sexta-feira, 21 de março de 2014

Red, coffe and hug


Nesses dias que turvam caminhos,
aparentemente nadas eternos
o  despertar das rotinas
me seguem calados e mornos

Uma outra vida que espera
sem conexões alinhadas
ao contrário de sua fúria
silenciosa descansada

O fulgor vermelho do laço
entre o espaço do esboço
entre o espasmo do asfalto
e o inegável abraço

Tem dias que merecem acasos
daqueles sem coincidências
naquilo que mais se foge ou menos se espera
é lá que adormece a fera
dos corres de sobrevivência

André Café

terça-feira, 18 de março de 2014

Ninguém falou


Conheci ninguém
Outro dia
E ninguém me disse
Que existia
Fiquei ouvindo
O que ninguém dizia
Ninguém fala
Ninguém ouvi
Ninguém ver
Ninguém sabe tudo de você
Ninguém ama como ninguém
Ninguém, senti saudade
Ninguém é mais um
Como qualquer um, é ninguém
Se ninguém roubar, ninguém é preso
Ninguém diz a verdade
Ninguém conhece todo mundo
Mas todo mundo não sabe quem é ninguém
Ninguém não tem medo
Ninguém me disse tudo
E não pediu segredo

Ari Veras

Expoart


De mim a arte.
A arte em mim.
O tudo a minha volta.
A minha volta em meio ao tudo.
Uma voz, uma fala, uma memória, uma mensagem.
Um poema, um vídeo, um recital, uma existência em narração.
A eternidade encontra com o momento.
Em papéis, telas, blogs, jornais o sobrenadante da vida.
Cicatrizes, lembranças, sonhos, verdades de um passado presente.

Autor: Dhiogo Jose Caetano

Re-sentir


Será se por você não viverei?
Viverei sem vida, emagrecerei?
Será se perderei o sono,
dormirei sem sonhos, sonharei sem fé?

Toda a dor que já senti, esquecida, calada
retorna com força, me mata, maltrata e deixa mudo...

Tarcisio Bastos

Conexão cósmica


o que você diria além de “hoje basta!” e ainda o que faria
se o meu facundo mundo não houvesse sido o seu inferno
(sempiterno)
e se o seu sorriso – tão irônico – não tivesse sido água fria
a diminuir o ardor do âmago incendido deste caos interno

o que seríamos se não houvéssemos sido exatamente tortura
o que seria “dor & amor” se não fosse toda essa entrega pura
(ternura)
não haveríamos de ser assim metade dessa melancolia bélica
pois somos consequência do universo: uma conexão cósmica

(Laís Grass Possebon)

De estrela virou um Anjo


Assim se vai uma estrela que brilhava por nós
Não importam as circunstâncias e sim esse vazio
Esse rombo
A estrela virou anjo da guarda, mas ainda é difícil de acreditar
Que o sorriso lindo dela agora se faz de lembrança
Minha prima, minha irmã seu vazio será preenchido pelo seu legado
Por seu amor a Deus
Por seu amor por nós minha querida
A saudade é infinita, mas as boas recordações são maiores
As brincadeiras, os sorrisos, tudo
Espero que tenha conhecido o rosto de Cristo
Você esta tatuada em nossa alma Sara
Te amo de mais minha estrelinha
Vá com Deus.

Bernardo Moraes

Quietamente o amo,
Amo o teu sorriso,
Amo o teu silêncio
O vir e o teu partir,
O ti ter e logo despedir,
Amo por te amar,
E de amar teus olhos,
Vejo-me ir,
Dentre os braços carregando mais um adeus,
Resta-me amar a solidão,
E dentre o meu coração levar-te-ei para longe daqui.

‘Araújo. Bruna Caroline’

segunda-feira, 17 de março de 2014

Domingo em Si bemol


O som das coisas me chegam
num chegar leve e sem cidade
feito dança de folhagem
em suspiro de rodopio verde

Me chegam e levam, trazem e tomam
tantas permutas de um ser
que foi, será e fui, antes do além
ou aquém de merecer saber

Falam e se calam, remontam
debruçando cantos contados
sem pedir a devida licença
furta-me sentimentos roubados

Causa-me leveza, a partir do pesar
o que há se ser, se for, pequeno
afasta de mim o verossímil
ardor do amor seren
o

André Café

Parcela que se suspenderá


Quando semeado foi
em ar e terra,
fez seu ciclo
e alimentou de energia
diversos universos

Foi um estalo de luz
por um segundo ou era
mitigou lágrimas
mistificou risos
no rabisco de versos

Materializou-se no fim
sem perceber outro início
um retorno de cinzas
circularizando a existência
de desfechos a começos

André Café

Sobre as histórias de acordar IV


Aquela explosão de sentimento
inibida por um lance de olhares
o dito pelo não dito
diluem-se em pesares

Seria limbo ou sonho?
medonho destino noturno
quer burlar por capricho
meu altar seguro

Por uma ponta de nanquim
o céu se rasga no raio e quimera
não se ouve o som do clarão
apenas um segundo, infinito de espera

Filetes iluminam o fronte
a minha mente absorta fechada
num espasmo de alegorias
me chama o corpo, pra alvorada

André Café

Pungente

pungente - claudio indio

Não mais que o silêncio;
com peso imensurável
de dor pungente, um quase nada
vazio sonoro.

E quis ouvir quem sabe o eco
mas nem esta sorte obtive
resposta, retorno, resíduo
tardio soturno

Quisera apenas nem sentir
o que é cravado no peito
ou rasgado nas entranhas
esquivo certeiro

André Café



sexta-feira, 14 de março de 2014


Oh pobre rapaz!
Por que estás tão triste?
Confessai-me a vossa pena,
Eis aqui tão doloroso,
Ver-te em tal sofrimento,
Em leves passos angustiantes,
Deixais o vento levar estás cinza negras,
Que insiste em teu peito ficar,
Não te negas o amor que sentes,
Entrega-te,
E deixes que lhe pegue no colo,
E que ali em teu olhar brote, mares e mares de felicidade,
E que em teus lábios passe um breve sorriso despercebido,
E logo então verás,
Que não é tão difícil ser feliz!

'Araújo. Bruna Caroline'

Cultivando Flores


Em um local definitivo a germinação de sementes da paz.
Espaço entre Chitinhas e Beijos do Frade.
O meu jardim transplanta paz.
O perfume da Cerejeira Japonesa se exala pela vastidão daquele espaço.
Flores amarelas, azuis, verdes, brancas...
Uma transferência de harmonia e sintonia.
Em um largo canteiro Warrios, Orange Pallet,Vermilont, Double Santo, Ruley, Reddish, Indio, Camatrón; inúmeras Ademium.
Flores do deserto que encantam.
Estou fascinado com o desabrochar das Gailárdias.
Flores do meu jardim, jardim das minhas flores.
Quanta paz, quanta luz, quanta harmonia...

Autor: Dhiogo Jose Caetano

Roube tudo que tiver.


É que já não me sinto só
Tendo em vista papeis
E canetas estouradas
Se o outro me fizer surpresa
Em qualquer esquina
Fico sem nada, sem nota
E ao chegar
Escrevo
E escrevo
Sobre a sorte de escrever
Mesmo sendo azarada
Sem padecer de tecnologia
E ser salva pelas canetas estouradas.

Assinado eu

ÀS FAMÍLIAS, AMÉM !


Acordei
Para ser bombardeada
Um conselho :
Se a terceira pessoa te maltrata
Não desconte na segunda
Esta
Infelizmente
Está mais perto
E quando você precisar
Ele já virou plural .

Ana Ribeiro


































Cabeça de Sol


Tava pesando, à espera
Do meu ”Cabeça de Sol em Cima Trem”
Com expectativa louca, que motiva as ideias
E os ideais também

Sem perder o rumo e direção
Seguindo a trilha
Pra não sair dos trilhos
Onde vaga no vagão, minha imaginação

Cruzando caminho nada
Na beira da estrada, sozinho
Entre a linha férrea
Minha palavra ferrenha meu destino

Mais lenha no fogo da locomotiva
Que ativa minha perspectiva de criação
Rapidez no riscar, teclas conectivas, penso insisto e pelo visto
As palavras veem como trem-bala, fazendo comparação

Ari Veras

Todo dia é dia de Poesia...


Indicada Pra Quem Ama

Quero você pura, sem conservante
Ou prazo de validade
No ponto, pronta pra degustar
Satisfazendo a vontade

Algumas pitadas de sal
Sem muito exagero
Uma malagueta pra apimentar
E uma pimenta de cheiro

Quero você embalada
Escrito no rótulo: gostosa
Sem contra indicação pra quem ama
E com tampa de cor rosa

No ingrediente: carinho, beijo, abraço e felicidade
Embalagem no formato de coração
Quero você com aroma de vinho
Feito safra da melhor estação

Um sabor de chocolate amargo
Sem uva passa nem ameixa, cremosa
Quero você com gosto de maçã
Doce, feminina, jeito de mulher pecaminosa

Propagada por toda parte
Pela cidade no outdoor impresso
Com a frase: me leve no encarte
E eu te amo no verso

Ari Veras

quinta-feira, 13 de março de 2014

Quero crescer


A cidade parece a mesma
da mesmice que se diz
no dizer de poucas vozes

Esverdeadamente cinza
cor da neutralidade
no capuz de seus algozes

Das tuas ruas sobram óleos
,asfalto fritando o dia
e alegorias em luzes

A cada ponto morto,
vivem estacionamentos,
e várias culturas raízes

'Teresina'quer vidro, concreto e metal
como alimento para o descanso
do alardeado crescimento

'Teresina' quer sangue e soberba
mais prisões de leito manso
para encastelamentos

Hoje chove e ela insiste
em pontes para outro mundo
quem me dera proutro tempo

Não somente ao passado
mas um futuro idealizado
sem pudor e impedimento

André Café

Meu Maracatu pesa uma tonelada - Noite dos tambores silenciosos de Olinda

)



Monique Veloso

terça-feira, 11 de março de 2014

CINELOVE I


Da minha vida não vai embora
Não sei que vontade é essa
De empestar meu ar
Se tudo é festa em mim agora
É que mesmo sozinha resolvi brindar
Esse teu cheiro puro
De vapor verde
Quente
Perturba e faz perturbar
Não me enrole
Bole comigo
É que tua presença
Me excita ao ponto de fuçar no lixo qualquer papel pra escarrar rabisco
Poesia...
Se vou embora é por que vi esse filme
E na versão sem cortes sobrou pipoca
Até a luz outra vez baixar...

Assinado eu.

DE CORAÇÃO


O amor é cego
O amor não tem idade
O amor é lindo
O amor é liberdade

Quem ama cuida
Faz das tripas coração
Não pratica má vontade
Nem exige condição

O amor move montanhas
É a força da fé e do coração
A traição é o pior pecado
Mas se revida é com o perdão

Os pássaros cantam empolgados
Enquanto bailam os beija-flores
Uma alvorada apaixonada
Para despertar seus amores

Só quem ama é feliz
Fica forte e poderoso
A moça fica vaidosa
E o rapaz fica generoso

O sol abraça a terra
A chuva abraça o calor
A paz abraça a guerra
 E eu abraço meu amor

Só o amor constrói
Jesus Cristo abençoou
Paulo disse aos coríntios:
“Acima de tudo o amor”


Miguel Ximenes Cunha
         




E por quê ouço em tais dias tristonhos um soluço,
Não souberas de onde vem, nem o porquê de tamanha visita,
Tão gritante, tão avassalador e logo depois brando,
Tal como o amor, afogado em poesias
Em meio de tanta melancolia,
Viveras a cantar os mais sublimes versos de um coração,
Que já por ti um dia partiras.

' Bruna Caroline Araújo'

A NOITE MAIS DENSA


A noite era densa.
As estrelas choravam
Suas lágrimas de prata sobre o mar
E eu pendurava os peixes
Nos degraus da Lua.

A noite era densa...
Mais do que isso, era imensa,
Dentro dela os corações se congelavam
Enquanto eu regava pequenas esperanças
Que conduzo pela mão

A noite era densa
Os postes rezavam em silêncio
Todos os caminhos convergiam
Para as janelas dos apartamentos.
E eu te falava
Sobre a graça indizível
De ser infeliz

Igor Roosevelt

A tristeza boêmia


Todos os dias
Todas as horas
Meu corpo clama
Grita...
Pela boêmia

A mente cheia
A alma amargurada
O coração mentiroso
Tudo afogado em um copo de gim...
Há, não esqueça dos cubos de gelo

Na noite de gatos pardos
Nada melhor do que alimentar a ilusão
As vezes um velho amor vem no pensamento
Trazendo frustração ou gotas de dor
A cada gole uma cortina colocada na tristeza

Vozes...
Mil vozes sem valor
Dez mil toques sem cor
Coração vagabundo
Depois de tanto sofrer e causar sofrimento
Se fechou em copas
Para um autoflagelo!

Triste boêmia
Não traz contemplação
Não traz o amor pra dentro de mim!
E assim segue a vida...
De bar em bar...
Dores e boleros ...
E essa é a tristeza da boêmia.

Yara Silva

Eu não o amo...


Com dor na alma
Lágrimas nos olhos declaro
Nunca o amei
Mas de certa forma te quis bem
Dizem que isso vale mais do que paixão

Fico a pensar
Como o amor é mesquinho
Só se manifesta por quem quer
Como seria lindo te amar
Como seriam lindas as tardes de sol
Como seriam mais ricas as noites de calor

Mas este sentimento torpe
Não nos dá o direito de escolha
Mas rogo aos deuses
Que ele fique mais um pouco
Talvez não mais que de repente
Este reacionário (o amor),surja
Fazendo feliz dois corações sofridos...

Yara Silva

Vamosas


Andei por aí cantando por entre os becos
Deslizando por entre as gotículas de chuva
E suspirando a saudade passageira

Debruçado sobre o vento e o aroma do campo
imaginando a possibilidade de respirar o intangível
ao mesmo tempo de absorver o tato em uma eterna sinestesia

Por não segurar em tua mão, o toque se torna aroma
em ciclos de lembrança em viagens passageiras.

(Miguel Coutinho Jr.)

Aquele olhar tão meigo e sensível
Escondido numa beleza rara
em cabelos cacheados
num sorriso profundo

Parece que foge
Parece que fica
Parece que some
Parece-me sincero

Nesta poesia não existirá rimas
Apenas, devaneios veraneios
Não!
Uma fala poetizada
de um poeta subalterno, de uma beleza rara

Meus olhos que aqui estão
Mesmo ao longe me revelam
o pulsar fora de ritmo
entre palavriado místico

Aquele olhar...

Sem dúvidas, o sorriso tímido
Naquele rosto sorridente
Não mente!
E negando a poesia, sem rima
Aparece uma rima
Pro poeta admirador

Miguel Coutinho

Me beija


Aquele olhar profundo desbravava a minha alma.
Um silêncio pairava.
Os pensamentos ruins se esvaem.
A paz conspirava.
Uma voz, uma frase inesquecível.
Um pedido, desejado: “me beija”.
Aquela frase arrebatou-me.
Por segundos permanecemos com os lábios colados.
O tempo parou.
Mesmo despertando daquele lindo sonho, ainda posso sentir os teus lábios tocarem os meus.

Dhiogo Jose Caetano

Achei graça
uma lástima
uma pena
muito curta
tão confusa
dolorida
mal dormida

a vida.

Ravenna Scarcela

Deploro por cujo pranto que por ti tenho tanto,
Há quanto tempo já és testemunho de meu lamento?
De meus amores e rumores?
A ti somente eu o diga,
Dê a mim pio amor,
Para que em meus braços moço,
Afogado de amor vós estejais,
Mande-me todo o teu amor, para que sejais meu agasalho,
Embriaga-me com os teus vaporosos beijos,
Tal como, o suspiro ofegante do teu corpo,
E logo obriga-me a delirar do mais sublime sentir.
Oh vós senhor que por ti tenho tanto amor,
Tira-me a saudade e o ardor que tanto me trago, por ti senhor,
(No peito) dorido de dor!
Olhar-te quero e tocar-lhe os lábios,
E fartar-me de tamanho amor.
Dias tardios e saudosos,

'Araújo. Bruna Caroline'

MEU PASSADO ME CONDENA


A vida é o ócio do tempo
A vida esfrega na cara
o acúmulo de todo o dentro
Mas há mais vida AGORA
do que no cimitédio dos monumentos
Feitos pra guardar
Lembrança de cimento.

Assinado EU

CINELOVE II


Já deves saber que sou brega
E no fim desse filme sobrou pipoca
Já deves saber que estou certa
De que nunca estive tão louca
Não joguei a fita fora, empoeirada fiquei
Até que teu close
Desmanchou-me a tela outra vez
Deves saber o roteiro de cor
E não corrija os coadjuvantes
Deixe que a pipoca sobre
e eu
brega
continue neste teu curta
Impune, amiga e errante.

Assinado eu

Moça dos olhos de chuva,
Pra onde levas, assim, meu coração?
Fardo cruel que trago no peito
E que carrego por caminhos onde a luz jamais pisou.
Para onde o levas? Que obscuros mistérios
Movem de tal forma tua mão involuntária?

Moça dos olhos de chuva, do rosto de neve,
Por mil noites vaguei na sombra silenciosa do tempo
E ouvi a voz austera do vento de Março
Soprando pelos corredores da mansão do medo
Para onde me arrastas. Rumino, a um canto, a conclusão:
Minha alma não paga esse sequestro...

Moça dos olhos de chuva e do sorriso de Sol,
O mundo inteiro jaz no simples gesto
De derramar nos meus ouvidos lassos
A doce canção da tua voz. No entanto
A paz é fuzilada. Caminha, tropeça, morre
Nos campos onde sempre é dia de finados.

Moça dos olhos de chuva, dos olhos imensos,
Profundos como o céu e repletos de perigo
Como as entranhas dos vastos oceanos.
Quero por eles lançar minhas velas em chamas
Mesmo que o naufrágio seja a única promessa.
O mundo inteiro jaz no teu sorriso...

Moça dos olhos de chuva, a tempestade anuncia
A completa ruína das muralhas de outrora.
A tristeza das horas fica gravada pelo gesto frio
De entalhar teu nome nas pedras do tempo
Enquanto observo teu vulto se distanciando
Como uma ave que se dissolve em pleno voo.

Moça dos olhos de chuva, derrame sobre o campo
Onde plantei a semente da minha ternura
Esses raios de luz do teu olhar
Que atravessam meu peito como flechas de saudade.

(Igor Roosevelt; 07/03/2014)

De já vi (Janela do ônibus)


Por um momento fechei os olhos
Esquecida de que não estava de óculos escuros
E todos puderam ver
Os segredo que guardo
Do teu travesseiro de absurdos.

Assinado eu

Sem amor, por favor!


Um desastre, coberta por camadas de erros.
Sou eu, vestida de vermelho, buscando o acaso
Fugindo da guerra de olhares e em busca do que não é sério.
Envolvi-me em um corpo coberto de sentimentos,
Brinquei, chamei de meu, sem saber que haveria sentimentos fortes ali.
Uma corda, uma pegada de mão, sexo por prazer e fotos espalhadas no chão.
No meu quarto esquisito, fui escrevendo aquele nome com papel manchando de vinho
E novamente brinquei com meus dedos, lembrando/pensando naquilo que não era e nunca foi meu.
Fruto feito de carne, movida por desejos intactos, achando que o amor é apenas beijo de língua.
Essa sou eu, entre dentes cerrando mais um desejo.
Feri com ferro sujo, a carne mais pura que encontrei na terra, por ter muita idade, achei que não ia se importar (errei feio).
Com palavras quebradas eu me desdobrei do sério, e mais uma vez, rebolando cabelos pro lado, jogando charme, pra poder me sair daquilo que não me agrada e não me prende.
E se por um acaso me dissesse um EU TE AMO, eu irei apenas retribuir com um - Por favor, me busque um copo de uísque sem gelo.

Essa seria eu?

Paula Amaral

Meus vinte e poucos


Livro
Livrando
Li verso
Liberdade
Li beldade
Livre idade
Libertinagem

Ana Ribeiro

Uma manhã, eu lembro-me... Recitava-me poesias, ele,
Teu peito sobre o meu,
E logo pude senti-lo avassalador,
Quase adormecida eu estava,
Cabelos encaracolados, soltos e uma blusa entre aberta,
Janela fechada, cheiro de rosas exalava,
Via-se uma manhã plácida e divina,
Indiscreto e a vergonhado tocava-me os lábios,
Ia à face tremula a beija-lo.
A cada toque um afago,
E este mesmo ‘rapaz’ estremecia,
Sereno e ditoso olhava-me,
E ao beija-lo ela, faltavam-lhe palavras a aquele rapaz,
E naquele doce instante o amor que por ti tenho tanto,
Fez-se em mim presente e minha pele respondia,
E logo passou-se uma brisa ‘ventania’
Que agitava as folhas que ali estava o ‘coração meu’
Fazendo-me adorar e contemplar o que eu sofria,
Ora chegava, ora partias,
Vez e outra uma tempestade de pétalas caia,
Para fazer-me acreditar no amor que me dizia,
Oh moço que por ti tenho lhe tanto amor,
Tire-me essa dor,
Por que o meu sentir pertences somente a ti,
Somente. ‘Levai contigo minha pobre Al’ma’ que a ti pertences senhor.

‘Araújo. Bruna Caroline’

O triste dia


Hoje, ando inerte e quedo sem rumo.
Neste dia em que as suspeitas se confirmam
e as noticias são bombas, sinto-me indiferente...

De todo o alívio que já senti: não me importo de sofrer semanas;
não me importo de sentir esse nojo que
emporcalha esse dia turvo em que as coisas são de gelo.

Mudarei títulos, alterarei sentimentos e relações.
Algumas coisas são tão difíceis e outras tão importantes,
que hoje, não me importo de sofrer semanas.

Em pensar que fui tolo e triste em fantasiar coisas boas
e de saber que tudo se foi como sempre vai...
Tudo o que importa evapora, vai-se embora!

O pior de tudo é saber que há tantos motivos
para sofrer e não há nenhum para amar.

Tarcísio bastos

Lábios quentes


Todos os dias eles saem a procura
De olhares, salivas e mordidas
Se pintam de vermelho sangue
Só pra te seduzir...

Lábios quentes
Tem vontade própria!
Quando já esta se imaginando, em um enlace qualquer
Feliz é aquele que mantém a liberdade nos lábios
Pois este faz amor com um sorriso!

Lábios quentes
Guardam dentro de si a língua
A parte mais profana do corpo
Aquela que na realidade é a dona do prazer
Ela que sente, ela que molha
Ela que excita!

Então aos que se contemplam de prazer
Aos que beijam , mordem , lambem
O prazer de meus versos
E aos lábios amantes , salve salve.

Yara Silva

As estrofes


O chá banhou os versos do meu poema
e das estrofes eu fiz um imenso dilema
ao ver em meu quarto o seu belo retrato
transformei-as em um curto esparadrapo
figurando um ready-made do Duchamp
que grudei à melancolia do meu coração

Vísceras de nonsense neste sentimento em delação
Dissimulado em versos de poesias ultrarromânticas

Que ultraje seria se não fosse uma aveludada canção
Para acompanhar o escorrer do líquido sobre as estrofes

As palavras já não surgem facilmente
e não considero isso um grande problema
pois o veludoso som penetra-me calmamente
fazendo-me mais taciturna do que inerte
semelhante à xícara vazia sobre a mesa
não tão oca quanto as estrofes devolutas
que vagam em um fluído de incerteza
impelindo-me a emoções irresolutas

(Laís Grass Possebon)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Comiserações


Completo de quê?
os riscos e os medos andam as soltas
como se badernassem por corredores medievais
apenas o vazio do eco em resoluções

Jogou-se a revelia, o mais importante
e por horas e sábados, o redemoinho
e aquilo que se foi, se fez sozinho
 um mero mar de mediações

Ao poeta, que 'anfôra-se' o nó,
respinga sangue da garganta muda
o último sibilo de uma dor aguda
e um poema em comiserações

André Café

Uma manhã anoitecida


Contra a luz de zumbidos
enquanto olhos fechados tingidos
fingidos de dor

Canta que o rebento surge
num urro do amanhecer, se foi
a cura para o fingidor

que ri e quimera
numa esfera de todos os lados
o legado é o desertor

André Café