terça-feira, 24 de setembro de 2013


Você nem voltou para dizer adeus
Mas eu também não esperei você voltar.
Eu te conheço muito bem e já sei
Aonde é que tudo isso vai dar.
Aonde tudo isso vai dar.

Sinto dizer, mas eu não sei cuidar dessas flores
Que a gente compra nas floriculturas.
Elas são tão efêmeras,
Por isso eu preferia ter um jardim.
Não sei cuidar direito nem de mim
Quanto mais do amor, que é uma coisa assim
Tão frágil e tão efêmera
Como essas flores que a gente compra nas floriculturas.

Eu gostaria de ter ido ver o Caetano
Mas pensando bem, pode não ser uma boa ideia.
Ele vai tocar perto da sua casa
E eu não quero que pense que é uma desculpa pra te ver.
Eu sei que quando ele cantar aquela canção
Meus olhos vão procurar involuntariamente os seus
E eu vou ter que correr pra não chorar.

Eu não esperei você se despedir,
Mas tanto faz, você sequer leu meu recado.
Hoje é sábado e eu ainda estou sóbrio.
Queria alguma coisa pra me alegrar
Mas daqui do portão não dá pra ver a Lua.
Por favor, não toque essa canção.
Ela é um perigo pra quem sofre de alcoolismo.

Você me disse que não gosta
Quando coisas boas terminam
Mas eu digo que elas têm que terminar.
Você diz que eu sou triste e pessimista
Que tudo que é bom dura pouco
E eu digo que é porque tudo tem que terminar.

É sábado à noite e eu ainda estou sóbrio.
Existe alguma coisa mais triste do que isso?
É quase meia-noite e eu ainda estou sóbrio.
Em guerra com minha própria solidão.

(Igor Roosevelt, 21/09/2013)

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