quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Arranhando


Nem pedra e pedro
se fincam na pele cerebral
por tempo tanto; portanto, turvo
é o sabor erosivo vivo

Esquálida superestrutura,
'anura' e incurável,
do filho imprestável
para a vontade sua, ser símbolo

Água que bate em silêncio
ou em trovoadas de conspirações;
um coro sem regente
num desafinar contente

Aos encastelados: teu muro é mural
teu topo de colina, inclina-se
poderoso, em pane, a pino
um sibilo e estatelado

Faz-te ferro; somos acidez
faz-te soberba, somos verve
serdes blindagem; nuas! ao calar o vento
o tempo é só de passagem

Um cúmulo que jaz
em túmulos iguais
não há pedra que te marque sempre
não a pó que te faça ausente

Um rabiscado e arisco risco de arrisco
o por vir deixará a 'fantasia'
ombro a ombro, lados alados
vamos arranhando então, até sangrar poesias

André Café




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