sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Eu sinto tanto quanto você


-A sua arte de ser mais que um artista, não sei, tem um quê aí de proibido, de “você sabe tão bem  quanto eu” o que está acontecendo com a gente, separados, nada de saber um do outro convivendo. Acho que você viveu o que estou tentando me afastar agora.

-Quem vai chorar por nós? É o que me resta, te sobra, ou sei lá. Acho que já é hora de terminar mesmo, ponto final, um pra cada lado. Você sabe que essa história não vai dar em nada. Você o conhece, sabe bem que somos diferentes, que eu não estou à vontade.

-Você acha que é mal de artistas? Esses amores efêmeros, complicados, melódicos demais? Não há mais nada o que fazer. É como naquele velho ditado: “o interessado dá o jeito”. E você me vem com essa nova, de que o foda é o desinteresse; De que não há mais jeito, mas há outras pessoas. E eu me pego perigosamente pensando nisso, em você, talvez. Esquece, não liga.

-Realmente, está provado que os opostos não se atraem. As pessoas precisam ser muito parecidas para engrenar a coisa. Saiba, garota, quando há diferença demais entre um homem e uma mulher, o sexo parece ser o ponto incomum e isso é uma merda. Nem só de sexo sobrevive o homem. Aprenda: não se caminha em lugares onde (se sabe) que não se chega a lugar algum...
-E você acha que eu devo parar? Fala alguma coisa, estou sem norte, não sei pra onde ir nem ficar.
- Escreva um livro, desapegue-se. É mais saudável e motivante do que encontrar um amor que não existe. Esse seu aí... Eu já desisti. A vida me ensinou à tapas como lidar com o amor. Hoje estou sozinho. A música, a poesia, a bebida e até a própria vida vazia servem de companhia. Essa fugacidade toda às vezes preenche. Outras vezes enche.

- Ao menos me prometa estar por aqui quando eu estiver à tua procura. Você sabe, poetas não conversam, versejam.


 (Rosseane Ribeiro e Taiguara Bruno)

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