
por cima de mim.

BELA ROSA


Estranho seria se eu não te contemplasse, bela rosa!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Assis Brasil - O Cigano Erudito poesia corrida nas verves

2013-07-30.
ASSIS BRASIL – O CIGANO ERUDITO

Neste documentário, da lavra de Francigelda Ribeiro e de Marina Farias, apresenta-se um escritor na plenitude da sua vida: literária, acadêmica, profissional, etc. com requinte de detalhes. O homem, Assis de Almeida Brasil, aqui é reverenciado pela carreira conquistada com muito esforço, muita luta.
Há neste impactante registro nuances de Assis enquanto um burilador de cenas e episódios corriqueiros; seus personagens denotam com emoção e vigor perfis bem comuns aos brasileiros, os quais, todavia, passam despercebidos pelo público aí nessa vileza e penúria da correria quotidiana. Mais: o sobredito doc. mostra um making off do próprio estilo de vida de um escritor, do quão laboriosa, fervilhante e pesada é a carga de conhecimentos a qual ele busca para transmitir ao leitor através de seus textos, de suas personas – nascidas no mundo e registradas à mão, à máquina no seu escritório. São momentos nobres que revelam a sobriedade e o amadurecimento, também, artístico-intelectual de Assis Brasil.
A plateia - que assistira ao lançamento e acompanhara os detalhes da “première” - se sentiram, ainda, mais entusiasmados porque, de brinde, puderam ter à mostra um(a) mezanino(a) com boa parte das obras publicadas por Assis Brasil e seus mais novos livros, nos quais aparecem as temáticas indigenista, ecológica e científica, dentre outras ali presentes também. Sorte de quem pode ler, aprender e saber de estórias que contam sempre algo de história por Assis Brasil.


Por João Paulo Santos Mourão.

domingo, 11 de agosto de 2013

Rolé na praça



Rolé na praça
Andando na rua
Sem direção
Sentindo uma falta tua
No meu coração
Sentado na praça
Que alegria
Vamos por uma graça
Com o primeiro do dia
Cerveja, cigarro, café
só você sabe como é
Coxinha, cupcake, chá
A conversa que sempre dá
Conversa vai, conversa vem
Pelo menos um ao outro a gente tem
Briga rola, briga para
Melhor isso do que nada
Um copo aqui, outro aculá
É isso que vamos aproveitar
o sol acende, a lua ilumina
Vamos pegar essa que termina
Cerveja, cigarro, café
só você sabe como é
coxinha, cupcake, chá
A conversa que sempre dá
Tá na hora de descer
Agora tenho que ir
Foi bom estar com você
Espero de novo te encontrar aqui
Rolé na praça
Seguindo na rua
Sem direção
Sentindo uma presença sua
No meu coração

(Cleisson Vieira)

sábado, 3 de agosto de 2013

MAREJAR

                                             
                  

IDE AO MAR

MAREJAR

SEUS OLHOS

VELEJAR

SEU CORPO

DE SAUDADE

CAMINHAR

À ETERNIDADE


ALDERON MARQUES


DIA 03/08/2013

sexta-feira, 2 de agosto de 2013


Fez barulho de oca e vazia
preenchi-a de poesia
e ainda assim voz ía
pela garganta a fora, e nada dizia

nem um te arranco
um pé do chão
nem um te assanho
por entre as mãos

Nem um " te toco
e me toco : que te amo logo "
nenhuma percepção

Haschi Faria

MAR(FIM)


Confuso, espuma deuses
agonizando rezas a Iemanjá,
engole o rosário da procissão
preces polidas em despedida.

Calmo, navega como corais
desenhando o chão
cores da partida
ancorada no cais.

YANA MOURA

Ácida


transpiro curare
evaporo chuvas
dióxidos e voz

precipita no rosto
adeus e enxofre
corroer de ironias

amor combustível
oxidou veias
aos olhos, amônia,
acidez em paladar.

YANA MOURA

Paz mundial


Meu mundo,
Aquele mundo,
Grande mundo...
Um mundo melhor.
Onde a paz seja o lema da sobrevivência.
Que todos os homens difundam uma mensagem de esperança.
Oh, meu Deus livra-nos de todo o mal.
Que possamos semear a palavra, o amor, a liberdade através das redes sociais, jornais e revistas
A revolução do bem será desencadeada, promovendo a transformação no espaço onde vivemos.
Os homens viverão em harmonia com a natureza e com mundo.
A violência será extirpada.
Todos os seres se enxergaram, o eu será esquecido, pois trabalharemos pelo o outro, por nós.
O mundo será mais verde, mas humano, mas verdadeiro...
A união estará sempre no nosso meio.
O amor tornará a essência humana, o dilema do ser e da alma.
Eu vejo a luz no final do túnel.
A esperança renasce e cresce dentro de cada um de nós.
É preciso redescobrir o nosso planeta.
O nosso planeta depende de nós e nós dependemos dele.
Protegemos o nosso mundo!
Preservemos a vida.
Cultivemos a paz mundial.
Libertemos do materialismo...
O sol da liberdade nascerá;
Todos os homens cantaram,
O mundo não mais será o mesmo...
Todos nós seremos um só!
Protetores da nação terra,
Defensores da vida, do amor, da verdade...
Mensageiro do bem-viver.
Missionários da paz.
A vida precisa ser vivida,
Que todos nós mergulhemos na arte do existir.
Todos nós sabemos e vivemos o prazer de estar vivos.
É tão bom se sentir vivo!
Não deixemos a vida passar.
Precisamos viver o hoje, o agora, o instante...
A vida não é breve, mas tem o seu fim.
Comecemos a reescrever um novo recomeço.

Autor: Dhiogo José Caetano

Voz


És! O corpo como uma faca
Cortando os dedos vis da quimera.
Gengiva e língua amamentando
Contorço bailarino de uma pantera

Faminta, devora essa boca que te come.
Quadros de pinturas distorcidas
Emoldurando as vertentes dos teus feixes.

Sai feito desabrochar atrás de uma tapera
Cisne da minha agonia gélida
Donzela álveo, à luz, violinos e Vivaldi.

YANA MOURA

Cigana


movimenta-se como
embaralhar das cartas
tempos descompassados

antídoto dos espelhos
(...)

jogam-se os búzios
sorte em valsa
dança a dois.

YANA MOURA

ETERNAMENTE CEN


Hoje ao despertar pela manhã lembrei-me de você.
Fiquei muito feliz com aquele pensamento.
Quanta saudade dos nossos momentos.
Obrigado por você existir na minha vida!
Que Deus abençoe sempre você e toda a sua família.
Parabéns por mais um ano de vida!
Abraços na alma e que possamos estar sempre juntos nesta nossa amizade ao longo da caminhada evolutiva.

Autor: Dhiogo José Caetano
Uruana, GO

Certeza e Agradecimento


Cabelos negros caídos em meu peito nu me cobrem como um manto
Seu corpo colado ao meu
Sua respiração suave
Dão-me a certeza
Eu velo pelo seu sono
Pensamentos na cruz
Nos tantos momentos de Ave Maria
Meu agradecimento ao Todo Poderoso
‘’Obrigado Deus agora sei que existe, o que sempre pedi e sonhei
Esta deitada sobre meu peito’’
Tudo agora faz sentido
As batalhas
Os momentos de solidão
As tormentas
Tudo para chegar até este momento de certeza
De que minha vida só faz sentido se for para te amar.
Perfeita pra mim
E não vou deixar nada nos atrapalhar
E ultrapassar as muralhas de nosso castelo.

Te amo!

Bernardo Moraes

A chuva cai sobre os seus cabelos, e as gotas d'água envolviam um rosto sutil, mas que ainda lhe era familiar...

Juliana Gomes

Se a ânsia de te ver me desse asas,
Com as asas que me desse eu voaria
Por cima de avenidas e de casas
E a minha boca à tua encostaria...

Dessa boca, tão linda assim pintada
Como fruta madura ao sol do dia,
Todo néctar, numa ânsia apaixonada,
Até a última gota eu sorveria.

E se, mais do que asa, ela me desse
A força de um ardor que não fenece,
Munindo-me assim de estranha arte,

Devorando do espaço a substância.
Por mais que seja grande esta distância,
Maior é esta vontade de abraçar-te.

Igor Roosevelt

O retrato em que você não está


você está naquele velho disco dos doors
que fica na parede do meu quarto
e também está naquela camiseta preta
e no all star vermelho que eu parei de usar
você está no on the road que eu furtei
da sua colossal biblioteca e também
naquela caneca yellow submarine
onde já não tomo mais café ou chá
você está em todo solstício de inverno
e no suéter cinza que esqueceu de levar
e agora está neste vazio interno
que eu já não sei como sanar
você está na cena final de casablanca
no olhar cansado do humphrey bogart
você está em quase todas as poesias
do rimbaud e do verlaine e do baudelaire
também está nas lentes dos meus óculos
que eu não consigo mais limpar
você está quando escuto radiohead
e quando o jimmy diz you’re tearing me apart
você está nas polaroids do tarkovsky
e também no surrealismo do dalí
você está em todos os meus escritos
e em todos os acordes que estou a ouvir
você está em tantas outras coisas
mas não está no meu último retrato
não importa
pois na verdade
acredito não ser eu quem está ali

(Laís Grass Possebon)

PINGO D'ÁGUA


Da chuva que toca a pele
Queima.
Lembra, rasga o peito
em um afago
um beijo
intentos de desejo
contra o muro
na rua escura
mãos doidas
O vinho na boca,
perde-se como louca
um doce ébrio ao fazer poesia
entre alguns pés, outras coxas.
Vai chuva, gélida que evapora
ao tocar duas almas escuras
e queimar o coração de ambos.

(Raíssa Marcelli)


Enquanto eu ria
do seu sotaque
Você caía
e eu cai'áqui

Enquanto eu ria
do teu tropeço
Você maria
e eu mereço

Enquanto eu ria
do seu amor
Você fazia
e eu calor

HAS
CHI

haikai que amua


Sob a mesma lua
morte em recorte
vida que amua

André Café

Anefixo


Foi por isso
disse-me o dito preciso
num provável improviso

Anexo
num disse me disse
fixo

André Café

Agosto


A peste, o desamor, a malignidade...
Agosto o mês do desgosto.
Choro, morte o fim.
Os animais murmuram...
Triste fim!
Feliz dia dos pais.
A esperança nasce à vida ressurge no meio do nada.
Em meio aos caos, a ordem se reestrutura.
A peste com sua escravidão se esvaem, dando lugar a paz.
O desamor torna-se portador de alzheimer, pregando o amor aos quatro ventos.
A vida se fecunda e das cinzas a quimiluminescência do existir.

Autor: Dhiogo José Caetano

Não seja a dor testemunho
Quando a maré mudar
Te rias do infortúnio.

Ravenna Scarcela Angeline

Haikai di pulso


Pruma uma lua solta ocaso
pula uva lita salto ourives
passa unge língua sede orgasmo

André Café

Pouca doçura


Há pouca procura de doçura
nos versos amargos de maldição
há o senso comum de consenso
há o tenso tensor de repenso

Amarga a tez da fumaça e vinho
nem o vento inventa inovar
é o suspiro como resquício
é o sorriso doce suplício

André Café

Haikai de Meia


À procura do poema
Ele não via obstáculo
Nem problema.

Ravenna Scarcela Angeline

Haikai da Busca


Procuro no âmago
Claridade de raio
Encontro escuridão de pântano.

Ravenna Scarcela Angeline

O CORVO E A ROSA


Eu vivo sepultado nas lembranças
Que um dia eu tive a Ti, oh minha Flor!
Sopro de todas minhas esperanças,
Vida que um erro tolo me roubou.

Escuto as harmonias dos gemidos
Todos os dias desde que partiste
Deixando em mim mil corações partidos,
Dando-me a pena de todas mais triste.

Mas não Te culpo por me abandonares.
És uma Rosa e eu sou um Corvo imundo.
É o Teu dever embelezar os ares...
É o meu dever tornar sombrio o mundo.

Eu fui forjado pelo Sofrimento
Por isso eu canto o que o destino quis.
Mas sempre lembrarei no pensamento
Que um dia ao Teu lado fui feliz.

Agradeço por tudo, minha Flor
Mas pesciso seguir no meu caminho.
Eu sou um Corvo! Eu não nasci pr'o amor!
Eu fui gerado pra voar sozinho.

Mas se quando cair a vesperal
Tu não veres motivo pra sorrir
Lembra-Te desta torpe ave do Mal
Que amou-Te mais que tudo e morreu por Ti.

(Igor Roosevelt, 20/12/06)

Poema sex now


Quando não poema now
norte eloquente, rosa decadente
nau, Noah, procura o desencontrado

A libido na testa do cupido
não resta o dizido
que contesta lascividade

André Café

Supressão poética


Um suprimir poético
que ecoa versos em meus poemas de silêncio
paro; penso; a rouquidão das ruas
tem o ermo das lembranças

Um devir melódico
de acordes desassociados; teorias de milênios
dado; peso; a solidão amua
o tempero da ganância

André Café

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Caminhos



E a poesia gira
Gira no meu coração
Repleto de paz e energia
Encantado com a canção

E a poesia gira
Declara, instiga
Construindo a história
Um mistério profundo

E a poesia gira
Gira ao som puro
Pois solene e sublime
É rebelde em apuro


Vanessa Caminha