terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O psiu de cada dia, não nos dê hoje e nem amanhã


Penso que a luta não vai acabar nunca.
Que as mulheres são fortes, mas tal força é capaz de mudar comportamentos como esse?
E penso nas mulheres que pensam o mesmo que eu.
E me sinto mal por quase perder a esperança.
E penso em um possível estupro que possa acontecer.
E penso que já sou violentada antes mesmo.
E penso que quero cuidar dxs minhas/meus irmãs/irmãos que passam por isso que eu também passo.
E penso que eu tenho que pensar.
Pois eu to cansada de ignorar.
Penso que tenho que por ora me relembrar que eu não sou coisa a se brincar.
Me dá seu apoio, irmão.
Não me dê "psiu".
Você não precisa disso.
Eu também não.
"Vem cá", sua violência verbal quebrou minhas pernas.
 Cegou meus olhos.
Mas eu posso te ajudar a enxergar ainda.
Que o machismo não vai te ensinar a caminhar.

Dandara Cristina

De madrugada, a gente questiona 4


O corpo cansa,
pede passagem pro sono

É, não há o que fazer com os passos da vida
mas nunca me colocar irei nos quadrantes impostos
do ser velho, jovem ou invisível

Tenho as limitações, que não delimitam o que sinto
e apesar do torpor palafito
o que fito de tudo que envolve você
repito, sonho e acordo neste rito
de nunca cansar de sentir e expressar:

Amo e nenhuma madrugada morta
dessa minha vida torta
fará me transportar
pra outro lugar

Amo, intensamente soul de amor
por você, raivas e risos
sem avisos e pré-ditas
de tua bendita e linda existência

André Café

haikai de Danda 2 - Madrugada


Antes, éramos sono
agora, que a noite demora
pro não abandono

Entre ligações
amor, afeto em ardor
infinitas porções

Pedaço do mundo
antes, fui o que sou distante
e hoje profundo

Tu, que és poesia
gira, ao passo que inspira
versos e melodias

André Café


Estradas perdidas do mundo do Ar VI - São outros caminhos


Sempre poderia acontecer,
nesse desaviso, o vento foi inconstante;
as rédeas pressentem tempos quentes
e surgem caminhos; antes, distantes

Não há razão para prisão;
talvez para o medo do estranho,
mas vereda achada já se faz destino
prum menino cansado de ser urbano

O traçado levará para mais incertezas
segundo a vida que querem vivê-lo pré-diz
no instante, o voo é o único aprendiz
pra quem apenas rodopia, torto e feliz

Pelo vento, possibilidades e mormaço,
pelo amor infinito, afeto e abraços
no sorriso sem laço
que descompassa o coração

Estradas vem e virão
pois andamos e vamos em mergulho
é força, o que foi e o que será
no semear de nova rotação

André Café




Sonatta rara do amor de Danda


Nem todo caminho se percebe;
punhado de passos e eis: cá estamos
olhando pra vida e para o que acontece
nos traços juntados que nós criamos

E são contos de tempo e estradas
e são tantos de espera; e ficamos
pelo repouso, já somos moradas
uma no outro, nos ressignificamos

A lembrança mareja saudades
da suave e sublime bondade
que emana de teu todo sereno ser

Cá estamos noutras tantas cidades
nada teme, pois já se faz verdade
uma no outro, o amor e o amanhecer

André Café

sábado, 27 de dezembro de 2014

A ruivinha

A ruivinha...

Às vezes, quando somos crianças, lançamos com esmero e apuro incomuns nossos olhares para situações as quais nos deixam curiosos e prendem de verdade nossa atenção. Eu me lembro com saudosa memória de um passeio que fiz aos 4 ou 5 anos de idade com meu pai, por uma rua próxima a minha antiga casa.
Havia movimento na rua, estávamos andando pela calçada do lado da direita e lá na calçada do lado da esquerda eu avistei uma menina mais ou menos da minha idade; ela tinha um toque todo especial: era ruiva! Muito ruiva!! Eu deixei de prestar atenção em qualquer outra coisa para me ligar àquela pessoinha. Instantes mágicos se passaram num piscar de olhos, num pestanejar.
Depois, em outros passeios, vim a descobrir (por conta própria) que a menininha era filha da dona de uma butique que ficava ali próximo, naquela rua mesmo. E eu adorava quando saía a passear com meu pai ou meus irmãos e avistava a butique, só para olhar e flanar aquela menina! Eu tinha 4 ou 5 anos...
Uma vez, estávamos indo na calçada em direção ao mercado do bairro, aquela espécie de feira livre que existe em todo bairro que se preze. Aí eu a vi! Ela vinha na mesma calçada, na direção de nós. Mal pude me conter de encantamento. Quando ela chegou perto, eu peguei na mão dela e fiquei só olhando, encarando-a, de frente, como se fora um flerte infantil! Ela tinha sardas e um sorriso lindo, olhos meio puxados e castanhos claros. É, e é tudo que me lembro daquele encontro que ficou guardado na memória.
Foi o primeiro amor e o amor a primeira vista!
Depois disso, nunca mais eu seria o mesmo. Entontecido e extático, em êxtase, fiquei com aquela cena na lembrança, marcada para sempre em meus pensamentos.
Talvez por isso, a mulher que mais amei, já quando adulto, foi uma ruiva.
E também o meu “santo” bateu com o dela!
Ela me atraiu de imediato, não pude resistir. E fiquei com aquela moça no pensamento...
Será que era ela? A mesma menininha ser aquela moça.
É uma lembrança que trago vívida na minha mente.
(Para Márcia Micaelle de Sá Leal)


João Paulo Santos Mourão

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

De amor mais linda

"Protagonistas" (Rua 13 de maio, centro de Teresina/PI) 
Créditos: a partir de mim


O corpo vai chorar,
pra deixar alma lavada
pra lembrar pessoa amada
viva o amor, viva o amor
que não se mede no tempo.

Que não se mede no tempo,
e não cabe no espaço.
Só cabe num abraço:
sede por amor, sede por amor,
em doses generosas.

Em doses generosas
espalhe-se em tantas quantas
pra mostrar que adianta
ser bem mais que ser sozinha.
Viva o amor, viva o amor.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Não cabe em si


O gosto;
mas num só não se cabe
apenas te quero
pois desde já, me tome

Flutua arrastando o tempo
mas mesmo assim os dias, horas
afora, o mundo em riste
nos tiros de realidade

Contanto o peito, invadido do calor,
escuda-me felicidade

O riso cor de luta
o aroma cor de fúria
coração num abraço
todos carinhos
em que me estilhaço

André Café

Brisa das onze horas


Na madrugada, o vento chega
despindo minha solitude em desejo
teu beijo carregado pelas monções
teu cheiro em sopros sutis

Há tantas distâncias
e em todas danças, abstraímos
sentimos, como se lado a lado,
o abraço apertado de saudade

Amamos pois, existimos,
por todos esquadros de afetos,
em liberdade

André Café

Mãe, eu sou anarquista


Mãe, não tenho culpa pelos meus olhos sobre o mundo
pelos meus picos de depressão, pelo meu choro fácil
ou pelos tantos pontos de engarrafamentos de Teresina,
entre o abafo e o mormaço nada sutis

Não tenho culpa, mas quero demais fissurar
o número maior de repressões e existentes
eu quero amor sem os olhares sociais criados e criaturas
e tudo que quero, infinitamente venha para todas

Mãe, não é não querer me engravatar
é uma máscara que não me cabe
e se forçada, irá trincar e perecer tudo que sinto
e vai e distanciar de mim, de você e do mundo

Não mãe, ainda tem rotas de fugas
ainda que quase sempre com sua ajuda
e o seu apoio, apesar dos pesares

Mãe, eu quero apenas um mundo circular e horizontal
quero outros tempos, poesia no jornal
ter e ser colo, querer e compartilhar saberes
a toda hora e a todo momento, é disso tudo que falo
o meu ser assimilou e não se rasga mais do que hoje sou

André Café

Haikai de Danda


Se sonho fosse
seria daqueles sem dia
sem que o tempo passe

Mas é realidade
rara beleza Dandara
que todo meu ser invade

André Café

Amor livre


Livre, porque se expande
não há limites para o sentir
pois nossa liberdade tende ao infinito

Será doce ou quente, discreto ou rompante,
na vontade compartilhada dos pares e ímpares
somos amor com toda intensidade,
carinhos, carícias e muitos desejos
até quando quisermos
na medida que nos descabe
dure o tempo permissivo
pra que esse amor não acabe

E na vontade de cada uma ou um e tantxs
se espalhar, sentir, alvorecer

ou não, e tantas outras coisas

André Café

Foi no abraço


Dentro de mim
um universo inteiro
que tinha a ideia
de ter todo o calor possível
de conhecer todos os apertos
apreços e apostos
feliz no seu conforto
de sistema em equilíbrio

Um abraço; quase sem fim
um momento; colisões de galáxias e saberes
entropia; suavidade
um pedaço de cada mundo no outro
o ressignificar explícito
a minha felicidade na outra
tendendo ao infinito

André Café

Meu bem


Quando a canção
chama pelo presente
nos versos que correm o vento
me acalmam todas as brisas

Pra ver o sol e o mar da sombra
de qualquer lugar de canto do mundo

Sentir as ondas, o ardor da areia quente;
o sabor do beijo iminente

Num espalhar livre, intenso e expansivo

Faz-me maresia menina
que vou aí, me flutuar
pra ser e ter o bem
no sonho, real e quiçá

André Café

Rebuliço


Um rebuliço;
pois a vida que seguia
era um ameno súbito
de calmaria

Todavia calmo tanto quanto mórbido
em tácitas dúvidas que se cristalizam

Amenizavam assim, cortando
mas no espaço que gira
cabem todas as direções
num desviro, vi meus pés sobre estrelas
o piso no canto escondido rompido
nem deu tempo de saber
que me encontrava mergulhado em você

E quando soube?
TCHIBUM!!!

André Café

Pé de caju


A mandala se abre
pra abraçar novos mundos
compartilhando seus saberes,
espaços e subjetividades

Em suas paredes o convite,
para o risco e o rabisco
sobre o chão, a certeza
do descanso improvável
donde toda brisa faceira é rainha
e que todos os dias são domingos

Mandala abrigo
lugar de quimeras e sossego
sou tudo o que vejo e o que será;

No alto do cajueiro,
moradas de duendes
daquilo que a gente entende
que sempre no faz sonhar

André Café



Beira da calçada do mundo


Sentado na beira da calçada do mundo
um verso preso
no instante do banho de sol;
corta vento, tudo que impede
a poesia correr livre pelas esquinas

Nesse desconectar de nuvens e brisas
sinto o desfibrilar das palavras
e no tempo de um segundo
amanhece também o poema
pra falar daquele problema
esquecido na beira da calçada do mundo

André Café

Resiliência


Quisera eu não ter provocado
tanto e tudo ao mesmo tempo
Não que o choro não possa mais ser compartilhado
e o presente queira ser um passado esquecido

Eu e minhas falhas, do crescer ao compreender
entender de metabolismo e história,
mesmo na falta de memória.
o meu desejo não é semear tristezas
nem ser o porta-voz de infelicidades

Cá desse lado, a saudade reside
mas o dia amanhece num riso
e deste riso, tomarei como meus passos
não pra dizer: faça como eu faço
mas para que um dia tudo fique bem
com lembranças das coisas boas,
para anoitecermos livres e com paixão

André Café


A poesia que desperta no final da tempestade


Neste tempos mesmo de calor
nessa nossa cidade de sonhos, fogo e fúria
tangente ao giro de cada dia, nem tão secante, tampouco inverno
tempestades aparecem a fio
para cada filha e filho escolhido por acaso
casos; delitos; desconstruções
a convicção hasteada, no turvo vento e turbulência
respigam forte o medo, o destempero e o receio
centelhas de versos virão

d'alma livre, restou o voo
a sombra que de delicia nas poças de fim de tarde
farão ressurgir, ressignificar o novo ser
não disperso do que já fora, mas tentando nunca não ter e ser
num pedacinho de alvorada

caem tempestades e desamores; somem o tempo,
querem esquecer reminiscências
mas da nossa essência, empatia, afeto e afagos;
o amor é bem mais simples e tenro
do que qualquer sereno cobrindo o liberto
aos olhos do mundo
colírios colibris
provocando o desejo mais profundo
ser livre e existir

André Café

Ladainha de liberdade




Se te prendo num beijo,
Logo deixo soltar.
Seja livre pra amar,
e amar e amar.

Se te quero num instante,
Logo, logo vai passar.
Seja livre pra viver,
e viver e viver.

Se te busco incessante,
Logo paro procurar.
Seja livre pra mostrar
o melhor que há.

Seja livre, passarinha,
Pra voar voar.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Vicissitudes da Vida



Vinho na praça, gelo no copo
Mais um casal que passa
Pela calçada dos bêbados tortos

Vejo as crianças que brincam
Entre os jovens que viajam
Em conversas e músicas,
Entre beijos e abraços

Embriago-me de vinho, de poesia
Virtudes e (por que não?) de amor,
Tal qual mestre Baudelaire
Um dia nos ensinou

E assim pretendo permanecer
O resto de minha vida:
Embriagada de tudo aquilo
Que me faz sentir alegria.


Hannah Cintra


O que falta?



O que me falta ser?
O que me falta saber?
O que me falta querer?

O que te falta dizer?
O que te falta fazer?
O que te falta viver?

O que nos falta?
O que faltou pra dar certo?
Eu sempre achei que nos completávamos
Mas agora você não está por perto

Eu quase montei o quebra-cabeça
Mas a peça principal estava perdida
E agora quem está perdendo a cabeça sou eu

Por favor, alguém me ajude
Antes que eu pereça e me perca
Com meus assuntos mal-resolvidos
Amores dissolvidos, dissabores repetidos
Pois estou cansada demais pra fazer isso sozinha.


Hannah Cintra




Lágrimas e Chuva



Mãos quentes percorrem o corpo frio
Preenchendo os espaços vazios
Existentes entre a gente nesse quarto sem forro

Entrementes respingos de chuva, lágrimas de choro
Eu beijo teu rosto de menino bobo
Enquanto tua boca me diz coisas boas

Fazendo eu me sentir bonita, repetindo o coro
De que o universo conspira a nosso favor
Deixando o fogo que nos consome converter em calor

O amor que transpira pelos poros e pêlos
Atendendo nossos apelos
De que não haja nada mais tão perfeito quanto nós. 


Hannah Cintra

Ligação Gratuita



Não sei por que eu insisto em ligar
Se eu sei que ninguém vai me atender
Deixo um recado após o sinal
Que ninguém vai ouvir quando receber

Passa a fome, o filme, a hora
Passa o carro, a moto
Passa a música, a foto
Passa, volta e vai embora

Só não passa a vontade de conversar
De falar, papear, desabafar
Dizer tolices e besteiras
Destrinchar minha vida inteira
Pro meu psicólogo particular

Mas cadê você que não está
Nem mesmo perto do celular?


Hannah Cintra



segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre sonhos III


Dos sonhos e das coisas ditas, um universo em expansão
o desconectar; um mosaico do íntimo e causas últimas;
do nada concreto, ao silêncio gritante e surreal

Falam, sussurram, injetam
doses de loucuras, paisagem e fulgor
para um labor incrível, sem medida aparente

Um salto para o fim, no desplugue do alvorecer,
devoram-te o sono e algumas memórias em xícara de café
emboladas numa viagem caseira a ermo

É o risco diário do acordar
adeus aos mundos de tantas saudades
vão embora amores e saberes;
amanhecem o tempo e o pulmão

André Café e Verônica Rodrigues













Lança-me Louva-a-deus grená


Engolido e protegido
pela neblina do solo cinza
todas pisam apressados;

Cada lado é rumo desnorteado,
cada rua, esquinas de silêncio

Entre vivos, apenas fila
e solados harmonizados
desgastando notas fúteis
para lá e para o além

Cinzas no chão e olhos
nenhuma fagulha de cor
são sequências de torpor
perambulando na vida

Mas tem quem olhe o Sol
pra saber quanto tempo leva,
pra saber qual o dia da semana
pra saber do calor da luz

E por pura sorte ou destino
por mais cinza que estiver o olhar
resplandece e multicolore
qualquer cena e solidão

Lança-me nos teus olhos vermelhos
no abraço forte e na liberdade do teu voo

André Café


Sobre sonhos II


Um punhado de riscos e rostos distantes,
pedaços cortados anacronicamente
num revelo em desnível constante

Luz e escuridão; entre o espelho e o espaço
alternam o sono e a sonolência
num soluço de passo a passo cadafalso

Profundo mergulho invisível
tácito desejo; tórrido instante
entre os braços, num laço o beijo,
noutro mundo, num sonho impossível

André Café

Sobre sonhos I


Um suspiro revelado;
madrugou e se escondeu
não se sabe por onde andou
até chegar por aqui
e me provocar viagens

Tenho tanto tempo quanto o tempo turva tudo
um risco de lembrança
pra tatear por qual vereda
esse imaginário mundo
quer levar minhas vertigens

Elevam-se as raízes
ao rio que corta as nuvens
debaixo dos nossos pés
apenas o cume do silêncio
num sonho de milhagem

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Esetnís - o diálogo atravessado de amor e luta



Esses tópicos que renascem
fazem as cinzas queimarem de trás pra frente.
Seda duas, por favor, pra aliviar essas saudades,
pra incendiar essas vontades
de entorpecer a vida com a tua.

Presença de futuro que teimamos em projetar
pra um plano maior e mais pra frente do que temos.
Que mudar entre todos nós é ideia proposta em ações.

Irmãos e irmãs mobilizadas em conspirações
de encher de flores o trajeto da caminhada.
Passo a passo lado a lado, nem de frente nem atrás,
Vamos cada dia mais inflamando as cabeças.

E por mais que pareça absurdo,
Vamos gritar tão alto no escuro
É liberdade que se busca num abraço.


A letra A tem meu nome


Não autoridade!
o inverso disto é o que se almeja
o contrário dela é o que se busca
sua negação é o que nos ensina

Não propriedade!
sua destruição é um dos caminhos
à coletividade é que pertence
inexistir é sua sina

Iniquidades; discrepâncias
obsolescências; opressões
a segregação armada:
de um lado os tiros
de encontro aos ecos que sangram
nas fronteiras destes mundos

Não há como simplesmente se engrenar
não há como se deixar coagir
não dá pra ficar, parar, esquecer
pra frente do caminho que dista, seguir

Um, dois, tantos e somos, como sempre soubemos
mas uma força criada, nos fez esquecermos

Mas somos e sabemos, que nada mais será imposto
por nós, apenas por todos nós,uns tantos mundos possíveis

Saúde, amor e anarquia
carrego feito poesia

para todas as dores que me consomem:
a letra A tem meu nome

André Café




segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Ave fênix sangria


Mas como poderia ser?
A mercê de muros inexistentes?
Tampouco de labores invisíveis,
em centelhas inalcançáveis
por contatos impossíveis?

Qual tempo me leva para esse dia?
Qual estação intransponível me transporta pra lugar nenhum?
E lá? Como reconhecerei, sem a autoridade indubitável?

Num carece disso tudo não.
Rebusco, confuso e concreto, minh' alma de poeta
não peço passagem, o fluxo já existe

Entre estas tantas terras criadas do nada
há mais tantas criações do nada, na Terra:
o verso em riste é resistência e plural

Pássaro que nos transporta para outros ares
voa de longe até estas bandas
ressurgem abraços, pedaços, cirandas,
ave fênix sangria, é poesia. de todos os lares

André Café


Mais dose para o olvide


Tenho o costume de rever pessoas esquecidas:
num rosto de um desconhecido,
ou na música que passava naquele dia distante;
no escuro do túnel do metrô,
ou na madrugada errante;
no lado de lá do sonho,
no meio do fervor de um levante

Assim distante, tão tanto de mim
quanto de mim, o que fui, ou o que seria:
nem ao fim da poesia
esquecerei de lembrar você

André Café

Amorcídio

Foto do projeto "Fragmento", do Paradoxo:

Matar saudades é um crime sem pecado,
porque "I míssil"*, camaradas, não é um tiro desgovernado:
o alvo é concreto** e certo.

É querer sem ter por perto as amizades,
é saber-se mais esperto pela vontade
de cortar toda distância num golpe dado de braços:
vem cá, sinto sua falta.

É botar a música mais alta,
e virar de uma vez a cachaça
pra trazer o gosto das lembranças mais felizes
ao teu lado.

É saber que as experiências do passado
nunca mais poderão ser revividas,
e que juntinho das pessoas queridas
só nos resta construir o que há de vir.

Que antes da saudade sumir,
deixa sozinha uma lágrima cair
pra lavar os caminhos do reencontro.

Que nessa hora todo mundo esteja pronto,
vestindo sua melhor gargalhada
pra rever sua gente tão amada.

* "I míssil" referindo-se à produção do Mário Lacorrosivo: http://sociedadedospoetasporvir.blogspot.com.br/2012/03/sinto-sua-falta.html
** "Concreto" em vez de "líquido" por sugestão da Heiza Maria. Obrigado!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Para sempre Fernanda Costa


Tem daquelas noites que o universo tá impossível
um sem número de estrelas cadentes rasgando o breu
dando lugar pra um cenário de lindeza sem fim

Noite boa, noite única, noite que gira;
num misturado de beleza
com riscos, pelos gritos da natureza
um espetáculo raro, com leveza e fúria

Daí que a vida tem desses casos;
em que estas raras "coisas"
na verdade são pessoas.
talvez assim como as estrelas
apareçam aqui e acolá

Mas elas chegam, voando, correndo
e transformam estes momentos
num espetáculo explodido de coisas boas
uma mistura inexata de sentimentos

Das chuvas de meteoros particular
das quais me orgulho por viver e sentir
ela que é aquarela e vermelho
que tem força e preza o viver,
que abraça o mundo e o medo
é das mais belas que posso conhecer.

Já te chamei de bruta flor
já vi do teu riso ao pranto
já vi tanto, que hoje é tão bom
tudo o que circunda sua vida
como esse A bem forte que emana da gente
ou um Alexandre que tanto te (nos) faz bem

No caminho de desconstruir
me orgulho também de poder estar lado a lado;
esse pouco a pouco é destino,
que a gente se joga para nossos sonhos
e vive, sobretudo para vencer
tudo aquilo que faz a gente esquecer
que a coletividade é nossa construção

Com fé, ferro e fogo
eu rogo por tempos serenos
por permissão e inquietude;
amor eu nem peço tanto ou mais
tu estrela única, já transborda pelo mundo
esse sentimento profundo
sigamos em voo ou em canção
para sentir, vivenciar e existir
com saúde, amor e anarquia

André Café








Um suspiro de calor


Suspenso o suspiro que a tarde arde:
o devorar de fim dos tempos
em apenas um passar de noite;
um pesar devoto
que tinge o açoite

Suspiro ... para além de alvéolos:
infesta, metaboliza e esvazia
coaduna com o espectro revertido;
nos meu olhos, dilúvio
do mais puro libido

Sumo, suplício, sucção:
da gota de rota pelas curvas,
súbita feito abrasador;
sem suspeitas nem culpa
sem necessidade de ser amor

André Café




Poema cor de carne


Tenho alguns poemas perdidos;
uns tantos assim pelo caminho,
outros afim de se perderem

Pra quê o reflexo imundo?
são apenas versos que se deitam
num devir de esquecimento

A letra que não corta mas encerra;
o vão de sangue cor de lágrimas
o caminhar cada vez mais cortejo

Tenho alguns sonhos desnudos
todos assim, pele e garganta
se perdem no amanhecer vadio

André Café

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Teresa Cristina invisível


Teresina que rejeita seus filhos
Mendigos ou maltrapilhos, perdidos.
A vida flui em esquinas e praças
Com olhar de desdém o homem disfarça
Homem correto que segue a maioria
Julga inferior quem não contenta
Os sonhadores de alma plena
Vivendo em pleno dilema:

Lutar pelo sonho é lutar sozinho
Seguir a maioria é infelicidade
O êxito da minoria
É o escárnio da sociedade!

Hugo Jardel

23 de Outubro de 2014.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A invasão louva-a-deus grená


Pensei que eram nuvens de mudanças
as dos gafanhotos exaustos de fuga
mas nenhuma rusga no céu ardido
pra ser sombra da praça sem árvores

O silêncio das asas passou zumbido
como se chamasse pra gente ver o fim do século.
virou espetáculo, caiu, saiu de fininho
e os nossos olhares retidos no esquecido

Voa longe a nuvem; passageira do tempo
nenhum tormento ativa a gente
o cedo é sono, a sede é sede
o vinho embebe, mas já não emociona

Lembrei daquelas terras suspensas
do ar cor de rosa, do chão sem pesar;
do voo infinito nas costas de um louva-a-deus grená

Torci pra quem sabe, quiçá, seja verão de novo
senti, invadi, aquele espaço perdido;
trançado na memória de todo esquecido

André Café




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Esperanças que ainda queimam


Em tempos onde a humanidade é refém de obrigações
onde a cobrança é o artigo definido do desgaste mental
sem dúvida alguma, me resta acreditar no futuro
Quando a esperança as vezes rasteja
e o espírito por mais revolucionário enfraquece
O coração de vários outros espíritos choram
Anunciam em lágrimas o medo de lutar e acreditar no futuro
Em tempos onde a cobiça é maestrina do caos
jovens debruçam-se em esconder seus choros
e um túmulo de esperanças se torna mausoléu
Então, em tempos sórdidos em que a humanidade devora a humanidade
aquele abraço bem forte de saudade
aquele beijo suave carregado de sentimento
ou até mesmo vários "te amo" enviados, digitados e ditos
são fogueiras de calor eterno de esperança
Por isso se te abraço
se te beijo
se digo por milhões de vezes que "te amo"
Pode ter certeza
que em nestes tempos em que a humanidade é refém de obrigações
as três ações mais puras que existem no coração que ainda tem um pouco de esperança
é sinal que mausoléu algum recairá sobre os ombros de um novo futuro

Pavel, 2014

Não se esqueça de algumas coisas se eu morrer
Se eu morrer em uma manhã de sábado,
à noite, não deixe de ir ao cinema e, após,
não se esqueça de beber algumas cervejas
com o pessoal de sempre ou até mesmo só.
Caso eu morra na Colômbia ou no México,
sem ter dado notícias nas últimas semanas
nem postado uma foto em qualquer rede social,
não durma até o nascer do sol – deixe que a aurora
invada a sua pele para que você possa sentir o meu abraço.
No caso de eu vir a falecer em um dia de chuva, deixe todos os meus
converses do lado de fora da nossa casa e observe cada gota molhar
a única parte da minha efígie que remanesceu visível.
Se a causa do meu óbito for triste, jogue fora o
Unknown Pleasures que eu comprei em Porto Alegre
e, durante uma semana, somente ouça as marchinhas
do Haroldo Lobo, que a tristeza irá embora...
Porém, se eu morrer dormindo, depois de uma noite de amor,
antes de ir ao meu funeral, tome café da manhã na padaria que
fica na outra esquina e coma todos os pães de queijo que puder.
Quando a minha vida cessar, não deixe que a sua também se encerre,
apanhe a minha mochila vermelha, e vá ao norte mais longínquo que
há na Terra, e conheça pessoas amarelas, e continue se apaixonando,
e beba novas comidas, e coma novas bebidas, e não se transforme em
um bitolado melancólico chato do caralho!
Quando a morte chegar, lembre-se de que ela é banal, vulgar & trivial.
E o mais importante: não a encontre antes de mim.

(Laís Grass Possebon)

Poema do fim


Havia, em seus olhos, o reflexo do seu eterno
amor e, nos lábios, o desejo de um doce beijo.
Na cútis, estavam enterrados os sentimentos
sucumbidos e alguns fragmentos dos antigos
temores causados por outros perenes amores.
Por ausência de diálogos, sobraram palavras.
Prantos iniciaram quando sorrisos findaram.
Já não mais dormia, ao seu lado, o moçoilo
dos olhos turvos. Não mais havia poesia ou
prosa em seus manuscritos hodiernos que
se mostravam como profundos traços num
papel umedecido pelas letras do seu choro.
Ao fim,
há somente
o fim.

Laís Grass Possebon

Teresina-Terehell-Terecéu


Menina Teresa,
Menina Cristina,
Imperatriz?
Dos sertões, do cerrado, da caatinga, dos cocais...
da miséria
Sangue cajuína, suor de cachaça
temperada
O buxo quebrado
de tanto sarapatel
Nadando violentamente contra bueiros
refletindo no Poti
Assoriando minhas mágoas no Parnaíba jorrar
Ummmmm, que saudade do capote Estaido
Quem deverás lembrar da Frei Indignada?
Ummmmm, da Lesteira elitizada
suburbunamente calazarizada
amebizada
Menina ferina
ciranda cirandina
água, chuva, chegou Janeiro
pesqueiro, piracema, sombra da mangueira
sobre as folhas do cajueiro
um camaleão caminhando pro caneleiro
ipê-amarelo, Troca-Troca, navegueiro
Forrozada, reggaeada, rockada, regionalizada
Cultura abastarda
negligenciada!
O Cacará anuncia o gabirú na lagoa
Andorinhas de agosto, setembro
calor
BR eita piula Ó BRÓ
Avante caburé, mucura, soinho, gabirú, carcará!
Vento seco, levanta o voo socó
Pindura a carne seca,
corre-corre pra madrugada
Pitando a porronca
socorre a Não-Se-Pode
Vila Irmã Dulce, Vila Velha do Poti
Corre ali pra sacudir
a falta de lambari
Poti Cabana?
pobre pobre na varanda
assistindo o coroné passear
Teresina
Terehell
Terecéu
Amarelo queimado no gramado
é fumaça, é arado
Forte sol do Equador
metálica sombra de verão
Teresina
Terehell
Terecéu

Miguel Coutinho Jr.

Dos teus olhos eu guardei a mira pra mim, (Me mira, sem ira)
Quis te encontrar, na verdade foi mesmo assim o acaso aconteceu.
A sombra que teu sorriso fez ao cruzar meus passos, e o silêncio que não ocorreu.
Foi tudo tão certo, foi tudo tão bem, e hoje não sabemos o que é o incerto.
Estamos de mãos dadas, grudadas pra disfarçar os medos. Sabemos do mais à frente que algo pode tentar nos derrubar com feridas.
E no fim a gente não vai se importar só queremos deixar levar, aproveitando a carona que o céu vem nos proporcionar.
Vivemos! É o que mais importa agora.

Paula A

Brancas


Brancas como a neve.
Harmonizam o meu jardim.
Um casal de garças.
E uma garça solteira.
Um trio de bailarinas.
Metricamente confeccionadas.
Estátuas perfeitas.
Falta-lhe o elo entre a alma e a vida.


Autor: Dhiogo José Caetano

Reprovado


Entre aprovados a minha reprovação.
Fiz tudo que era possível.
Quantas limitações...
A competitividade elimina o idealista.
As burocracias soterram os ideais.

Autor: Dhiogo José Caetano

De repente percebeu que carregava dentro de si,
somente o que precisava para ser feliz.
E talvez por isso, ou principalmente por isso,
sentia-se absurdamente leve
Sentia que embora seus pés estivessem firmes,
fincados no chão, seu coração, sua alma, estava tão leve,
que poderia voar...voa passarinho, faz teu pouso, no teu porto, seguro.

Luciana Abreu

Saudade


NUNCA VI DOR MASSACRANTE
COMO A DOR DE UMA SAUDADE
FERE O PEITO DO AMANTE
MURCHA AS FLORES DA CIDADE

DÁ UM DESGOSTO PROFUNDO
E ENVELHECE A MINHA IDADE
CORRE MUNDO E SUBMUNDO
E VEM MATAR FELICIDADE

TENHO TRISTEZA NO CANTO
JÁ NÃO VIVO EM LIBERDADE
SINTO A POESIA DUM PRANTO
NUMA COR DE ATROCIDADE

HOJE EU ESQUEÇO MEU SONO
SIGO A VOZ DA CRUELDADE
FICO LOUCO NO ABANDONO
MATO MINHA MOCIDADE

TUDO POR CAUSA DA MOÇA
QUE DEIXEI NUMA CIDADE
UMA CARÍCIA DE ROSA
UMA FLOR DE AFINIDADE

LEVO A VIDA A FAZER VERSO
JÁ ME ESQUEÇO DA QUIMERA
TENHO O CORAÇÃO DE FOGO
COMO AS LAVAS DA CRATERA

SIGO UMA ESTRADA SOFRIDA
JÁ ENCONTRO O MEU AMOR
MAS AGORA É DESPEDIDA
E O QUE ERA DOCE ACABOU

FOI UM PENAR DUM GANIDO
QUE O POETA VERSEJOU
FOI A ASA DO CUPIDO
QUE NO CORAÇÃO POUSOU

FOI A VOZ DA TEMPESTADE
DA SAUDADE QUE FICOU
FOI O BEIJO DA MENINA
QUE MEU CORAÇÃO GUARDOU

TUPINAMBÁ BARJUD(TUPY)

Retratos do vento


talhada no tempo do meu coração
te vejo tão linda menina mulher
com flores jogadas de minha emoção
te trago vestida num canto qualquer
entrando num mar de florestas azuis
teu brilho de corpo no vento a sonhar
teu rosto marcado por teus lábios nús
cabelos dourados de clima solar
ai amor meu pensamento
derramei nesse momento
coração em sangramento
espalhado pelo vento
semeado pelo tempo
o amor que é tão sedento
foi num mar de afogamento
de manhã de céu cinzento
foi no mel dos teus momentos
que juntei meus argumentos
encaixados pros meus tempos
derramados nos meus ventos

TUPINAMBÁ BARJUD(tupy)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sentimento Perdido


Talvez eu seja um nada por algo que nem lutei
Ou então um nada por algo que nem se quer criei
Já tive um sentimento à ponto de me entregar
Mas algo que me incomoda me impede de voar
Falei comigo mesmo em frente ao espelho o que de mim a vida dirá
E o meu outro ''eu'' disse que eu deveria fazer é procurar.
Pra mim tanto faz os meus pecados cometidos
Me culpei tanto e passei por dias sofridos
Tranquei-me em meu próprio pensamento inútil
Por alguém que não me merecia e era realmente fútil
Me perdi em vagos pensamentos obscuros
Sentia-me sufocado pelos sentimento que algum dia foram seguros
Fico triste por tê-la perdido pra sempre
Mas com esperança de um dia voltar à ela e fazê-la parar de chorar
Sinto uma dor no peito por ter que partir
Mas um dia eu volto e farei você sorrir.
Minha criança, não tenha medo de viver
Pois em meu coração seu sentimento ira prevalecer
Tenho medo de um dia ficar mesmo sozinho
Porém, uma hora teríamos de seguir nosso caminho
Não sei se você realmente sente algo por mim
Tanto faz sempre direi à todos ''Te amo mesmo assim''
Por mais que seus sentimentos eu tenha perdido
Esse autor desconhecido jamais terá lhe esquecido
Sonhe, Voe, Ame, Viva, Sorria, Chore, Sinta, e Abrace
Aventure-se, Conheça-se, Reflita-se, Entregue-se e Descanse
Algumas humildes palavras de alguém que um dia lhe admirou
E seja aonde você for estarei te protegendo de onde estou.
Adeus, e sempre te amarei..

Cristian Muchilla

Eu quero arder...


Um dia me disseram
Que meu corpo deveria ser o Everest
Que todo homem deveria suar para possuir...
Pobre cina esta minha,
Que não nasci para ser rocha
E sim para ser rio, mar...
Sempre que me perco em pensamentos
Me vejo a arder em desejo fugaz
Imagino os corpos, as bocas, os lugares...
E o que a de errado no prazer ?!
Sexy sendo vulgar sim!
Abrir, fechar
Lamber e chupar.
Moça puritana
Um dia no banho
Ousou se tocar
Sentir a flor....
Descobriu o rio de prazer
Que desaguava dentro dela...
Neste mesmo dia se fez mulher
Que sente, deseja e procura
Procura simplesmente sentir
Não interessa se ele vai partir amanhã!
Ele é apenas um novo olhar
Os comuns vão julga-la
E condena-la
Mas isso pouco importa.
De que me vale bons olhares
Se por dentro estou em brasas?!
De que me vale ir as missas pela manhã
Se a alma pagã deseja estar nas entranhas do padre?!
Prefiro pintar o rosto
Fumar meu cigarro
E me deleitar na madrugada.
Vivo em chamas
E quero morrer sobre elas
O entrelace de corpo
É o mais próximo que chegamos de Deus.
Quanto a sentimentalidades
Deixemos isso para amanhã ou depois
Hoje quero apenas arder....
Queimar se possível
E pela manhã dormir
O sono da menina travessa
Que só pensa em se entregar...

Yara Silva